por Sidnei Luiz Speckart*
A próxima geração de franqueados pode dar mais trabalho para os franqueadores. Tudo isso pela gênese dessa nova geração: que foi o processo de demissão de executivos de alto salário – que gerou rescisões volumosas. O volume financeiro dessas indenizações agora tende a migrar para taxas de franquia e investimentos em obras de loja. Uma boa parte dos franqueadores reunidos na última ABF Franchising, realizada no final de junho em São Paulo com a presença de 65,5 mil pessoas, relatou satisfação com a “qualidade” dos currículos dos candidatos que estão buscando franquias. Se por um lado (o ruim) esta qualificação se deve à demissão de executivos bem pagos, por conta da instabilidade econômica, por outro lado (o bom) isso vai refletir numa melhora qualitativa da próxima geração de franqueados. E eu explico porque:
Essa melhora qualitativa pode ser atribuída ao fato desse time trazer no seu DNA políticas comerciais, de gestão e controle, além de políticas de governança corporativa e compliance, típicos das multinacionais das quais são egressos. Mesmo sabendo que as franqueadoras têm suas políticas bem definidas, um conselho de franqueados oxigenado por gente melhor qualificada tende a elevar o nível das organizações. Mas vai dar mais trabalho. Leve-se em consideração também um dado não quali, mas sim quantitativo: foi nítido o crescimento de 20 a 25% no volume de interessados em abrir franquias.
PRODUTO x SERVIÇO
Há sempre uma preponderância de oferta de franquias de produto, mas em anos anteriores se via uma participação maior e crescente de marcas de serviços. Nesse ano, porém, a superioridade da oferta de produtos sobre a de serviços foi avassaladora. Otimistas dizem que isso é bom para a indústria. Mas eu não faço juízo de valor.
De concreto vimos a maior velocidade de fechamento de negócios, numa clara evidência da lufada de otimismo iniciada com a deflagração do processo de impeachment. De todo modo ainda existem aqueles que querem o final do processo para baterem o martelo.
Confiamos fortemente que a Exposhopping, que acontece – 12 e 14 de setembro – no Transamérica Expo, durante o 14o. Congresso Internacional de Shopping Centers, numa iniciativa da Abasce, vai referendar esse momento. Esperamos que com mais contratos assinados e muitas inaugurações programadas para outubro, novembro e dezembro. O último semestre será o semestre da virada. Acreditem!
*Sidnei Luiz Speckart fez carreira em shopping centers com atuação nos mercados do Sul e Sudeste. Atua como consultor de Varejo e como gestor de negócios na Midiaweb Interactive – empresa da Economia Digital. – Contato: [email protected]