Para extrair o petróleo, a indústria de combustíveis demora quase quatro horas, quantidade que quase encheria um estádio de rugby, segundo a nova campanha do Greenpeace, na França.
Um dos pontos a serem levantados na campanha é o fato das empresas petrolíferas serem patrocinadoras de grandes eventos esportivos como tática para tirar a atenção para o impacto ambiental que elas causam.
Junto com a produtora Studio Birthplace, representada por Park Village no Reino Unido, a nova campanha do Greenpeace exibiu um vídeo antes da Copa do Mundo de Rugby de 2023, que, inclusive, tem o patrocínio da TotalEnergies.
“Integridade, paixão, solidariedade, disciplina e respeito são características fundamentais deste esporte e correspondem aos valores da nossa empresa. Mais importante ainda, o rugby é organizado principalmente em torno de uma equipe, assim como a TotalEnergies: um coletivo de mulheres e homens comprometidos com a transição energética”, falou Patrick Pouyanné, presidente e CEO da TotalEnergies, antes de começar o evento, de acordo com o site The Drum.
Porém, Edina Ifticene, ativista do Greenpeace França, disse que a “integridade, paixão, solidariedade, disciplina e respeito – esses são os valores do rugby. Mas empresas de combustíveis fósseis como a TotalEnergies aproveitam esses valores ao patrocinar eventos desportivos populares como o Campeonato do Mundo de Rugby para distrair toda a gente da destruição climática. Entretanto, as empresas de combustíveis fósseis não deixarão de extrair combustíveis fósseis – mesmo sabendo que isso está a pôr em risco um futuro habitável para todos nós – porque gostam dos lucros recordes que estão a obter.”
Campanha do Greenpeace preenche o Stade de France de petróleo
Trazendo a comparação com a produção da indústria, no vídeo da campanha do Greenpeace, da França, chamado “TotalPollution: A Dirty Game” (“Poluição Total: Um Jogo Sujo”, na tradução literal), tem 60 segundos. O estádio escolhido para a animação foi Stade de France, o local onde será realizada a primeira partida entre a França e os All Blacks, da Nova Zelândia, no dia 8 de setembro.
O conteúdo tem a voz de Seán Burke, um comediante e ator irlandês, e do Guillaume Meurice, que é comediante e colunista de rádio francês. O final do vídeo da campanha do Greenpeace mostra a destruição climática causada na realidade e como esta indústria destrói indiretamente o planeta.
“Queremos uma proibição total da publicidade de combustíveis fósseis e do patrocínio de grandes eventos desportivos. Não beneficia apenas as empresas de combustíveis fósseis e distrai deliberadamente todos da destruição ambiental que causam e das comunidades que prejudicam. Para um mundo mais seguro e mais justo, temos de acabar com a era dos combustíveis fósseis, começando com novos projetos de combustíveis fósseis que destroem o clima, antes que seja tarde demais”, disse Ifticene enfatizando a importância da nova campanha do Greenpeace.
Foto: Pexels