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Coluna Ozinil Martins | Pisa não é só um exame; é uma denúncia!
13 de Dezembro de 2023

Coluna Ozinil Martins | Pisa não é só um exame; é uma denúncia!

Quais são os reflexos da falta de formação básica de qualidade?

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Por Prof. Ozinil Martins de Souza 13 de Dezembro de 2023 | Atualizado 13 de Dezembro de 2023

Divulgados os resultados do Exame de Pisa, ano base 2022, a surpresa foi à queda do nível de ensino em países ocidentais; a tendência de domínio dos países asiáticos se mantem e acentua. Se, é nesta hora que se semeia o futuro, a colheita do ocidente parece não prognosticar nada de bom.

No dia 06.12.2023 começou o novo regime de identificação de pessoas no Brasil. A carteira de identidade passou a ser universal, isto é, uma única carteira para todos os Estados e, tendo como base o número do CPF. Imaginem quanto tempo foi necessário para que o governo federal tomasse a decisão de unificar o documento diminuindo, consideravelmente, a possibilidade de fraudes e tirando o doce das mãos dos estelionatários.

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Em recente entrevista do Sr. Sidney Oliveira, leia-se rede de farmácias Ultra Farma recebi surpreso, a informação de que receitas médicas só tem validade em seu Estado de origem.

Outra informação fornecida foi de que começou a trabalhar com 9 anos como lavador de utensílios em uma farmácia de manipulação de onde vem sua opção por seguir neste segmento da economia e, a afirmação de que o “brasileiro toma impostos” tal a carga tributária dos Estados sobre os remédios.

Mas, qual a correlação entre estas informações e o Exame de Pisa?

Vamos aos dados de Pisa; Em matemática o Brasil atingiu 379 pontos, isto é, 93 pontos abaixo da média dos países da OCDE; em leitura a pontuação foi de 410 pontos ficando 66 pontos abaixo da média e em ciências foram obtidos 403 pontos sendo 82 pontos abaixo da média.

Os países que puxaram esta pontuação foram, por ordem de classificação, Singapura, Japão, Coreia do Sul, Estônia e Suíça, para ficar nos cinco primeiros, o que mostra a tendência de mudança do eixo econômico para o continente asiático. O Brasil, entre 81 países ocupou a “honrosa” 64ª posição.

Entre 2010 e 2013 os índices de desistência do ensino superior indicavam uma perda de 52,26% dos estudantes no ensino superior presencial e 66,6% no ensino superior à distância. Interessante são os cursos que apresentavam as maiores desistências: Engenharia Mecânica e Sistemas de Informações. Isto significa dizer quando maior a necessidade da presença da formação básica a deficiência fica mais escancarada.

Em dados computados no período de 2017 a 2021 o Instituto SEMESP aponta para um índice de desistência ao redor de 55% dos estudantes que não completam o curso superior. Isto significa dizer um desperdício de dinheiro, tempo, material com o consequente comprometimento do futuro.

A conclusão que se chega, sem grandes aprofundamentos, é a de que: os reflexos da falta de formação básica de qualidade, refletirá em todos os indicadores sociais do país, desde o aumento da violência até os problemas crônicos da saúde.

Continuaremos a ser um país em que os problemas simples, como a carteira de identidade e o receituário médico, se ombrearão com o problema complexo do crime organizado por omissão ou interesse dos poderes constituídos e, fundamentalmente, pela pouca ou nenhuma perspectiva de futuro para os jovens.

Créditos: Freepik

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