“Em 20 anos a tecnologia pode ser a principal economia do estado. Isso em função do crescimento orgânico do setor, o surgimento de novas empresas e a digitalização de corporações mais tradicionais, que precisam virar empresas de tecnologia”. A frase é do presidente da Associação Catarinense de Tecnologia, Daniel Leipnitz, durante a apresentação do Observatório Acate – Panorama 2018, estudo que apontou que o segmento de TI faturou no ano passado R$ 15,5 bilhões em Santa Catarina e emprega mais de 47 mil pessoas.
No dia seguinte à apresentação dos dados, Florianópolis – a cidade que concentra 41% das receitas em TI do estado – recebeu a primeira edição do Startup Summit, evento que começou como um encontro de empreendedores catarinenses Santa Catarina e foi “nacionalizado” pelo Sebrae. Mais de 2,3 mil pessoas de 15 estados acompanharam palestras e cases em palcos sobre Tecnologia, Ecossistema, Operação, Corporate, entre outros.
Mas o Summit foi mais do que um evento voltado para empresas de tecnologia. Foi um encontro de conexões entre profissionais, empreendedores, entidades públicas e privadas que, juntos e misturados, resultam no tal ecossistema de inovação. Gente daqui e gente de fora, que viu em Santa Catarina um ambiente em que é possível fazer negócio e viver bem:
“Viemos para cá em função da mão de obra altamente especializada. E desde a mudança a empresa começou a crescer de maneira acelerada em função dessa qualidade. Eu mesmo fiquei muito impressionado com o que se tem aqui no estado”, diz o paulista Luiz D’elboux, gerente de marketing da Hostgator Brasil, um player global de hospedagem de sites que concentrou em Florianópolis toda a operação na América Latina.
Desafios do interior de SC
Onde se procura informações ou ajuda para iniciar projetos de inovação no interior de Santa Catarina?
No Oeste catarinense, por exemplo, empreendedores de várias cidades se uniram em torno do “Desbravalley”, uma ideia de comunidade envolvendo universidades, investidores, startups e profissionais de diversas áreas. O resultado foi um forte engajamento em eventos locais, como o Meetup StartupSC de Chapecó, com público recorde de quase mil pessoas, e várias edições do Startup Weekend na região.
Ainda que outras regiões sejam centros de empresas de tecnologia – caso do Vale do Itajaí e Norte de SC que, juntos, representam 42% do faturamento deste segmento – faltam entidades de apoio para orientar e capacitar empreendedores que buscam um caminho de inovação nos negócios. Este seria um dos objetivos centrais da rede de Centros de Inovação de Santa Catarina, ressaltou o diretor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Jean Vogel, durante painel no Startup Summit que trouxe exemplos de iniciativas públicas voltadas à nova economia no estado: “Um prédio em si não vai gerar inovação, e não é o governo que vai levar empresas para lá. O ecossistema é que tem que funcionar”.