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ARTIGO | A  4ª Revolução Industrial e o Varejo
08 de Junho de 2017

ARTIGO | A 4ª Revolução Industrial e o Varejo

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por Sidnei Luiz Speckart*
 

Amazon e Google podem se transformar nos maiores concorrentes de FedEx, UPS e US Post. A maior empresa de comércio eletrônico do mundo anunciou recentemente o investimento de US$ 1,5 bilhão em um centro logístico para cargas aéreas nos EUA. Até aí, tudo bem, faz parte. Ocorre que essa unidade fica ao lado de centros logísticos das maiores transportadoras de carga do mundo, as gigantes UPS e FedEx e de um aeroporto internacional, hub mundial de carga aérea. (Lembram quando o Bob`s começou a instalar lojas ao lado das do Mc?) Mas a estratégia da gigante não para por aí. Tanto ela quanto o Google estão fazendo testes, desde outubro do ano, passado com operações de entrega de pacotes por drone, deixando claro que estão interessados em cobrir todo o espectro da entrega, desde o primeiro despacho até a última milha. 

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Já notou que não só você mas, todos os membros da sua família, quase ninguém mais manda cartas, envia um telegrama ou um cartão postal. Há tempos o grande cliente dos correios, tanto aqui, como fora, são as empresas de e-commerce. Mas e se as empresas de e-commerce começaram a fazer entregas na sua casa, os correios vão acabar, certo? Muito provavelmente no modelo que estamos acostumados, sim! E não é para menos. 

Estima-se que o negócio de entregas da Amazon movimenta algo em torno de US$ 500 bilhões de dólares. Se esse número estiver certo e sabendo que numa entrega de US$ 10,00 os drones conseguem fazer por U$ 0,40 (fonte: Pedro Dória – O Globo), vocês podem imaginar o ganho de escala dessa operação e podem imaginar também nos bolsos de quem essa diferença vai acabar parando. 

Tá, mas você está “futurando” de novo! Acho que não. Em recente artigo publicado no AcontecendoAqui comentei que o governo japonês já regulamentou a entrega de mercadorias por drones para ilhas e regiões montanhosas e que Europa e EUA estão no mesmo caminho.

Pense que uma entrega extremamente eficiente você receberá amanhã uma compra feita hoje, em seu site favorito. Agora pense que essa entrega acontecerá não mais amanhã, mas meia hora após o seu clique. E aí eu te pergunto: porque pegar carro, ônibus, metrô ou uber para comprar uma peça pro carro, um liquidificador, uma massa especial pro jantar ou mesmo o vinho que será harmonizado, se com um clique no smarphone um drone pode trazer tudo isso até a porta da sua casa, por uma ínfima fração do frete? Ah, e se você não estiver em casa e precisar urgentemente de uma rebinboca da parafuseta? Não tem problema. Os delivey drones te acham por geolocalização e pelo IP da sua máquina.

Ok. Isso significa que a loja vai morrer também? Nesse conceito atual de prateleiras e araras, um balcão e um bando de mal-humorados pra atender: sim! Já morreu, na verdade. Prepare-se para ver palcos em livrarias. Sim, pois atores vão encenar esquetes de trechos do livro ou da mídia em promoção. Prepare-se para restaurantes em que você poderá participar da preparação do seu prato e da sua convidada, com o charme do “fui eu que fiz”. Prepare-se para magazines com espelhos que vão “vesti-la” com a roupa que está querendo comprar e mostrando se combina ou não com a bota que você acaba de arrematar num brechó ou com a echarpe visto ontem na Dafiti. 

Eu cresci profissionalmente em shopping center e lhes confesso, estou entusiasmado com a nova geração de lojas que vêm por aí. Será uma geração de PDVs com uma relação mais próxima e verdadeira com seu cliente. Onde cada um poderá ser tratado de forma realmente individualizada, com respeito aos seus desejos, sonhos, características e life style. 

Commodities, artigos sem grande apelo de branding, coisas do dia a dia, peças de reposição, artigos de consumo… tudo isso o drone vai entregar.  À loja física caberá nobre tarefa de promover o relacionamento verdadeiro entre as marcas, conceitos e seus fãs. Não vejo a hora de isso acontecer.     

*Sidnei Luiz Speckart é profissional das áreas de  Marketing e Comercial e especialista em varejo. 

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