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Mídia britânica solicita investigação de modelo de anúncio do Google e do Facebook por contribuir com proliferação de notícias falsas
21 de Março de 2017

Mídia britânica solicita investigação de modelo de anúncio do Google e do Facebook por contribuir com proliferação de notícias falsas

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A News Media Association (NMA, entidade que representa 1.100 títulos de veículos de comunicação do Reino Unido) solicitou ao ao Comitê de Cultura, Mídia e Esporte britânico uma investigação sobre o impacto do Google, Facebook e do modelo de anúncios digitais sobre a proliferação de notícias falsas. Em comunicado, a NMA argumenta que o atual modelo de publicidade digital eleva a remuneração de Google e Facebook em detrimento dos produtores de conteúdo, criando condições para uma “indústria de notícias falsas” prosperar.

“Os veículos de comunicação são, de longe, os que mais investem em conteúdo noticioso original, respondendo por 58% do total investido no Reino Unido”, afirmou a diretora da NMA, Ashley Highfield. “Mas a cadeia digital remunera os distribuidores do conteúdo, e não seus produtores. O governo e as autoridades reguladoras não podem ignorar para sempre o impacto do duopólio Google-Facebook no ambiente da nossa mídia”, acrescentou.

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De acordo com O Globo, a NMA citou uma reportagem do jornal britânico “The Times” para destacar os perigos do sistema, cada vez mais usado, de anúncios automáticos, que distribui peças publicitárias arbitrariamente, fazendo com que empresas apareçam em sites de notícias falsas ou mesmo em páginas de terrorismo. Segundo a associação da mídia britânica, este sistema deixa os anunciantes “no escuro” em relação a como seu dinheiro é gasto.

Ashley afirma que afirma que quem veicula notícias falsas “age sem se preocupar com precisão ou difamação, para inventar conteúdo sensacionalista o bastante para aproveitar o máximo possível o potencial dos algoritmos de Facebook ou Google”. E, normalmente, conteúdos com mais cliques na internet tendem a receber uma parcela maior da publicidade distribuída via anúncios automáticos. 

“Em vez de enfraquecer a imprensa, o governo e os reguladores devem concentrar-se no combate à notícias falsas com uma ênfase renovada na importância crítica de meios de comunicação genuínos para a democracia”, disse Highfield. “A única maneira eficaz de abordar notícias falsas é que os editores de notícias genuínas continuem seu importante trabalho de jornalismo investigativo, relatórios e verificação de fatos”.

O comunicado reforça que a parcela de publicidade que os veículos de comunicação recebem do tráfego gerado pelo Google e Facebook não chega nem perto de cobrir os investimentos das empresas de mídia para produzir conteúdo de qualidade, como as despesas com jornalistas profissionais e advogados, entre outras. Por isso, a associação solicita que o comitê avalie a posição dominante do Google e do Facebook e o impacto dessa predominância sobre os outros concorrentes do mercado, os consumidores e os anunciantes.

Procurados pelo O Globo, o Google afirmou que até o momento não tem nenhuma declaração oficial sobre o assunto e o Facebook disse não ter uma posição específica sobre esse caso da Inglaterra, mas ressaltou que já está testando ferramentas — nos Estados Unidos, na França e na Alemanha — para coibir a disseminação de notícias falsas em sua plataforma.

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