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Publicitário Emílio Cerri é homenageado no 3º Anuário do CC,SC
17 de Maio de 2013

Publicitário Emílio Cerri é homenageado no 3º Anuário do CC,SC

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Acabam de sair da gráfica os 500 exemplares do 3º Anuário do Clube de Criação de Santa Catarina relativo aos anos de 2009 e 2010. Trata-se de uma obra primorosa para saborear, guardar e consultar, pois ali está uma coletânea do talento catarinense, em pé de igualdade aos melhores de qualquer mercado desenvolvido.

Emílio Cerri, que foi homenageado com o Hall da Fama do Clube, é um dos destaques do anúario com um belo texto escrito por outro famoso publicitário e nosso colunista, Eloy Simões. Cerri, em seu blog Comgurus disse que o anuário é um show de concepção e design. “Claro, foi um enorme trabalho para Alexandre Guedes e sua equipe, mas valeu a pena. Todos podem se orgulhar do resultado. Eu estou com meu ego super inflado. Homenageado nesta edição com o prêmio Hall da Fama, tive – além do reconhecimento de 50 anos de trabalho – um texto afetuoso e emocionante do Elóy Simões,quase me leva ao segundo infarto… Obrigado a todos”, conclui o mestre.

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Emilio CerriUm senhor com a cabeça da Geração Y

por Elóy Simões

“Eu conversava com o Chico Socorro sobre as grandes cabeças do marketing e da comunicação brasileira atual. Chico, baita memória, foi enfileirando nomes: Nizan, Washington, Marcelo Serpa, Alex Periscinoto, Júlio Ribeiro, João Batista Ciaco, Roberto Civita, Gilberto Leifert, Cristina Carvalho Pinto, Luís Lara, Otávio Florisbal… De repente fez uma pausa e olhou pra mim com um olhar malandro que não costuma olhar: “Mas tem um catarinense que não pode ficar fora dessa lista. De jeito nenhum. Adivinhe de quem?” Eu não precisava adivinhar. Ia cobrar dele, se não dissesse. Por isso respondi na bucha: “Emílio Cerri.” “Ele mesmo”, concordou Chico.

Com efeito, Emílio é um dos maiores conhecedores da publicidade neste país. E um dos seus grandes teóricos. Alguns minutos de conversa com ele, e a gente sai muito mais rico profissionalmente, muito melhor informado. Se eu fosse empresário – da Comunicação ou do Marketing – contratava o Emílio, arranjava uma sala pra ele, e deixava-o lá. Sem nenhum job. Em total liberdade para passear pela empresa e pelo mercado. Pra ler, fazer as pesquisas que ele gosta de fazer e pensar. Um dia, ele entraria na minha sala com um balaio cheio de ideias. Entre elas, algumas que poderiam balançar o mercado. Tenho certeza.

“Eles gostavam de desafios, eram rápidos e criativos, usavam os recursos tecnológicos para criar soluções para problemas que nem haviam surgido e para uma atividade que estava nascendo na sociedade. Não tinham receio em mudar as coisas e alterar a realidade; ao contrário, isso era exatamente o que mais despertava a atenção deles.” Eu já tinha escrito este artigo quando me deparei com o texto que acabo de transcrever, no livro Geração Y, do Sidnei Oliveira. Ele provavelmente não conhece o Emílio. Mas é como se conhecesse, porque Emílio é isso aí: um senhor com a cabeça e o comportamento daquela geração.

Quando cheguei em Florianópolis, trazido pelas mãos do Emílio e fui trabalhar na Exa, ele estava de saída da Agência. Tive vontade de pegá-lo de porrada, porque meu sonho era trabalhar e aprender com ele. Trabalhar eu não consegui, mas aprender, aprendi. Não tanto como gostaria, mas aprendi. Remexendo nas coisas que ele deixou pra trás, encontrei alguns textos de autoria dele, grandes lições. Até hoje eu os conservo no meu baú, para consultá-lo de vez em quando. São atualíssimos. Escritos há mais de vinte anos, já diziam coisas que só agora estão sendo notadas.

“Isso não vale nada”, disse-me um figurão na época, quando o mostrei. “Não tem nada a ver com o que está acontecendo. Jogue isso fora.”Não joguei. Guardo-o com carinho e o consulto sempre que ocorre algum fato que não entendo. “Todos os homens têm por natureza desejo de conhecer”, dizia Sócrates. No Emílio esse desejo é insaciável. A prova está lá, nos escritos que guardo. Emílio Cerri, redator, planejador, especialista em todas as ferramentas de comunicação, observador estudioso e muito criativo é isso aí. Um poço de sabedoria, para usar uma expressão que eu trouxe da minha terra. Um sábio. Merecedor desta homenagem que o Clube de Criação está lhe prestando e que eu aplaudo. De pé.”

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