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Coluna Fabrício Wolff | A triste comunicação do STF
20 de Dezembro de 2018

Coluna Fabrício Wolff | A triste comunicação do STF

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Por Fabrício Wolff 20 de Dezembro de 2018 | Atualizado 20 de Dezembro de 2018

Desde que fui convidado para ocupar este espaço no Acontecendo Aqui, venho buscando ressaltar a importância da comunicação na vida cotidiana de cada um de nós e falar um pouco sobre as várias formas pelas quais a comunicação se manifesta. Em textos anteriores já versei sobre o fato das atitudes comunicarem. Disse que as pessoas constroem uma imagem através de suas atitudes, posturas, escolhas e, para os outros, é isso que elas serão – independente do que efetivamente sejam.

Se eu fosse tentar “ilustrar” a situação, poderia exemplificar dizendo que uma pessoa que prega o bem mas bate na esposa, nos filhos e é grosseira e mau educada com os outros, terá a imagem de alguém violento, indesejável, independente do que apregoe. É mais ou menos aquele ditado de que uma imagem vale mais do que mil palavras. Neste caso, as atitudes valem mais do que mil palavras. E formam a imagem que os outros farão de você.

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Fiz esta introdução para lembrar que o que vale para seres humanos, também é válido para  corporações, empresas e instituições, como o STF. A “patuscada” proporcionada pelo ministro Marco Aurélio Mello ao deferir liminar que soltaria todos os presos condenados em segunda instância (logo freada atitude da procuradora geral da República Raquel Dodi que entrou com pedido para derrubar tal liminar), não só demonstra sua total inobservância às próprias decisões colegiadas do Supremo Tribunal Federal, como também enlameia ainda mais o nome daquela já mal falada instituição. Foi revista, mas mostra a má intenção e o mau caráter de muitos de seus membros.

Qual a imagem que o STF tem, atualmente, no imaginário dos brasileiros?  
É a isso que me refiro. As atitudes antagônicas, rasteiras e politiqueiras da maior corte jurídica do país coloca a todos nós em constante insegurança. Insegurança jurídica, inclusive. E uma nação sem segurança jurídica, é uma nação amedrontada. Sem entrar no mérito da decisão liminar no apagar das luzes (o que só pode ser definida como absurda), logicamente engendrada de forma política com membros do próprio STF, o Supremo deu mais uma amostra aos brasileiros de que está podre, carcomido de pessoas e atitudes antiéticas que estão formando a pior imagem possível daquela instituição.

Os interesses de alguns, especialmente de poderosos, parecem estar acima da lei e dos interesses da nação. Compreensível (mas nunca aceitável) se lembrarmos que os ministros daquela instituição são indicados pelo presidente da República, um erro incontestável. Tanto é, que temos ministros lá que jamais colocaram a toga de um juiz antes. Jamais tiveram a experiência de julgar antes, em instâncias inferiores. Combinemos, uma situação que rasga qualquer ideia de meritocracia. 

Com compromissos políticos visíveis em várias de suas decisões, os ministros do STF criaram a má imagem que a corte tem hoje. Construíram (ou seria… destruíram?) esta imagem através de atitudes dos homens e mulheres que usam aquela toga. Desta forma, a mais alta corte do Poder Judiciário, que deveria ser a guardiã legal, moral e ética dos interesses de todos os cidadãos e cidadãs brasileiros contra a corrupção e o abuso legal dos demais poderes e de seus atores, tornou-se mais uma instituição a colocar a política e o poder acima das leis e a se refestelar com as mordomias, benefícios e privilégios pagos por todos nós, através de nossos suados impostos.

Como se vê claramente, o STF é péssimo em comunicação. Mas o pior é que os ministros que lá estão parecem nem estar aí com isso. Eles passarão, se aposentarão, continuarão gozando dos privilégios corporativos, enquanto a instituição ficará com a imagem de um porco chafurdando na lama. 

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