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Coluna Ozinil Martins | O Brasil está preparado para o envelhecimento de sua população?
06 de Dezembro de 2023

Coluna Ozinil Martins | O Brasil está preparado para o envelhecimento de sua população?

Os questionamentos são inúmeros e o que vemos é uma profunda inércia do governo

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Por Prof. Ozinil Martins de Souza 06 de Dezembro de 2023 | Atualizado 06 de Dezembro de 2023

Quem exerce cargos eletivos em um país, em qualquer de seus níveis, tem a obrigação, independente da área em que é formado, de preocupar-se com o planejamento deste país. Administrar o dia-a-dia e projetar o futuro! Ao mesmo tempo em que se organiza e gerencia o presente, há que se preocupar com o futuro distante. Isto vale para políticos e para pessoas comuns.

Claro que, quanto mais preparadas e educadas as pessoas, mais fácil fica este trabalho. Só como exemplo, atualíssimo, de descaso com o planejamento público, é o que está acontecendo em Maceió e a mina de sal gema da Braskem; bairros inteiros desocupados, moradores desalojados e risco de colapso iminente da mina com prejuízos incalculáveis para toda uma cidade e a mina está autorizada a funcionar desde 1976 e, sempre, debaixo de controvérsias. Onde estava o Estado em todo este tempo?

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Vale recordar os desastres ambientais de Mariana e Brumadinho que ainda estão vivos na memória do povo brasileiro e mostram, insistentemente, o descaso com que é tratado o planejamento no Brasil. Daí a pergunta que intitula esta coluna: O Brasil está preparado para o envelhecimento de sua população?

Os dados que começam a ser divulgados resultantes do censo demográfico realizado em 2022 mostram que a população brasileira envelhece em ritmo acelerado com todas as consequências que podemos imaginar.

A idade média da população que em 2010 era de 29 anos passou para 35 anos em 2022; isto nos faz pensar que o decantado país do futuro já chegou ao presente e projeta um futuro amargo para os brasileiros. Em 2050 o IBGE projeta um percentual de 29% da população na faixa de idosos com a perspectiva de vida em 2030 atingindo 78 anos. Este quadro exige, no momento atual, uma série de medidas que venham a garantir a qualidade de vida dos brasileiros no futuro. Aproveitar o bônus demográfico para fazer a poupança que garantirá o futuro parece utopia aos que gerem o Estado.

Como se comportará o sistema de aposentadorias? E a saúde pública terá condições de atender as necessidades da população? Como será o treinamento das pessoas idosas para permanecerem por mais tempo no mercado de trabalho? Como funcionará o sistema para atender as necessidades de adequação à Inteligência Artificial?

Enfim, os questionamentos são inúmeros e o que vemos é uma profunda inércia do governo que se limita a apagar incêndios e não dedica atenção ao planejamento estratégico que deveria ser uma de suas prioridades.

Se dermos a este imenso problema o mesmo tratamento que o país dá à Educação, estaremos caminhando para o caos. O recente resultado do Exame de Piza em que, “orgulhosamente”, nos colocamos entre os 20 piores países do mundo em um elenco de 81 países, em que 7 de cada 10 crianças não sabem fazer as operações básicas de matemática e, que a maioria teve dificuldades para interpretar textos mostra que a classe política está criando um imenso país periférico e condenado à pobreza apesar de suas imensas riquezas materiais.

Hora de sair do discurso e agir para transformar o país em influente “player” no conjunto das nações que governam o mundo.

 

Créditos: Freepik

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