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Perspectivas de Bruno Ferreira sobre o Papel do Mentor no Crescimento Humano e Empresarial
15 de Dezembro de 2024

Perspectivas de Bruno Ferreira sobre o Papel do Mentor no Crescimento Humano e Empresarial

Na lista de ex-alunas aparece Regina Tavares, uma das maiores especialistas em Ho’oponopono no Brasil.

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Por Prof Jonny 15 de Dezembro de 2024 | Atualizado 17 de Dezembro de 2024


Bruno Ferreira, mentor e especialista em desenvolvimento humano e empresarial, tem dedicado sua carreira a transformar vidas e negócios. Com uma abordagem que vai além dos números, ele foca no potencial das pessoas, acreditando que o verdadeiro sucesso começa com o crescimento comportamental e emocional. Advogado, com mestrado em Direito pela FGV, pós-graduação em Psicologia Positiva pela PUC-RS, além de outras certificações, nesta entrevista, Bruno compartilha insights valiosos sobre o papel do mentor na construção de culturas empresariais sólidas, a integração da tecnologia com o desenvolvimento humano e os desafios de guiar líderes em um mercado em constante evolução. Que estas reflexões possam contribuir com sua visão sobre carreira.


Muito grato por contribuir com nossa coluna de carreira. Sua graduação em Direito parece estar distante do que você faz hoje como especialista em mentoria empresarial. O que lhe motivou a escolher pela graduação por Direito, considerando que você foi introduzido ao universo do desenvolvimento humano bem cedo? Como foi a decisão de transitar depois para área do desenvolvimento humano?

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Ótimo, vamos lá. Minha formação inicial foi em Direito, mas hoje está bastante distante da minha atuação profissional. Comecei a faculdade em 2007, mas meu interesse pela área de desenvolvimento humano começou antes, em 2004, quando tive o primeiro contato com o tema. Desde então, queria entender o comportamento humano: por que agimos de determinadas maneiras e como controlar nossas emoções. Quando finalizei o ensino médio, veio aquela cobrança sobre qual profissão seguir. Pensei em Medicina, mas percebi que meu interesse estava mais relacionado ao comportamento humano. Considerei Psicologia, mas não era exatamente o que eu queria. Escolhi Direito porque me interessava entender o comportamento delitivo e as decisões das pessoas.

Fiz a faculdade na Universidade de Vila Velha e, curiosamente, durante esse período, continuei aprofundando meus estudos em PNL (Programação Neurolinguística) e desenvolvimento humano, na empresa de minha tia, Luísa Lopes, que me introduziu a esses temas. Durante a faculdade, me interessei por áreas como Ciência Política, Economia e Filosofia, além da parte histórica do Direito. Porém, quando chegaram as disciplinas mais práticas, percebi que não tinha interesse em seguir carreiras como advocacia, concursos públicos ou cargos militares. Ainda assim, aproveitei bastante a formação, principalmente nas áreas de linguagem e comportamento. Minha monografia, que analisava a linguagem nas discussões jurídicas, chegou a ser indicada para publicação como artigo acadêmico.

Após me formar e obter a OAB, atuei como advogado e fui nomeado procurador-geral do município de Araújos, onde trabalhei por cerca de nove meses. Entretanto, percebi que o Direito, como profissão, não era para mim. Enquanto no desenvolvimento humano o cliente é ativo na busca por soluções, no Direito o cliente delega o problema para você resolver. Isso me causava uma sensação de sobrecarga.

Apesar de apreciar o conhecimento jurídico e o aprendizado sobre justiça e comportamento humano que o Direito me proporcionou, decidi focar na área comportamental. Para mim, inspirar pessoas a encontrar novas soluções é muito mais satisfatório do que apenas lidar com problemas. Durante minha graduação, continuei atuando como profissional na área de desenvolvimento humano, inicialmente de forma mais terapêutica, e depois, gradualmente, com empresas.

 

A especialização em Psicologia Positiva pela PUCRS agrega uma dimensão comportamental importante ao seu trabalho. O que lhe motivou a buscar essa formação e como ela influenciou os métodos e ferramentas que você aplica hoje?

Sou muito acadêmico, e titulações sempre chamam minha atenção, mesmo em áreas como desenvolvimento humano, que geralmente não exigem certificação acadêmica. Minha escolha pela pós-graduação em Psicologia Positiva na PUC foi influenciada pela reputação da instituição e pela relevância do tema. Embora não tenha sido uma formação crucial para minha carreira, agregou significativamente ao meu trabalho, embora menos que as certificações práticas na área de desenvolvimento humano, que possuem um foco mais direto e aplicado.

Essa pós-graduação me proporcionou algo que valorizo muito: fontes confiáveis de informação. A formação acadêmica me garante acesso a epistemologia, fundamentação científica e tecnologia conceitual, elementos que considero essenciais para ter autoridade no que falo e evitar dúvidas sobre a origem das informações. Além disso, sempre busco alinhar esse conhecimento acadêmico com a prática, como fiz em formações complementares, como a de Logoterapia. No geral, enquanto as certificações práticas têm um papel mais aplicado, as formações acadêmicas me trazem profundidade teórica e embasamento, elementos que considero indispensáveis no meu desenvolvimento profissional.

 

Você menciona o uso de metodologias como Programação Neuro-Linguistíca (PNL) e Constelação Sistêmica para transformar equipes e lideranças. Qual foi o momento decisivo em sua carreira que o levou a adotar essas ferramentas como pilares do seu trabalho? Você considera que ainda existam barreiras para adoção de técnicas como estas no meio empresarial? Se sim, quais estratégias aplica para vencê-las?

Minha trajetória com PNL e Constelação Sistêmica levou ao desenvolvimento de metodologias aplicadas ao mundo empresarial e a treinamentos corporativos. A PNL é uma base que sustenta diversas ferramentas de desenvolvimento humano, como o coaching e a constelação. Meu interesse começou cedo, aprofundando-se no comportamento organizacional, especialmente por minha vivência em uma empresa familiar e em treinamentos corporativos, onde observei os impactos positivos da PNL na liderança, na comunicação e na cultura empresarial. Percebi que melhorar comportamentos e sistemas dentro de empresas gera reflexos amplos e duradouros, influenciando não só os colaboradores, mas também suas interações externas. Essa visão sistêmica ampliou meu foco para trabalhar empresas como um todo, onde intervenções estratégicas podem transformar equipes e culturas de maneira sustentável. Essa abordagem me levou a valorizar o conceito de que mudanças em empresas geram impacto social em larga escala.

A Constelação Familiar entrou em minha prática em 2007-2008, aliada ao coaching sistêmico e às leis sistêmicas de Bert Hellinger, que conectam comportamento empresarial à visão sistêmica. Ao compreender que uma empresa é mais do que um conjunto de indivíduos, comecei a aplicar essas leis na transformação organizacional, alinhando a cultura às práticas de liderança e gestão.

Minha metodologia foca em resultados claros e mensuráveis, adaptando a linguagem e as soluções à realidade do cliente. Diferentemente de abordagens que enfatizam somente aspectos técnicos ou motivacionais, acredito na importância de alinhar o treinamento à cultura empresarial preexistente, garantindo efeitos duradouros. Essa integração entre fundação estratégica, tática e operacional é o diferencial que busco implementar em meus trabalhos corporativos.

 

Em 2015, você funda o Instituto Elã Vital, o que pode ter sido um grande marco em sua carreira. Qual foi o maior desafio ao construir uma instituição focada em desenvolvimento humano e empresarial, e como você definiu as prioridades para expandi-la com parcerias estratégicas?

A própria pergunta é um desafio de resposta, vamos dizer assim. Em 2015, reflexos da minha formação jurídica já influenciavam minhas decisões. Optei por abrir uma empresa em vez de um MEI porque sabia que não era um microempreendedor, mas sim um empresário. Essa decisão veio da percepção de que o MEI era limitado e não atenderia às minhas necessidades. Por isso, abri um CNPJ, pois precisava emitir notas fiscais e estabelecer conexões com associações comerciais nas cidades estratégicas onde atuaria: Divinópolis, Belo Horizonte, Pará de Minas, Nova Serrana, Sete Lagoas, Bom Despacho, entre outras.

Naquele momento, a empresa não se chamava Instituto Elã Vital, mas BF Coaching. O nome atual surgiu entre 2018 e 2019, após um estudo de marca. Decidi que não queria usar meu nome, mas sim criar um movimento com significado. O desafio inicial foi me posicionar como empresário no setor de desenvolvimento humano. A maioria dos profissionais dessa área atua como autônomos, sem um direcionamento claro de negócios. Eu, ao contrário, defini que seria um empresário.

Os desafios começaram rapidamente. Como todo empreendedor no início, eu era responsável por tudo: finanças, contabilidade, gestão, estratégia e operação. Percebi que meu maior desafio era entender meu papel dentro daquele movimento. Precisava aprender a me apresentar, criar materiais de qualidade, como portfólios impressos, e buscar reuniões para vender meus serviços. Nesse processo, tive que lidar com muitos “nãos” e entender que eles faziam parte do aprendizado.

Lembro-me de contabilizar os “nãos”. Quando cheguei ao 25º “não”, decidi mudar minha abordagem. Analisei minha comunicação, minha postura e minha apresentação pessoal. Com isso, mudei minha mentalidade de “vender a qualquer custo” para “construir parcerias”. Isso fez toda a diferença. Comecei a fechar meus primeiros cursos abertos, me conectei com associações comerciais, sindicatos e grupos empresariais, e meu nome começou a ganhar espaço.

Uma das lições mais valiosas que aprendi é que o “não” é importante, pois ele direciona para mudanças necessárias. Mais do que contabilizar “nãos”, é essencial saber interpretar e ajustar a rota com base neles. Foi assim que construí o Instituto Elã Vital, cujo nome vem da filosofia francesa: “Elã” significa movimento, e “Vital” representa vida. Assim, o nome simboliza o movimento pela vida que acredito ser o desenvolvimento humano.

 

Ao longo de sua jornada, é possível que tenha obtido cases de sucesso em sua atuação nas diversas áreas, como treinador, mentor ou especialista em alta performance. Você poderia compartilhar com nosso público três grandes cases que considera demonstram seu diferencial?

Eu sou um profissional com certa dificuldade em observar grandes cases, porque, ao me perguntar sobre isso, o senso comum ou um pensamento limitado poderia levar a citar apenas grandes nomes do mercado. Porém, considero que quase todas as pessoas que passaram por mim me deram retornos significativos, com grandes mudanças em suas vidas pessoais, profissionais e até familiares. Costumo contabilizar meus cases pelo crescimento que essas pessoas demonstram em suas próprias vidas. Não atribuo o mérito a mim, pois considero que apenas fui um mentor, alguém que cruzou o caminho delas.

Algumas pessoas que já foram minhas alunas ou participaram de processos comigo incluem Wendel Carvalho, treinador comportamental, que atuei como mentor no primeiro ano de sua formação, junto ao ecossistema que fazia parte na formação de treinadores. Também trabalhei com Karina Peloi, sua esposa, orientando-a durante o período. Outra aluna foi Regina Tavares, uma das maiores especialistas em Ho’oponopono no Brasil.

Além disso, participei de ecossistemas empresariais e de treinamentos, formando profissionais na área de PNL, e colaborei com o grupo Imperium, hoje conhecido como NWB, formando a maioria dos mentores que atuam em PNL e mentoria empresarial. Outros exemplos de profissionais que impactei incluem Fábio Cabral, Olavo Colli, Jimmy Valença, Fabíola Stranieri, Luiz Fernando Tuca, Daniela Barbieri, Caroline Potker, profissionais de diversas áreas como a executivos, T&D, área jurídica, empresários, psicólogos, etc.. Poderia citar outros nomes, mas o mais importante é que muitos desses cases se transformaram em amizades ao longo do tempo.

 

Recentemente, tem havido uma grande ênfase na aplicação da tecnologia nas organizações, notadamente a Inteligência Artificial. Qual é sua opinião sobre isto? E como você avalia o impacto destas tecnologias no mundo do trabalho?

Se eu fosse uma pessoa limitada, poderia pensar: “Nossa, vamos perder”. Mas acredito no avanço constante da tecnologia, especialmente na inteligência artificial, inovação e crescimento tecnológico, que evoluem de forma cada vez mais acelerada. Também vejo grande potencial no desenvolvimento comportamental e humano que acompanha esse avanço. A tecnologia foi criada pelo próprio ser humano como parte do seu processo de evolução. Se tirarmos questões espirituais do contexto, a tecnologia e a inovação são complementares ao nosso crescimento. Quanto mais a tecnologia se integra à vida humana, mais ela exige que evoluamos, saindo de padrões antigos e adotando novos paradigmas de crescimento.

Sou um usuário de tecnologia e inteligência artificial, pois elas potencializam minhas habilidades e me ensinam a ser mais. Isso contribui para o meu crescimento diário. Por isso, incentivo as pessoas a utilizarem cada vez mais essas ferramentas, mas sempre com cautela e perícia. A tecnologia não deve substituir o ser humano, mas somar a ele. Por exemplo, estamos utilizando tecnologia neste momento. Depois, posso usar inteligência artificial para transcrever ou resumir essa conversa, permitindo que conheça melhor minha própria história e a utilize em outros contextos, como sua coluna. Isso acelera e auxilia meu processo criativo, mas sempre com minha supervisão. Sou a favor da tecnologia e aposto nela, mas acredito que devemos estar com a tecnologia, e não subordinados a ela.

 

Diante de sua ampla experiência como mentor empresarial, qual seria sua mensagem final para esta entrevista, visando contribuir com alguém que considera esta opção de carreira ou está iniciando nesta área?

Acredito que ser mentor, seja na área empresarial, de carreira ou pessoal, exige que o próprio mentor trate sua atuação como um negócio, ou seja, que ele saiba mentorar o próprio negócio de mentoria. Entretanto, mentores empresariais precisam ter cuidado ao focar apenas em números, esquecendo das pessoas que os tornam possíveis. Os números são importantes, mas é o desenvolvimento humano que os viabiliza.

Mais do que mentorar empresas, o papel do mentor é compreender e trabalhar o desenvolvimento comportamental, emocional e mental das pessoas por trás delas. Sem isso, uma empresa não conseguirá sustentar sua cultura de crescimento e evolução. A área de mentoria empresarial é extremamente promissora e vem demandando cada vez mais profissionais que sejam coerentes e dominem metodologias capazes de oferecer um direcionamento eficaz. No entanto, mentoria não é simplesmente transferir conhecimento. Esse conceito comum de “transferir” implica dizer ao mentorado: “Aqui está o meu conhecimento, aplique-o no seu contexto”. Isso seria arrogante e equivocado.

O verdadeiro mentor não se coloca como superior ao mentorado, mas como um guia que, com base em suas experiências, ajuda o outro a construir seu próprio caminho. O mentor deve adaptar seus conhecimentos ao contexto do mentorado, auxiliando-o a encontrar soluções que façam sentido para sua realidade. Assim, mentores que desejam crescer na carreira precisam ir além dos números. É fundamental não apenas compartilhar experiências, mas compreender o contexto do outro. O diferencial está em despertar no mentorado seu potencial de crescimento, baseado em suas próprias questões e possibilidades, e não no que o mentor é ou sabe. Esse é o verdadeiro papel do mentor.

Lições de carreira

Conheci Bruno Ferreira na mais recente formação em Mentoria Empresarial que realizei, onde ele foi o trainer. Como já pude expressar em outros meios, ele se destacou não só pela profundidade de seu conhecimento, mas também pelo extraordinário comprometimento durante toda formação. Sua habilidade em entregar conteúdo de alto valor, aliada à sua dedicação notável, fez toda a diferença na experiência de aprendizado. Daí, surgiu a intenção de entrevistá-lo. Considero que sua trajetória nos traz valiosas lições para impulsionar o crescimento pessoal e profissional.

Essa visão reforça o propósito da coluna de oferecer perspectivas que inspirem nossos leitores a navegarem suas carreiras com autenticidade e confiança. A mensagem é clara: o verdadeiro impacto da mentoria está em ajudar o outro a reconhecer e explorar o seu próprio potencial. Que essa reflexão seja um convite para cada leitor assumir o protagonismo de sua história profissional.

Grato pela leitura. Nos encontramos no próximo artigo!
Abraço, Jonny

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