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Coluna Ozinil Martins | Onde foi parar o humor do brasileiro?
06 de Julho de 2022

Coluna Ozinil Martins | Onde foi parar o humor do brasileiro?

"A ação nefasta produzida a partir do politicamente correto afetou de forma concreta a forma como o povo vivia"

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Por Prof. Ozinil Martins de Souza 06 de Julho de 2022 | Atualizado 06 de Julho de 2022

De acordo com World Happiness Report, em sua 10ª edição, os dez países mais felizes do mundo são: Finlândia, Dinamarca, Islândia, Suíça, Holanda, Luxemburgo, Suécia, Noruega, Israel e Nova Zelândia; o Brasil está classificado na 38ª posição. Esta análise é baseada no PIB (Produto Interno Bruto) e expectativa de vida. Este pode ser mais um dos tantos rankings que se fazem comparando países em vários aspectos. Seria assim não fosse o momento que vive o país e o mundo em relação a vários fatores que interferem no que se pode chamar de felicidade. Não bastasse a pandemia e suas consequências, entre elas, a desorganização da cadeia produtiva, o desabastecimento de alimentos e demais produtos em função da paralização da produção, a inflação em escala ascendente e da eclosão da guerra entre a Rússia e a Ucrânia há que se conviver com questões, absolutamente, desnecessárias.

No caso específico do Brasil a ação nefasta produzida a partir do politicamente correto afetou de forma concreta a forma como o povo vivia. O humor foi uma de suas vítimas preferenciais e trouxe como consequência a criação de um humor insípido, incolor e inodoro. Vez por outra assisto a Escolinha do Professor Raimundo, a original claro, e vejo as personagens interpretadas sob o comando de Chico Anísio e concluo que, em tempos atuais, seria objeto de pesadas críticas dos hipócritas do politicamente correto ou o programa seria retirado do ar ou substancialmente modificado. Não atoa a Nova Escolinha sofre de uma deficiência humorística severa. Quando Costinha, com sua irreverência (tipicamente brasileira), teria espaço nesta engessada televisão que hoje se pratica?

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Interessante a tentativa da classe dominante em implantar uma forma única de pensar. Este parece ser o objetivo. Evitar que as pessoas ousem pensar diferente daquilo que interessa aos “donos do mundo.” E, se você ousar contrariar o pensamento que se considera dominante, você será rotulado como criador de teoria da conspiração. Interessante como as pessoas que ousam discordar do pensamento comum são rotuladas de forma pejorativa. Como já escreveu Lya Luft “pensar é transgredir.” Pensar é sair da caixinha, pensar é ameaçar o “status quo” estabelecido, pensar é criar novas alternativas e, isto ameaça àqueles que querem impor um sistema de vida igual para todos. Será por isto que nossas escolas se limitam a ensinar as crianças o que já existe? Será por isto que o método de ensino mais usado é a memorização? Assim criamos pessoas obedientes e sem capacidade de transgredir ou ameaçar o sistema que aí está.

Quando tomamos conhecimento de que há movimento para proibir o jogo de xadrez por ser racista o motivo para preocupação com o absurdo aumenta de forma exponencial. Veja os argumentos dos defensores da proibição do jogo milenar: os peões representam as vítimas do capitalismo, os animais, representados pelo cavalo, são maltratados, pois só podem se movimentar em L, a rainha trabalha incansavelmente enquanto o rei nada faz. Como aconteceu com Monteiro Lobato e outros escritores que retrataram seu tempo, a turma do politicamente correto, pretendem revisar a história e criar novas versões ilusórias para justificar seus ideários. A humanidade já viveu tempos difíceis provocados por doenças, guerras, crises econômicas entre outros eventos, mas o momento atual é representado pela crise de valores e pela imposição de vontades em lugar do que realmente aconteceu.

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