O presidente da empresa privada de participações em pesquisas náuticas PDBS (Ports developed by Shiphandlers), André Guimaraes Rodrigues, e o diretor do departamento maritimo Ricardo Alan Dal Bo estiveram na Secretaria de Estado da Infraestrutura do Governo de Santa Catarina apresentando os projetos dos portos de Balneário Camboriú e Penha – BC Port e Penha Port.
“Os projetos podem colocar Santa Catarina como rota de partida e chegada dos Cruzeiros para o “Fim do Mundo” (extremo sul do Chile) e base central de novas rotas no Mercosul, além de termos a possibilidade de abastecer os navios com produtos made in SC”, disse Mane Ferrari, gerente de Infraestrutura Aquaviária.
Segundo o gerente da Secretaria, o objetivo é dotar o estado de infraestrutura portuária de turismo completa, com área alfandegada e de reabastecimento dos navios. “Isso permitiria que turistas do Brasil todo viessem para Santa Catarina, alugassem um carro, visitassem várias cidades e atrações, para em fim partir em cruzeiros como continuação de suas férias, ao exemplo do que ocorre na Flórida”, concluiu Mane Ferrari.
Conheça a proposta da Ports developed by Shiphandlers
“A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é: “o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro”.
O modelo ideal busca Indústria limpa de matriz econômica infinita – TURISMO, nesse caso navios de cruzeiro, possui a capacidade de colocar Balneário Camboriú nos roteiros internacionais, gerando milhares de empregos á população, tanto no próprio porto, hoteleiro e lojista, quanto a bordo dos navios que os frequentam, que obrigatoriamente devem tripular com 25% de funcionários brasileiros, e principalmente de forma sustentável.
Cidade de primeiro mundo como Vancouver – Canada, por exemplo, conta com porto de passageiros de similares instalações a de um aeroporto, com lojas, restaurantes e hotel. O porto de Balneário Camboriú é 100% privado e segue o modelo mundial de sucesso adotado pela maioria dos portos de entretenimento.
Atualmente o Brasil não possui portos de entretenimento, exclusivos para recebimento passageiros (turistas em férias), somente terminais inseridos dentro de complexos portuários convencionais de carga, geralmente em localidades industriais/ logísticas, adaptados para embarque/desembarque de pessoas. As distâncias desses terminais até as atrações turísticas, são de 2h de ida e 2h de volta (4horas úteis, metade da estadia do navio), onde o turista tende a passar mais tempo dentro de um ônibus que propriamente na atração turística, onerando e desagradando o passageiro, fator que afeta gritantemente o turismo.
É o caso do terminal de passageiros de Itajaí, que além de se inserir nesse ineficiente contexto, apesar da louvável iniciativa do município de Itajaí, pela configuração e posição geográfica, possui séria limitação de receber navios de no máximo 240m de comprimento, e os navios de passageiros modernos possuírem acima de 280m. Tal configuração resultou em “VERÃO SEM ESCALAS”, ou seja NENHUMA ESCALA prevista para a temporada de 2016/2017.
Outro fato a ser considerado é a posição desse terminal de passageiros em relação a “curva do ferry boat”. Quando o Navio de Passageiros está atracado, ele “entope” o porto, inviabilizando a passagem dos navios de carga de grande porte. Resultado da sua previsão de desativação para MAIO/2017, após a conclusão das obras da bacia de evolução.
Isto posto temos, o estado mais turístico da nação, sem um porto turístico, o que faz urgente a instalação para a economia de forma sustentável.
A atratividade turística de Balneário Camboriú encantou as Companhias de navegação. Em apresentação na feira mundial de cruzeiros marítimos, Sea Trade Cruise Global, o BC Port foi um sucesso. Diante do projeto que contempla um terminal a poucos passos de inúmeras atrações (teleférico, carrinho youhoo, tirolesa gigante, barco pirata e etc..) sem a dependência de transfers, junto a exposição das atrações da magnífica cidade gerou imediata resposta positiva. A CLIA (Cruise Lines International Association) firmou, quase que imediatamente, forte intenção de frequentar o porto. Estima-se pelo menos 100 escalas para a temporada 2021, isso somente contando com as empresas MSC e Costa.
Quais alternativas seriam mais adequadas para a geração e manutenção de empregos em BC? Mais edificações sobre a área verde ao invés de sobre o mar sustentavelmente?
Por certo que o BC Port, assim como qualquer porto, praticamente dobra a capacidade de matriz econômica de uma cidade, amplia arrecadação estadual e nacional, inserindo Balneário Camboriú no primeiro mundo, avançando seus empreendimentos sobre o mar”.
André Guimarães Rodrigues é bacharel em Ciências Náuticas e Prático de Manobras de Navios dos Portos de Itajaí/Navegantes.