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Coluna Carlo Manfroi | Inova+Ação e os eventos pensados para provocar a mudança
05 de Agosto de 2019

Coluna Carlo Manfroi | Inova+Ação e os eventos pensados para provocar a mudança

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Por Carlo Manfroi 05 de Agosto de 2019 | Atualizado 05 de Agosto de 2019

 

 

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Inovação no formato
Evento de inovação no varejo, empreendedorismo e transformação digital aconteceu dia 1o de agosto, das 13h às 21h, no Centrosul, em Florianópolis.

A parceria CDL de Florianópolis, ACIF, ACATE, ASBEA, ABCOMM, ABRASEL e SEBRAE foi uma união de sucesso. Bem organizado, motivador e inovador, o evento não apenas promoveu discussão e debate em torno da inovação, mas provocou a mesma em seu formato.

Na entrada, as tradicionais filas de credenciamento foram substituídas por diversos totens onde você mesmo imprimia a etiqueta para seu crachá bastando digitar o CPF. O crachá era um papel cartão que, após o uso, você não precisa descartar no lixo, mas pode plantá-lo gerando mudas de agrião, tomate, alface, ou o que você tenha recebido.

No lugar da famosa sacolinha com os materiais dos patrocinadores, um saquinho em TNT para o lixinho do carro. Faltou apenas a programação impressa, pois a do meio digital estava sem qualidade para conferir e nos totens das salas não era prático de consultar, quando você estava dentro de uma palestra e precisava saber os horários das demais.

A praça de encontro, network e alimentação estava bem organizada, com diversas empresas e seus stands. Sucos, café, água, pão de queijo e o destaque especial para uma feira com frutas da estação e biscoitos artesanais disponíveis ao público, introduzindo uma pegada de saudabilidade ao evento.

 

E-commerce antifraude
O conteúdo também foi bastante diverso. Acompanhei a palestra sobre fraude online em e-commerce, do Gustavo de Paula (ClearSale), que apresentou a importância de estudar o histórico do cliente a partir do primeiro indício de anomalia no comportamento de compra, fazendo também o uso das ferramentas mais avançadas existentes para o controle antifraude. As etapas básicas, e que na maioria das vezes não são seguidas, devem orientar a empresa para a verificação do histórico, a análise do perfil e, persistindo a dúvida, entrar em contato antes de efetivar o aceite para a venda.
Nesse processo existem diversas ferramentas e etapas para auxiliar o lojista a se proteger da fraude. Grande parte está no nível um de proteção, contratando empresas Subadquirentes (intermediadoras de pagamentos) como PagSeguro, MercadoPago ou PayPal que são habilitadas pelas empresas Adquirentes (as credenciadoras) com um nível a mais de proteção, como Stone, Rede e Getnet. Depois temos os Gateway (que fazem a ponte dos dados do cartão do cliente com a empresa e o banco) como Mundi, Vindi e maxiPago e as especializadas em Antifraude (que executam centenas de validações no momento da compra em milésimos de segundos), como a ClearSale, CyberSource e Fcontrol. Obviamente que o tamanho do controle varia de acordo com o porte de cada negócio, sendo que o importante é que as empresas varejistas se informem sobre as diversas possibilidades e saibam migrar ou agregar novos sistemas de acordo com o seu crescimento e a importância do e-commerce para sua estrutura organizacional.

 

Transformação digital
Luiz Noldin e João Hatem de Liz, da Inside The Box, apresentaram a proposta da digitalização para pequenos empreendimentos, mostrando alguns cases como das lojas da Oscar Freire, em São Paulo, que estão produzindo espaços instagramáveis dentro de seus estabelecimentos, para que consumidores e digital influencers se sintam à vontade para produzir suas fotos e gerar conteúdo a partir dali mesmo. Alguns vão além, entregando estúdios para youtubers gravarem em suas lojas. Foi destacada também a importância da cultura de dados, e que os lojistas promovam ferramentas para que seus funcionários possam adquirir informações de seus clientes durante as visitas às lojas de forma mais rápida, fácil e sem prejudicar a experiência do consumidor.

 

Big data
Dennis Kerr Coelho, da Deepen, falou sobre big data e inteligência artificial em uma aplicação prática voltada para o varejo. Apresentou mapas e possibilidades de atingimento de públicos com análises baseadas em perfis, comportamentos e diversos dados demográficos. Diferente da vertente apresentada anteriormente, aconselhou cadastrar todos os dados possíveis de clientes e prospects, mesmo que você não precise momentaneamente dos mesmos. É uma riqueza que pode ser lapidada para futuras interações.

 

Reconhecimento facial
Eládio Isoppo, da PayFace, mostrou a facilidade de fazer compras apresentando apenas o rosto. Isso mesmo: sua empresa lançou o software de reconhecimento facial que permite ao usuário pagar suas contas sem cartão, carteira, cheque, smartphone e nada mais. Basta olhar para a câmera com o software instalado no chek-out da loja e está tudo certo. De acordo com Eládio, os estabelecimentos comerciais não se preocupam tanto – ou não tanto quanto deveriam – com a opinião de seus clientes, sendo que a pergunta mais feita pelos mesmos não é se gostou do que comprou, e sim aquela famosa frase na hora de faturar o cliente: crédito ou débito? Com o reconhecimento facial, o lojista tem acesso a diversos dados do cliente, como nome, idade, localização e preferências. Dessa forma fica livre para prestar um atendimento diferenciado, sem se preocupar com a forma de pagamento. O palestrante também apresentou a metodologia cohort, na qual é possível comparar comportamentos de grupos de clientes e aplicar ações específicas para retenção ou ampliação das vendas.

 

Recomendações e avaliação do consumidor
Santiago Edo, da Reviwer, falou sobre a importância de construir e manter uma boa reputação online. Apresentou casos de escolha de clientes de empresas baseado no local de busca e como é possível ao varejista se destacar em relação à concorrência tomando algumas medidas simples de preenchimento adequado do seu perfil em redes sociais e no Google. Destacou a importância das estrelas nas avaliações para o decisor da compra, formas de dar feedback aos clientes e atenção máxima ao que é comentado, tanto positivo como negativo, sendo este último uma ótima oportunidade para correção de rota e crescimento da empresa.

 

Inovação na arquitetura e no varejo
A ASBEA/SC – Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura apresentou no Palco Principal o case O varejo físico não morreu – roteiro de inovação, com palestras de diversos arquitetos e iniciativas abordando os caminhos e oportunidades para alavancar negócios através da arquitetura. Diversos palestrantes abordaram temas valorizando elementos como a luz no ambiente do varejo, a experiência do consumidor, conexão com a cidade, renovação dos espaços, lojas que marcam, entre outros.

 

Futuro e inovação no varejo
O futurista Demetrio Teodorov falou sobre O futuro e a inovação no varejo mundial, abordando cases como a Starbucks que vendeu sua plantação de café para a Nestlé e passou a focar em conexão e interface com as pessoas, lançando a Starbucks Roastery, uma nova experiência sensorial. Na cafeteria é possível interagir com mestres torrefadores, baristas e mergulhar fundo no universo e na história do café. Praticamente um parque de diversões para os amantes de uma das bebidas mais consagradas e consumidas no mundo. Teodorov também apresentou casos evidenciando a importância em manter o foco no comportamento das pessoas e que, sempre, a tecnologia vem em segundo lugar, em consequência dessas atitudes humanas. Com foco nisso, foi lançado o Apptité, o primeiro aplicativo que une consumidores interessados em comida saudável e cheffs, cadastrados na plataforma, capacitados para produzi-las. Também destacou o Eats For You, que tem raciocínio semelhante, mas baseado em comida de família, comida de casa, do dia a dia. Além disso, ainda no segmento comida + inovação, trouxe o exemplo do Robomart, um veículo de entrega de hortifrutis via App. Fácil como comprar na Amazon, rápido como chamar um Uber.

 

Oportunidades para inovar
Inova+Ação não trouxe uma solução ou fórmula definitiva de como inovar no mercado, até porque não era essa a proposta. Mas o evento trouxe combustível suficiente para fazer pensar, para que empresas e empreendedores possam caminhar juntos, construindo de forma colaborativa a inovação e as mudanças necessárias no trabalho, na renda, no consumo, na socialização e na relação com a cultura e o ambiente. A economia criativa e colaborativa, presente nas diversas trilhas do evento, traz o convite para essa nova caminhada. Está claro que a trilha da mudança é para ser feita juntos: empresas, consumidores, poder público, entidades e sociedade. Só assim teremos um futuro brilhantemente inovador. Aqui mesmo, em Florianópolis.
 

 

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