As notícias veiculadas pela imprensa sobre o Estado de Santa Catarina, quase sempre, mostram indicadores econômicos de excelência.
O Estado apresenta a menor taxa de desemprego do país, o menor índice de trabalhadores na informalidade, menor número de usuários do programa Bolsa Família, 2º Estado com menor índice de violência e com taxa de resolução de crimes beirando os 80%. São dados estatísticos de órgãos sérios e disponíveis para consulta.
A excelência de Santa Catarina sustenta-se pela existência de empresários com visão inovadora, com uma economia forte e estrategicamente diversificada, com governos de perfil conservador, com forte classe média e com uma Educação que atende os pressupostos para o desenvolvimento industrial. Educação que precisa melhorar e muito se pretendermos continuar exercendo um papel inovador no contexto brasileiro.
Ao mesmo tempo em que a natureza é aliada do Estado, com flora e fauna exuberantes, com 5 portos que abrem o Estado para o mundo (Imbituva, Navegantes, Itajaí, São Francisco e Itapoá), com distribuição fundiária típica de pequenas propriedades (processo natural de reforma agrária sem violência), vez por outra o Estado vive com problemas originados por sua localização e topografia. Nada que não seja superado pelo trabalho e a determinação do povo que é um cadinho de diversas etnias.
O que caracteriza bem o Estado é a forte oferta de empregos em seus variados segmentos industriais, comerciais e agronegócio. Isto gera a existência de uma forte classe média e suas consequentes demandas. Importante ressaltar que, quanto maior for o nível social das pessoas, maior será seu nível de exigência.
Lembro da palestra da socióloga Marilena Chauí, tendo ao seu lado o Presidente Lula, em renomada universidade, onde desejou o fim da classe média entre outros adjetivos fortes com que a qualificou. Esta parece ser filosofia dos partidos mais à esquerda, pois em países em que a ideologia é praticada, a inexistência da classe média é uma realidade. Cuba, Coreia do Norte, Venezuela, entre outros, se caracterizam por serem países sem classe média.
A classe média exerce um equilíbrio muito forte sobre os governos. Ela tem melhor nível educacional, com isto enxerga o que a maioria iletrada não consegue ver; ao mesmo tempo exige que os serviços prestados pelo governo tenham boa qualidade. Resumindo: a classe média é chata! E, isto não é tolerado por certos governantes.
Tive o prazer de trabalhar, em 1966, durante um ano, em um país que pratica o comunismo. O que vou escrever ninguém me disse, eu vi e ouvi. Em Cuba as novelas brasileiras são muito apreciadas e, no ano em que lá estive passava a novela em que Regina Duarte, em dificuldades financeiras e, para sobreviver, usando sua própria casa, abre um restaurante e chama-o de “Paladar.” Os cubanos transformaram a novela em realidade e começaram a pipocar paladares por todo o país. Em Havana tive a oportunidade de frequentar alguns deles. A comida era ótima, o atendimento era estilo praiano brasileiro e o custo bastante razoável. Começava a surgir uma classe de empresários.
Isto incomodou o governo de Fidel que, imediatamente, determinou que os paladares só poderiam ter 4 mesas (máximo 16 pessoas) e, teriam que ser administrados, desde os cozinheiros até os atendentes por pessoas da família. Tentativa inócua de impedir o que está dentro das pessoas. Sua ânsia por crescer e empreender!
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