A jovem de Florianópolis, Ana Luísa, representará outros jovens de Florianópolis em uma exposição aberta sobre o G20. Até dia 21/11, a edtech Edify Education promove uma exposição aberta, no Shopping Leblon, com recado de 20 jovens brasileiros aos líderes do mundo.
Totens espalhados pelo shopping contam o que eles têm a dizer sobre clima. A mostra “G20: o futuro pelo olhar dos jovens” faz parte do projeto Empatia 2024, uma iniciativa da Edify, suas escolas parceiras e da ONG Engajamundo, que promove a simulação da Cúpula do G20 por estudantes de todo o Brasil. A exposição promove a voz de uma geração jovem, que já se preocupa e se engaja com o futuro do planeta.
Multilingue e apaixonada por idiomas, Ana Luísa fala espanhol desde a infância, além de estudar inglês e japonês. Aluna da Escola Dinâmica do Leste, ela sonha em se tornar professora universitária e pesquisadora. Seus interesses incluem direitos humanos e a proteção ambiental, temas que considera cruciais para o futuro da sociedade.
“Enquanto educadores, queremos formar indivíduos completos e preparados para a construção de um futuro cada dia melhor. Esta exposição leva uma pauta atual, trabalhada em sala de aula, através da língua inglesa – o clima e o meio ambiente – para fora das escolas, ampliando a voz dos alunos e envolvendo o público em geral nos questionamentos e anseios dos jovens”, explica Marina Dalbem, co-CEO da Edify Education.
O projeto Empatia é uma oportunidade para trocar experiências e contribuir com propostas sobre temas globais pelo olhar de jovens de todo o Brasil. A simulação do G20 proporcionará um espaço de diálogo e troca de ideias sobre os desafios atuais, como a crise climática, incentivando a participação ativa de uma nova geração comprometida com a transformação social e ambiental.
Além da exposição os jovens escreveram juntos um documento com sugestões de soluções para os líderes do mundo. Confira o documento:
Comunicado Oficial da Cúpula de Estudantes 2024
Rio de Janeiro, 14 de novembro de 2024
Em 14 de novembro de 2024, na cidade do Rio de Janeiro, os Next Generation Leaders da Edify se reuniram para debates produtivos e urgentes sobre o futuro do nosso país e do mundo. Movidos pelo desejo de fazer a diferença, esses jovens representam uma juventude brasileira cada vez mais empoderada pelo conhecimento e pela confiança na língua inglesa. Juntos, empreenderam um esforço coletivo para desenvolver propostas que tragam ideias inovadoras para a sociedade e para os líderes políticos.
As discussões abordaram temas como as mudanças climáticas, o desenvolvimento sustentável e o papel da juventude na implementação de mudanças. O principal objetivo dos Next Generation Leaders é impulsionar uma transformação significativa que transcenda fronteiras e transforme desafios em oportunidades. A crença dos Líderes é de que, com colaboração, paixão e ação, podemos moldar um futuro que honre nosso planeta e garanta igualdade e oportunidades para todos. Afinal, só podemos edificar juntos.
Principais Propostas
1. Engajamento de instituições sociais e governos no apoio às pessoas afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas.
Desastres climáticos têm se tornado cada vez mais comuns, e as pessoas nunca sofreram tanto com suas consequências, como foi o caso em Rio Grande do Sul. Essas pessoas precisam de ajuda para reconstruir suas vidas e isso inclui a reconstrução de seus bens perdidos e a promoção de políticas públicas robustas para defender os interesses das pessoas. É fundamental que os líderes globais invistam nessas iniciativas.
Saulo e Lara.
2. Combate às “zonas de sacrifício” e à poluição em comunidades marginalizadas.
Observamos que toda comunidade precisa de um ambiente limpo, mas ainda temos as chamadas “zonas de sacrifício”, que são comunidades marginalizadas, compostas principalmente por cidadãos negros e de baixa renda, que são desproporcionalmente afetadas pela poluição. Estudos demonstram que pessoas negras morreram mais devido à COVID-19 por viverem em comunidades com poluição do ar, o que não é surpresa, dado que o mundo sempre teve visões preconceituosas, agravadas nas questões ambientais. O lixo mal gerido emite fumos tóxicos e contamina o solo e a água potável. É imperativo que invistamos em áreas marginalizadas com mais cuidado e menos preconceito, para termos uma comunidade harmoniosa, igualitária e limpa.
Ana Luiza e Isabela Stopanovski.
3. Proposta de lei para incentivar o setor privado a investir em projetos ambientais.
Propondo uma lei que torne obrigatório o investimento das maiores empresas e dos 10% mais ricos em instituições que ajudem a preservar a natureza, garantindo que esses recursos sejam corretamente usados. Isso se reverteria em benefícios a essas empresas e indivíduos, como um futuro mais saudável.
Dinah, Ana Luísa e João Lessa.
4. Redução das emissões de CO2 no Brasil, com foco em desmatamento e agricultura insustentável.
O Brasil anunciou recentemente uma nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) na COP29, com metas de redução de emissões de 59% a 67% até 2035. O Brasil deve se preocupar especialmente com dois fatores: desmatamento e agricultura insustentável. 50% das emissões de carbono no país vêm do desmatamento, e 25% da agricultura. O governo deve buscar maneiras de reduzir as emissões por meio da agricultura regenerativa e restaurar áreas degradadas. Além disso, deve tornar obrigatório que grandes empresas e pessoas ricas reduzam suas emissões de gases de efeito estufa.
Sofia Barros e Bruna.
5. Investimento do G20 em iniciativas ambientais globais.
Os líderes do G20 precisam investir mais em projetos e iniciativas que estejam construindo um futuro melhor para o meio ambiente. Não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, apenas uma parte das pessoas tem recursos suficientes para enfrentar desastres sem grandes impactos em suas vidas. Os governos precisam agir para reduzir os impactos desses desastres sobre a população e fornecer apoio adequado, com alimentos, energia sustentável, roupas e assistência psicológica.
Katiê Prado de Godoy e Beatriz Robaina de Oliveira.
6. Redução das emissões industriais e prevenção de incêndios em áreas como a de Indaiatuba (SP).
O efeito estufa está intimamente ligado ao aquecimento global. Em Indaiatuba (SP), por exemplo, os incêndios foram tão intensos que a cidade foi coberta por fumaça. É necessário um maior controle sobre as indústrias para reduzir a emissão de poluentes e garantir que filtros sejam usados em todas as chaminés. Devido aos incêndios ilegais e ao desmatamento, que são as principais causas desse problema na região, com sérios riscos para a fauna e a flora, a reabilitação de áreas degradadas e o resgate de animais em perigo são medidas urgentes.
Beatriz, Giovanna e Roberta.
7. Melhoria na gestão do lixo em áreas de baixo poder aquisitivo.
No contexto da gestão de resíduos em áreas de baixa renda, como a Rocinha (RJ), é necessário mais lixeiras espalhadas em espaços públicos para evitar o descarte inadequado de lixo nas ruas e em outros lugares, o que afeta a saúde das pessoas e o solo, além de agravar o efeito estufa.
Luana e Julie.
8. Investimento em ciclovias para reduzir a emissão de CO2 no setor de transporte.
O aumento do efeito estufa é a principal causa dos problemas ambientais e climáticos. Os setores que mais poluem são a construção civil, a energia e o transporte, ressaltando-se que mais de 20% das emissões de CO2 vêm do transporte. O governo deve investir na criação de mais ciclovias e incentivar a escolha da bicicleta como meio de transporte, sendo uma alternativa mais ecológica.
Sofia Barbosa e Maria Clara.