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Artigo | Você se relaciona bem com seus fornecedores de capital? Onde e como arranjar recursos para garantir seu futuro.
27 de Julho de 2016

Artigo | Você se relaciona bem com seus fornecedores de capital? Onde e como arranjar recursos para garantir seu futuro.

Por minhas atividades de reestruturação e gestão temporária de empresas tenho me relacionado com dezenas delas, pequenas, médias e até grandes empresas e, praticamente na grande maioria, principalmente nas pequenas e médias, nos deparamos com abertos e flagrantes conflitos entre essas empresas e os bancos com os quais opera.

De acordo com pesquisas feitas, mais de 60% dos problemas dos quais decorre esses conflitos tem a ver com a qualidade de gestão das Empresas. Apenas 17% tem a ver com falta de garantias para operações e 22% devido as altas taxas de juros.

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Vamos nos concentrar nos problemas da porta para dentro de sua empresa e como você se relaciona com seus bancos e demais fornecedores de capitais, como factorings, por exemplo.

O sistema financeiro, em especial quem lhe fornece capital de giro ou de investimento, não  vive  dos  empréstimos  que  lhe faz,  mas  vive  dos recebimentos dos valores que lhe empresta. Se as empresas entram em inadimplência, os bancos sofrem, as taxas sobem, a inadimplência gera conflitos entre as partes.

Para que você melhore seu nível de relação com os bancos e factorings, você deve melhorar seu nível de parceria com eles. É preciso que você os veja como parceiros e não como inimigos que querem lhe extorquir com taxas de juros indecentes, ou exigências de contrapartidas adicionais de serviços, etc.

Faca visitas periódicas a seu gerente, ou melhor, convide-o a vir a sua empresa, mostre a ele seus números de vendas, resultados, despesas etc., peca opinião. Caso você tenha aquele relatório gerencial que so você usa, muitas vezes que você pessoalmente prepara, e isso não é pratica inusual, lhe apresente esses dados, além dos dados contábeis e legais que seu contador prepara. Abra seu coração. Seu gerente, entendendo melhor sua operação e seus resultados, tendera a fortalecer essa parceria com você.

Melhore suas informações legais com demonstrativos de resultados e balanços bem preparados e dentro da técnica, completos e os apresente aos bancos e factorings antes que os peçam, pois isso é visto por eles como compromisso com a parceria. 

Trabalhe com orçamentos pelo menos por 12 meses. Além de dar maior segurança a essa relação, ainda lhe proporcionara conhecimento antecipado de eventuais problemas de apertos de caixa dando tempo de buscar, com antecedência, o apoio necessário junto aos parceiros com relação a necessidades futuras para suprir suas necessidades previstas.

Um bom orçamento, crível, alinhado com a realidade, indicando quando e quanto precisara de recursos no futuro é um forte instrumento de confiança entre as partes, sua empresa e os bancos e factorings. Não deixe para solicitar os recursos quando estiver em déficit, pois as conversas serão mais difíceis e/ou ficarão mais caras. Busque recursos com antecedência quando ainda estiver com caixa positivo.

Se precisar adquirir ativos fixos ou investir em expansão de seu negócio, não o faça com recursos próprios, especialmente se tiver um caixa sem muita margem de manobra. Busque no mercado recursos para esses investimentos, normalmente mais baratos e que não exigem outros ativos em garantia. Os próprios bens adquiridos serão a garantia. São linhas incentivadas disponibilizadas por bancos de fomento, como BNDEs por exemplo. Guarde seus recursos para capital de giro.

Mesmo com uma boa e/ou controlada gestão as empresas precisam as vezes de recursos, e bancos exigem, na maioria das vezes, garantias reais, e muitas vezes as empresas não os tem. Se isso ocorrer, busque no mercado fundos garantidores de crédito para operações como FGI, FGO, FUNPROGER e outros que podem garantir até 80% das garantias.

Bancos e fornecedores de créditos fogem de empresas desorganizadas que trazem risco aos recebimentos de empréstimos feitos. Essas entidades vivem dos recebimentos e, ao receber sua empresa em busca de crédito analisam a concessão sob rígidos critérios, a maioria determinada pelo Banco Central para que os riscos da concessão do crédito sejam mitigados e não afete o sistema.

Analisam basicamente seu histórico. Se já tomou créditos antes e os pagou em dia sem stress, terá boa avaliação nesse quesito.

Analisam ainda sua capacidade futura de pagamento, ou seja, os valores concedidos deverão estar em linha com sua capacidade de gerar caixa e pagar esses créditos no futuro;

Analisam sua solidez financeira. Se sua operação movimenta 100 e você já tem créditos que possam estar além de sua capacidade, a dificuldade de conseguir novos valores tendem a se reduzir fortemente.

Analisam ainda sua capacidade de fornecer as garantias necessárias, títulos, duplicatas, ativos reais etc., assim como olham também as condições econômicas gerais e setoriais, estas fora de seu campo de controle, mas que afetam a concessão de crédito.

Como já mencionado, os concedentes de crédito analisam com base nesses critérios o risco de sua empresa não ter condições de pagar o crédito concedido. É preciso ficar claro que risco não tem nada a ver com algo negativo para você, mas com algo incerto no futuro. Quanto mais incerto, maior a probabilidade do risco se materializar e maior a possibilidade da não concessão do crédito.

No fundo o que todos buscam se certificar é que sua empresa terá condições de gerar caixa. Há um ditado que diz: Sua empresa não ter lucro aleija, mas não ter caixa mata. Assim é muito importante que tenha total atenção a sua geração de caixa. Melhore suas vendas, reduza suas despesas, equilibre sua operação de tal forma que a geração de caixa seja sempre positiva.

Caso as dificuldades se prolonguem, ou mesmo antes disso, se suas projeções indicarem problemas dessa natureza no futuro, avalie a busca de recursos de capital, um sócio ou investidor, por exemplo, que trará eventualmente maior tranquilidade na gestão futura de sua empresa.

Elizeu Lima

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Jul./2016

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