Miguel Fernandes, diretor de IA da EXAME, aposta na inovação que revolucionou o mercado
10 de Outubro de 2024

Miguel Fernandes, diretor de IA da EXAME, aposta na inovação que revolucionou o mercado

Qual é a montanha que você está subindo? Você realmente quer subir essa montanha?

Por Prof Jonny 10 de Outubro de 2024 | Atualizado 10 de Outubro de 2024

Na era da transformação digital, a Inteligência Artificial (IA) tem moldado o futuro de várias indústrias, sendo uma referência nesta área, Miguel Fernandes, Chief AI Officer da EXAME, nos apresenta uma trajetória que combina ousadia e inovação. Ele tomou decisões estratégicas que não apenas redefiniram sua carreira, mas também posicionaram a EXAME como uma referência em IA no país. Miguel é formado em Engenharia da Computação pela UFRJ e tem Pós-Graduação em Sociologia e Cultura pela PUC do Rio de Janeiro. Direto de Lisboa, onde mora desde 2023, ele compartilha insights valiosos sobre suas escolhas e como suas experiências podem inspirar outros profissionais a navegarem pelas complexidades de uma carreira em constante transformação.


Grato por sua contribuição com nossa coluna de carreira. Você desempenhou papéis variados, desde fundador de empresa, passando por professor e consultor de tecnologia. Quais decisões você considera que foram mais estratégicas no início de sua carreira que contribuíram para lhe levar ao momento atual?

Acho que as minhas decisões, por mais contraditório que pareça, foram muito baseadas na minha intuição. À medida que eu ia realizando tarefas e assumindo responsabilidades, eu prestava muita atenção ao sentimento que aquilo me passava. Se eu estava gostando ou não, e do que exatamente eu gostava ou não. O que dava certo era o que eu gostava de fazer, e fui me direcionando para aquilo que mais me interessava.
No início, por exemplo, eu gostava muito de programar. Passava madrugadas inteiras programando, horas e horas, obcecado pelo que eu gostava de fazer. Eu programava muito, e não era qualquer coisa. Comecei com joguinhos, porque gostava de jogar, mas logo passei a criar sistemas que me geravam dinheiro. Comecei a trabalhar com isso, recebendo salário. Em determinado momento, isso deixou de ser o que mais me dava prazer, e foi quando comecei a olhar mais para a gestão.
Mais do que programar um sistema, eu queria mobilizar e organizar um grupo de desenvolvedores para que eles programassem. Assim, eu poderia fazer sistemas mais complexos, porque teria mais pessoas programando. O meu trabalho passou a ser gerenciar esses talentos, organizar projetos, fazer a arquitetura e a gestão dos projetos, mais voltado para a gestão do que para a programação propriamente dita. Fiz mais de 100 projetos de startups. Trabalhei muito com startups.
As viagens para fora do Brasil sempre me ajudaram muito. Um dos momentos de virada da minha carreira foi quando vivi um tempo em Nova York e conheci o ecossistema de startups. Isso foi em 2010, e eu nunca tinha ouvido falar de startups antes. Vi que havia uma demanda por profissionais de tecnologia nos Estados Unidos, pois os salários estavam muito altos, e a demanda ainda existe. Criei meu primeiro negócio, a Inventos Digitais, para montar equipes de tecnologia para startups americanas no Brasil. Depois, comecei a fazer isso também para startups brasileiras.
Isso tudo veio de uma viagem, quando saí da minha zona de conforto no Rio de Janeiro, onde eu trabalhava com gestão de times de desenvolvimento no mercado financeiro. Conheci um novo mundo e comecei a realizar esses projetos. Foram mais de 100 projetos, muitos deles bem-sucedidos, com startups crescendo, fazendo rodadas milionárias ou sendo vendidas. Aí pensei: “Se estou fazendo isso para os outros, posso fazer para mim.” Foi quando entrei na terceira fase da minha carreira.
Depois da programação e da gestão, surgiu um terceiro desejo forte: quando meu filho nasceu, comecei a me preocupar com o desenvolvimento da inteligência dele, o que me levou à educação. Decidi criar uma empresa para ensinar desenvolvimento de software para crianças, a Code Comet. Escrevi material didático, dei aulas para crianças e adolescentes, e depois cheguei a ensinar em nível superior, até para alunos de doutorado. Essa empresa não deu certo, pois eu não tinha sócios, e aprendi a importância de ter um bom time.
Depois da Code Comet, criei outra empresa, junto com meu sócio Bruno Leonardo. Criamos uma plataforma de educação corporativa com inteligência artificial, que recomenda conteúdos aos colaboradores das empresas. A empresa chama-se Witseed, e eu assumi a posição de diretor de Inteligência Artificial, cargo que ocupo até hoje. Esse foi o quarto grande desejo que orientou minha carreira: a inteligência artificial.
Quando vendemos a empresa, eu já via uma grande oportunidade na inteligência artificial generativa, como o ChatGPT. Vi que aquilo poderia dar certo. Montei um plano de ação e fiz uma apresentação para o CEO da Exame, mostrando que precisávamos ter um Chief AI Officer. Eles compraram a ideia, e deu super certo. Hoje, já vendemos dezenas de milhões de reais em cursos de MBA. Também sou coordenador do MBA em Inteligência Artificial para Negócios da Exame.
Assim, fui juntando meus interesses: tecnologia, gestão, educação e inteligência artificial. Hoje, dedico minha vida profissional a esses assuntos.

 

Em sua jornada, você menciona ter construído equipes ágeis e desenvolvido produtos inovadores. Pode compartilhar uma experiência em que enfrentou desafios ao formar uma equipe e como superou esses desafios para alcançar resultados relevantes?

O que existe até hoje tem a ver com as pessoas. Quando você começa a trabalhar com gestão, no meu caso, a gestão passa a ser de pessoas. Então, os problemas também passam a ser relacionados às pessoas. Os desafios são lidar com as pessoas, mobilizá-las, considerando que cada uma tem seus problemas, anseios e dificuldades.
Quando falamos de projetos de tecnologia, há um conhecimento sobre o projeto que fica muito na cabeça da pessoa que está trabalhando nele. Ao desenvolver um software ou sistema, o que você está fazendo é descrever, de forma que o computador entenda, como determinado processo ou sistema funciona, sem ambiguidades.
Se você está em um projeto no início, após três, quatro, cinco meses, e a pessoa responsável sai porque recebeu uma oferta melhor para trabalhar em outro lugar, você perde todo o conhecimento acumulado. Acho que esse foi o principal desafio em vários projetos.
A forma que encontrei para mitigar isso nos projetos futuros foi diversificar. Nunca deixo apenas uma pessoa responsável por todo o conhecimento do projeto; sempre tenho uma equipe. Normalmente, trabalho com uma dupla: uma pessoa mais sênior e outra mais júnior. O mais júnior vai aprendendo com o mais sênior, e vice-versa. Acho que é isso.

 

Sua abordagem multidisciplinar e holística para os negócios pode trazer lições a várias pessoas. Poderia nos contar sobre um momento em que essa perspectiva o ajudou a identificar oportunidades não convencionais, levando a soluções criativas e bem-sucedidas para um projeto ou iniciativa?

O exemplo mais recente disso é o meu cargo atual. Além de ser engenheiro de software, também tenho pós-graduação em Sociologia e Cultura pela PUC do Rio de Janeiro, o que me dá uma sensibilidade em relação ao que acontece no mundo e na sociedade, algo que outros profissionais de tecnologia não têm. A ponto de eu conseguir inventar o meu cargo — essa profissão que tenho hoje literalmente não existia, eu a criei.
Inventei esse cargo a partir de uma leitura sobre o que estava acontecendo no mundo. Observei que essa ferramenta é revolucionária, que mudará a forma como as empresas trabalham, tornando as pessoas mais produtivas. Hoje, não existe uma formação para profissionais de negócios, que não querem ser desenvolvedores, sobre como usar esse tipo de tecnologia e quais os impactos que ela pode ter em suas vidas. Foi essa sensibilidade, vinda de uma formação mais abrangente, e não de um curso tradicional de tecnologia, que me fez ter essa ideia e levá-la adiante.
Outra coisa que tenho feito bastante, também vinda dessa formação mais ampla, são palestras. Virei uma espécie de comunicador nos últimos anos. O que mais faço é falar sobre inteligência artificial e tecnologia, provocando as pessoas a usarem essa tecnologia. Quando estou em uma palestra, no palco, na frente de 2.000 pessoas, falando sobre um tema, preciso ter muita sensibilidade para ajustar o ritmo — acelerar quando está ficando monótono e desacelerar quando o assunto está interessante. Também controlo o tom de voz, modulando para tornar o conteúdo envolvente. A forma como conduzo as palestras vai evoluindo com o tempo. A maneira como conto as histórias também muda. Todos os ensinamentos que tento passar, passo através de histórias. Sempre gostei muito de escrever, e quando você escreve, você aprende a falar também, pois vai adquirindo um repertório de vocabulário, ideias, e agilidade no pensamento. Quando estou falando, muitas vezes estou escrevendo mentalmente antes de falar. Colocar no papel, escrever, selecionar as melhores ideias e lapidar todo o processo faz parte de algo que não é comum para um profissional de tecnologia, mas que completa minha formação multidisciplinar.

 

Você mencionou o bem-sucedido “exit” da Witseed quando foi adquirida pela EXAME. Pode compartilhar algumas lições que aprendeu ao longo desse processo de aquisição e como essa experiência influenciou sua abordagem em projetos subsequentes?

Eu acho que, antes da aquisição, ter sócios que sejam complementares a você é muito importante. O Bruno, meu ex-sócio, é uma pessoa totalmente diferente de mim, com habilidades e formas de lidar com as pessoas bem distintas. Eu sou mais impulsivo, mais disruptivo, tenho as ideias mais “malucas” e faço as coisas, às vezes sem planejar tanto. Muitas vezes dá certo, mas às vezes não. Às vezes acabo passando por cima das pessoas, o que pode gerar descontentamento. Já Bruno é o oposto. Ele não é conservador, mas tem uma postura mais calma diante das novidades, uma inteligência emocional maior que a minha, e lidava melhor com as conversas com investidores. Ele é mais institucional do que eu. Isso casou bem, e formamos uma boa dupla, o que foi essencial para o sucesso do processo de “exit” que você mencionou.
Após o “exit”, acho que a principal lição foi o desapego. Durante quase 10 anos, a empresa era minha e do Bruno. Fazíamos o que entendíamos ser o melhor para a empresa, sem precisar consultar ninguém, sem pedir aprovação. Se decidíamos fazer um curso sobre Inteligência Artificial, íamos lá e fazíamos. Se queríamos uma campanha de Black Friday com descontos, fazíamos. Mas hoje, na estrutura da Exame, não é assim. Entre ter uma ideia e vê-la se materializar, podem se passar meses — três, seis meses. As pessoas que faziam parte da Witseed foram saindo e outras entraram. Hoje, a Witseed virou um produto dentro da Exame. Eu nem estou mais na operação, nem sei o que está acontecendo no dia a dia. Esse desapego foi importante para evitar frustrações com o desmantelamento da estrutura que construímos. Dois anos depois, sobraram apenas eu, o Bruno e mais duas ou três pessoas que estavam conosco naquela época.

 

Sua jornada profissional nos últimos anos é bem diversificada, abrangendo desde fundar sua própria empresa até liderar equipes em projetos inovadores. Pode nos contar sobre uma decisão específica que teve um impacto significativo em sua carreira nos últimos cinco anos e como essa decisão moldou suas experiências subsequentes?

Acho que a decisão que mais mudou minha carreira nos últimos anos, talvez nos últimos dois, foi me tornar o Chief AI Officer na Exame. Não era uma coisa nem um pouco óbvia na época. Hoje parece, mas, naquele momento, esse cargo não existia. Inteligência Artificial estava no início da onda, ninguém sabia direito o que era. Não havia uma descrição de cargo, não havia nada. Eu tinha acabado de entrar na Exame e estava cuidando de educação corporativa. Fiz essa aposta, que poderia ter dado errado, mas mergulhei de cabeça.
Comecei a produzir muito conteúdo para redes sociais e a me tornar uma figura pública que falava sobre o tema. Isso foi ótimo para a Exame também, porque a empresa se tornou a principal referência em Inteligência Artificial no Brasil. Não há outro player com a mesma relevância, seja em termos de conteúdo ou educação. Temos uma editoria de Inteligência Artificial, mais de 10.000 alunos, e o nosso MBA em Inteligência Artificial chegou a faturar mais do que a publicidade em alguns meses, tornando-se o principal produto da empresa.
Eu trabalho à distância, já que a Exame funciona presencialmente em São Paulo. Todo mundo vai ao escritório diariamente, e eu fico aqui, tentando pilotar tudo remotamente, embora viaje para o Brasil com frequência para eventos e compromissos presenciais. Essa foi uma virada importante na minha carreira: me tornei um líder nesse assunto no Brasil, fruto de uma aposta feita há dois anos, que deu certo.
A próxima parte tem a ver com a Exame e minha atuação como Chief AI Officer. Antes, meu cargo era Head of Learning Technologies. Quando fizemos a operação na Witseed, eu cuidava de toda a parte operacional. Meu trabalho incluía definir quais cursos seriam produzidos, selecionar os executivos que iriam gravar, e, junto com minha equipe, criar o conteúdo instrucional, gravar, editar e subir as aulas na plataforma. Eu gerenciava a área de educação, definindo temas e produzindo as aulas; a área de cinema, que cuidava da gravação e edição; a área de tecnologia, responsável pela plataforma onde as aulas seriam assistidas; e a área de engajamento, que promovia os cursos, como se fosse uma série da Netflix, com trailers e outros materiais de divulgação.

 

Como Chief AI Officer na EXAME, você lidera o desenvolvimento de iniciativas de aprendizado digital. Pode compartilhar um exemplo de como você aplicou sua experiência em formação de equipes e inovação para criar soluções de treinamento que aprimorem as habilidades dos profissionais de negócios?

Eu tinha que fazer a gestão de tudo isso: profissionais de educação, profissionais de cinema, profissionais de tecnologia. Então, eram quatro equipes: uma de cinema, uma de educação, uma de tecnologia e uma de marketing, que fazia o engajamento. Eu fazia a gestão usando o método ágil em tudo, dei muitos cursos sobre o método ágil na plataforma. Além disso, eu gravava muitos cursos. Essa capacidade de fazer a gestão de um time de cinema para produzir filmes não é algo ensinado em tecnologia; foi a minha sensibilidade em outras áreas que me permitiu ter esse desempenho. Nem sei se foi sucesso, porque nem acho que eu era um bom gestor de filmes — era a parte que eu menos gostava. Acontecia de tudo, como câmera com problema, iluminação que não funciona, o executivo que quebra a perna na hora… Eu achava isso bem chato.
Então, quando fui para a Exame e vi que já tinham uma estrutura de audiovisual e de criação de conteúdo, decidi repassar essas tarefas que eu não queria mais fazer. A Exame absorveu essas responsabilidades, e eu migrei para focar em inteligência artificial, que era meu grande desejo naquele momento.

 

Uma pergunta que não estava prevista, mas surgiu ao longo desta interação. Quanto tempo você morou em Nova York? E por que você decidiu por Lisboa?

Não gostei de Nova York. Fiquei lá por três meses, ou até menos, e pedi para voltar. Achei a cidade muito opressora, com muita luz, muita gente, barulho demais. Não lido bem com esse excesso de estímulos, é tudo muito agitado. Fica-se com a sensação de estar sempre perdendo algo. Foi uma experiência ruim, mas também foi pouco tempo e eu era jovem, foi minha primeira viagem internacional.
Sobre Lisboa, já me fizeram essa pergunta várias vezes e minha resposta varia. O principal motivo é que meu filho mora aqui. A mãe dele é portuguesa, morava no Brasil, mas durante a pandemia viemos para cá, ainda casados, e ficamos um ano em Viseu, no norte de Portugal. A cidade é linda, mas muito calma, quase sem atividades culturais ou coisas para fazer, especialmente com criança.
Comecei a vir muito para Lisboa para reuniões de trabalho e também para que meu filho tivesse mais atividades. A mãe de meu filho passou no doutorado aqui em Lisboa, e então nos mudamos para cá. Nos adaptamos super bem. Lisboa tem características perfeitas para o estilo de vida que quero ter. É uma cidade “walkable”, boa para andar. Todos os dias ando pelo menos uma hora tranquilamente. Perto da minha casa tem um parque lindo, onde gosto de caminhar.
A temperatura é ok, só faz mais frio por uns dois meses. Além disso, Lisboa tem uma grande comunidade de imigrantes, cerca de 60% da população. É uma cidade muito amigável para estrangeiros, com imigrantes de vários países: brasileiros, ucranianos, russos, franceses, ingleses, americanos. Você encontra pessoas de todas as partes do Brasil também, de Curitiba, Santa Catarina, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus. Estou lembrando das pessoas que conheci por aqui. A internet funciona muito bem e é uma cidade relativamente barata. Restaurantes têm preços razoáveis, o aluguel é acessível, assim como contas de água e luz. É uma cidade gostosa de viver, e para o meu filho também é ótimo, ele se adaptou bem à escola pública.
Lisboa é uma capital, mas não tem aquele sufocamento das grandes metrópoles como Londres, Nova York ou São Paulo. São Paulo, por exemplo, é uma cidade maravilhosa, mas o trânsito é insuportável. Você passa horas dentro do carro parado. Em Lisboa, tudo está a 10 ou 15 minutos de distância.
Outro ponto positivo é a facilidade de viajar. Com 15 euros, pego um voo de duas horas e estou em Milão, Paris, entre outros lugares. Nada contra as cidades do Brasil, inclusive agora conheço muito mais o país. Antes, morava no Rio e mal saía de lá, ia no máximo para São Paulo. Hoje, viajo mais pelo Brasil, fazendo palestras em várias cidades.

Com base em sua larga experiência, qual seria sua mensagem final para esta entrevista, visando contribuir com alguém em início ou fase de transição de carreira?

É difícil dar conselhos. Eu não sou muito bom nisso porque preciso de muito contexto da pessoa para sugerir algo. Um conselho genérico acaba ficando meio “coach”. Posso compartilhar o que funcionou para mim. Como já falamos aqui, preste atenção na sua intuição e nos seus desejos. Quando você estiver fazendo uma tarefa ou atividade que acha chata, que não te acrescenta nada ou que não te traz valor ao fazer e depois de fazer, vale a pena refletir.
Às vezes, a tarefa pode ser penosa, mas o resultado final compensa. Por exemplo, tem gente que gosta de escalar. A pessoa vai escalar o Everest, o caminho é cheio de dificuldades, frio, pedras, mas quando chega ao topo, sente uma enorme conquista. Isso preenche. Aplique isso no trabalho: qual é a montanha que você está subindo? Você realmente quer subir essa montanha?
Acredite na sua intuição. Para mim, o que funciona é colocar afeto, sentimento e paixão no que faço. Quando isso não acontece, o cliente percebe, o chefe percebe. Então, diria para prestar atenção ao que o corpo, a mente e o coração dizem enquanto você trabalha e buscar maximizar o tempo dedicado às tarefas que te preenchem, tanto ao fazer quanto depois de feitas.
Não se limite a uma única função, como “sou desenvolvedor e só vou programar”. Pode ser que, em algum momento, isso já não te traga satisfação. E encontrar o que te motiva é um desafio. Faça terapia, análise. Eu faço há anos, e isso ajuda muito. É uma oportunidade de se tornar consciente do que você gosta e do que não gosta. Se eu não tivesse feito análise, talvez não tivesse essa consciência. Esse pode ser um bom conselho: faça análise, faça terapia.

Lições de carreira

A trajetória de Miguel Fernandes nos mostra que estar à frente das mudanças exige coragem para se reinventar e abrir espaço para o novo. Com sua visão estratégica e paixão pela tecnologia, ele não apenas impulsionou sua própria carreira, mas também contribuiu para moldar o futuro da Inteligência Artificial no Brasil. Para os profissionais que buscam tomar decisões ousadas e trilhar um caminho inovador, sua história é um verdadeiro exemplo de como é possível transformar desafios em grandes oportunidades.
Grato pela leitura. Nos encontramos no próximo artigo!

Abraço, Jonny

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