O publicitário é diretor criativo estratégico da agência TIF, de Curitiba, e diretor regional da ABP-Associação Brasileira de Propaganda. São 37 anos de idade e 19 de profissão. Iniciou sua carreira em Florianópolis e por lá ficou pouco tempo partindo para São Paulo e logo depois para Lisboa. Trabalhou na W/Portugal, Publicis Group (Lisboa), EugenioDDB, criando para clientes como Nestlé, Renault, Gol Linhas Aéreas, Daewoo Motors, Gazeta do Povo, Banco Montepio Geral, entre outros.
Como empresário, fundou a TIF Comunicação em 2004, que cinco anos depois foi eleita agência de propaganda do ano no PR e, em 2009, fundou também a Plah Idéias, Ação e Reação, que foi eleita agência de promoção do ano no PR nos dois anos seguintes e a mais premiada do Sul no Globe Awards 2011. Em 2013, foi eleito publicitário do ano e viu sua agência ser vencedora do Prêmio Profissionais do Ano, da Rede Globo, Grand Prix Digital do Prêmio GRPCom e Grand Prix de Mídia Impressa do Prêmio Colunistas. Acumula mais de 200 prêmios, entre nacionais e internacionais. Atua como Diretor Criativo Estratégico da TIF, comandando os departamentos de criação, produção e digital. É Diretor Regional da ABP – Associação Brasileira de Propaganda e Presidente do Clube de Criatividade do Paraná 2014/2015. Em 2015, lançou sua primeira startup, a plataforma Moments.surf, que conecta surfistas a fotógrafos, com presença já em 27 países.
Sua trajetória profissional contempla um período no mercado catarinense da propaganda. Fale um pouco sobre esse período?
Segui os passos do meu pai, Marcos Biazetto, Diretor de Arte com uma bela história em São Paulo e Santa Catarina. Comecei em 1995 na Mercado Propaganda. De lá, segui para WG para participar da campanha para prefeito do falecido Luiz Henrique, onde aprendi muito em apenas 6 meses. Voltando para Floripa, tive rápidas passagens pela Ângulo Propaganda, Hot Propaganda, Carlos Paulo e voltei a trabalhar com o Fabio Veiga, na VOX, que foi onde tive a oportunidade de trabalhar com grandes profissionais e me transformar em um Diretor de Arte.
Depois de SC qual foi a sua carreira?
Aos 20 anos, peguei a ponte Floripa-Lisboa e, juntamente com meu dupla na época e grande amigo até hoje, Felipe Rosito, fomos contratados pela W/Portugal. Foi um choque cultural e uma injeção de como se fazer propaganda para grandes clientes. De lá, segui para a Publicis Lisboa para “duplar” com outro grande amigo, Alexis Leiria.
Voltei de Lisboa, a convite do Marcos Pamplona, para fazer parte do time que atenderia a conta da Gol Linhas Aéreas e da Revista Trip e logo depois veio a fusão da WG com a Eugenio, e com isso fui convidado a ir para São Paulo.
Desde quando você está no mercado paranaense e o que o motivou a se estabelecer no Estado?
Estou em Curitiba desde 2003, motivado por alguns amigos publicitários e pelo nível dos fornecedores locais, assim como o trabalho de algumas agências que sempre se destacaram fora do eixo Rio-São Paulo. Trabalhei por um ano na Get Propaganda e, em 2004, convidei meu sócio, Fhabyo Matesick, para iniciarmos a TIF.
Hoje você comanda a TIF, uma das agências de destaque no Paraná. Fale sobre a história da agência.
Assim como qualquer agência, começamos com apenas 3 contas: água, luz e telefone. Foram 1.200 reais de investimento de cada um e, depois de doze anos, vamos faturar 25 milhões esse ano, com 50% de crescimento sobre 2015.
Neste link você pode conhecer um pouco mais do que pensamos e das nossas duas startups que nasceram aqui na TIF, o App Moments.surf, que conecta surfistas e fotógrafos, e a VoiceBag, um produto desenvolvido para o varejo:
Quais são seus diferenciais e quais clientes estão na carteira da agência?
Na TIF trabalhamos a criatividade com entendimento, o que chamamos de Brand Punch. Um trabalho sustentável, focado em estratégia e criatividade, capaz de encantar empresas e consumidores e se diferenciar por unir responsabilidade, personalidade e inovação a serviço das marcas e produtos dos nossos clientes.
Nossos clientes atuais são: Governo do Estado do Paraná, Copel, Compagás, Detran, Fomento Paraná, Sanepar, Oxford Porcelanas, Rede Sushiaki Fast-Food, Joalherias Big Ben, Grupo Educacional Opet, Mili segmentos: Papel Higiênico, Linha Infantil e Personal Care e a Lojas Coppel, gigante mexicano de varejo. Além de desenvolvermos trabalhos pro bono para Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas e para a ONG Futebol de Rua.
Vamos falar sobre o Clube de Criação. Houve uma cisão tempos atrás e surgiu o Clube de Criatividade do qual você é o Presidente. O que aconteceu?
Há mais de 10 anos, o CCPR nasceu para fortalecer o mercado criativo da publicidade. No final de 2014, decidi dar minha contribuição e montei uma chapa e uma proposta para o biênio 2015/2016, com profissionais de diferentes áreas para darmos um passo em direção ao fortalecimento da indústria criativa do Estado em diversas áreas, fazendo um novo CCPR, mais abrangente e pronto para aproximar profissionais e empresas que procuram fazer a economia girar em torno de boas ideias. Com isso, o CCPR, agora, se chama Clube de Criatividade do Paraná e, desde o início de 2015, dialogamos com todas as áreas da Economia Criativa. Criamos um cronograma de eventos para 2015 e neste link você pode conferir o primeiro ano do nosso trabalho.
Quantos associados têm hoje e qual o perfil para novos sócios?
Iniciamos 2015 com 49 sócios e, em março desse ano, chegamos a 500 sócios ativos.
O Clube realiza algum prêmio?
A proposta dessa gestão é fazer uma premiação a cada dois anos e assim acontecerá nesse segundo semestre, com o resultado do Festival de Criatividade que vamos promover no dia 10/12. Serão palestras, debates, concurso para os jovens criativos, startups e uma premiação on-line para o Mercado.
Dá uma ideia do mercado publicitário do Paraná.
O mercado paranaense é um mercado formador e expotador de capital humano, pois aqui começaram muitos profissionais que ocupam cargos em grandes agências e clientes no Brasil e no mundo. Isso é bom para fazer números, mas por outro lado são profissionais e inteligência que perdemos diariamente. E falando em exportar, somos um dos maiores mercados nacionais em agricultura, mas de longe somos um mercado publicitário especialista no segmento, ou em outras cadeias que a agricultura fomenta. E assim como em qualquer mercado fora do eixo RJ/SP, a maior fatia de investimento vem de contas públicas e do varejo.
Como você enxerga o mercado catarinense da propaganda e como a TIF está atuando na região?
Santa Catarina é um mercado com várias grandes empresas e no qual estamos investindo. Hoje atendemos a Oxford Porcelanas, líder nacional, e mais um cliente que acabamos de iniciar os trabalhos. Mas, mais do que prospectar, acho que devíamos unir forças e fortalecer a posição. O que é do Sul tem que ficar no Sul, e só assim vamos perpetuar nosso mercado retendo profissionais e aumentando o investimento. Ainda é muito fácil para as grandes nets do eixo RJ/SP virem pescar no nosso aquário.
Há um núcleo que trabalha pelo mercado, uma espécie de trade da comunicação? Quais são?
Não consigo identificar tal movimento, mas acredito que seria uma excelente iniciativa. Temos alguns grupos, como: o GPA, o CCPR, o Grupo de Mídia e a ADVB.
Quais eventos você considera os melhores realizados no Estado em torno do meio publicitário?
Acho que estamos muito carentes de eventos, mas o Clube de Criatividade promove alguns encontros, como citado anteriormente, a ADVB com o Estrela da Manhã, o Mais Mercado do GPA, os encontros do Grupo de Mídia e as excelentes iniciativas da Escola RedHook, pelas mãos da Celinha Camargos.
Quais as 5 maiores agências de propaganda do Paraná?
Não tenho números oficiais e investimento, mas acredito que sejam: Heads, Master, Opus, GPAC, TIF, CCZ e Vivas.
2015, 2016, crise… quais os cenários para a publicidade no Paraná?
Como não temos números oficiais, me baseio na minha percepção e não acredito que tivemos grandes cortes de verba por parte dos clientes, mas, sim, ajustes de caminhos.
Acredito que o mercado precisava e precisa passar por uma mudança de comportamento.
O jogo mudou, agora, além de ter que conquistar o cliente diariamente, nós temos de ser business oriented. Ou seja, enxergar tudo sob a ótica do negócio.
Melhorar é ganhar valor, é poder se diferenciar lá fora de maneira concreta e não apenas midiasocialmente. O valor do nosso negócio continua estando na ideia, mas a operação, o domínio dos números, o comprometimento com as metas, nunca tiveram tanta capacidade para aumentar ou diminuir esse valor. E aqui cito o mantra da TIF “Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito”.