O mundo do marketing de influência e de creator economy continua evoluindo, sendo impulsionado pela junção da tecnologia, cultura e das constantes mudanças no comportamento do consumidor.
A internet e os influenciadores transformaram a maneira como as próprias marcas são construídas. Sendo assim, é fundamental compreender as tendências que moldam o futuro dessas indústrias dinâmicas. Segundo uma pesquisa realizada no início do ano, pela Influencer Marketing Hub, mais de 85% das empresas entrevistadas dedicam um orçamento ao marketing de influência. No entanto, é fundamental estar atento às mudanças nas estratégias. As marcas estão repensando como se envolver com os consumidores, usando influenciadores e creators de maneiras mais confiáveis e aprofundando os relacionamentos, indo além da previsibilidade dos posts patrocinados.
De olho nesse movimento, Livia Carvalho, Head de Estratégia Digital da Road, agência referência em marketing digital, destaca4 tendências no marketing de influência e creator economy, confira:
1 – Autenticidade: o público está cético em relação à publicidade tradicional e busca conexões reais com as marcas. Por isso, a autenticidade é uma moeda de alto valor. As pessoas sabem que os criadores de conteúdo têm a liberdade de compartilhar opiniões honestas e transparentes, sem a pressão de vender um produto específico. Então, quando um criador fala sobre um produto ou serviço que ele realmente gosta e usa, os seguidores confiam nele, porque sabem que é baseada em experiências reais. Mais uma prova de que o público busca por transparência e veracidade, de acordo com estudo da Mind Miners, 47% dos entrevistados afirma que o que poderia melhorar nas publis dos influenciadores é eles provarem/testarem os produtos durante a publicidade.
2 – Estratégias multicanal: os influenciadores e criadores estão expandindo sua presença em diversas plataformas, aproveitando as características únicas de cada uma para ter mais opções de monetização e alcançar públicos mais amplos e engajados. No último ano, uma variedade de plataformas lançou mais de 10 maneiras distintas para monetização, teste de conteúdo e ampliação de alcance. Os criadores estarão onde podem alcançar melhor seu público e serem monetizados, portanto, nenhuma plataforma está segura.
3 – Conteúdo em áudio: o formato de podcast está crescendo rapidamente, com ouvintes chegando a 500 milhões em 2024, e, consequentemente, podcasts de influenciadores estão se tornando mais populares. Criadores de conteúdo veem o podcast como uma ferramenta que pode ajudá-los a se conectar mais com as pessoas, o que cria uma grande chance para as marcas. Ao fazer parcerias com podcasters, as marcas podem se conectar com um público ativo e dedicado, criando laços fortes com os ouvintes.
4 – Cocriação: as marcas querem compreender melhor e se conectar com suas comunidades. O processo colaborativo com influenciadores e creators não apenas enriquece a identidade da marca, mas também proporciona insights valiosos que podem direcionar tomada de decisões e fortalecer o relacionamento com o público-alvo.
Recentemente, a marca de moda Pacsun lançou o “Pacsun Collective”, grupo de criadores de conteúdo, fotógrafos, estilistas e outros artistas selecionados para “co-criar o futuro da marca”, desde campanhas até peças. A Claire’s, outra marca focada em jovens, lançou também um coletivo criativo semelhante: o The Collab, uma plataforma de influenciadores para a Geração Z e Alfa que, segundo a marca, guiará sua estratégia criativa. Eles planejam consultar o coletivo sobre futuras campanhas, criando vitrines de lojas, eventos e conteúdo para as redes sociais. Já no Brasil, o creator Gabriel Sá ilustrou e dirigiu pelo segundo ano consecutivo a campanha de aniversário do Magalu.
Como observado, muitas marcas estão explorando parcerias genuinamente colaborativas com macro criadores. Em fevereiro, a Beleza na Web, e-commerce de beleza do Grupo Boticário, criou sua própria linha própria de maquiagem em colaboração com a influenciadora Nah Cardoso. O canal, já consolidado na categoria de cabelos, lançou a marca como uma estratégia para se diferenciar da concorrência. A linha já nasceu grande em awareness e força de marca, reforçando a credibilidade e autoridade que parcerias mais profundas com influenciadores trazem. Esse sucesso é resultado de um trabalho em conjunto desenvolvido desde 2022.
“A influência não está mais vinculada ao número de seguidores, mas sim à capacidade de construir e manter uma comunidade engajada,” reforça a especialista. Uma pesquisa da BazaarVoice revelou que 72% dos consumidores não ligam para quantos seguidores um influenciador tem. Além disso, na lista de motivos para dar unfollow, a “falta de engajamento com os seguidores” está nos principais.
O abandono de velhos conceitos vem aliado à busca por narrativas genuínas e parcerias transparentes. Os influenciadores que mantêm a sua autenticidade enquanto divulgam mensagens das marcas têm maior probabilidade de promover a confiança e o envolvimento com os seus seguidores.
Fonte: Estudo Mind Miners