Estamos diante de mais uma campanha eleitoral. Com um eleitorado cada vez mais conectado e informado, as estratégias de campanha precisam evoluir para dialogar diretamente com esse novo público, que consome informações em múltiplas plataformas e espera autenticidade e transparência dos candidatos. Diante disso, o marketing político torna-se cada vez mais estratégico. “Em política, nada acontece por acaso. Se aconteceu, você pode apostar que foi planejado assim”. A frase, atribuída a um dos presidentes mais populares dos EUA, Franklin Roosevelt, reeleito três vezes, nos mostra que, no marketing político, cada ação deve ser intencional, direcionada por uma estratégia bem definida. Por isso, hoje convido você, leitor, a explorar alguns elementos que ajudam a definir o marketing eleitoral e tendências para as eleições deste ano.
Fake news x narrativa autêntica
Em uma época de fake news e desinformação, a construção de uma narrativa autêntica é fundamental. O eleitor valoriza candidatos que se conectem com suas histórias de vida e mostrem vulnerabilidade. Mais do que promessas de campanha, as pessoas querem saber quem é o candidato e o que ele representa. Por isso, a construção da imagem pública e a comunicação assertiva sobre valores, ideais e ações concretas são aspectos importantes para ganhar a confiança do eleitorado.
O poder das redes sociais
Se nas últimas eleições o uso das redes sociais já era importante, em 2024 elas são o epicentro do debate político. Plataformas como Instagram, TikTok e até podcasts têm se tornado canais de comunicação essenciais para os candidatos. As redes sociais permitem um contato mais direto e informal com os eleitores, além de oferecerem métricas que possibilitam segmentar audiências e personalizar mensagens. Entretanto, o uso dessas plataformas deve ser estratégico. Postagens mal calibradas ou excessivamente promocionais podem afastar o eleitorado. Em contrapartida, conteúdos que tragam valor, como explicações sobre políticas públicas ou interações genuínas com a base, têm mais chances de gerar engajamento e confiança.
Campanhas data-driven e microtargeting
As campanhas eleitorais estão cada vez mais fundamentadas em dados. O uso de big data permite que os candidatos segmentem suas campanhas de forma muito mais precisa. Ferramentas de análise de dados ajudam a entender o perfil do eleitorado, suas preocupações e tendências de voto. Isso possibilita o uso eficaz do microtargeting, que consiste em enviar mensagens personalizadas para diferentes nichos de eleitores, abordando temas que sejam diretamente relevantes para cada grupo. Com essa estratégia, candidatos conseguem dialogar com públicos específicos — seja sobre questões econômicas, ambientais, sociais ou de segurança pública. O microtargeting garante um diálogo mais próximo e assertivo, aumentando as chances de conversão do voto.
Combate à desinformação
Outro ponto importante nesta campanha eleitoral é o combate à desinformação. Fake news, boatos e campanhas difamatórias se tornaram uma arma em disputas eleitorais, e a capacidade de neutralizar esses ataques é determinante. Ações rápidas para desmentir informações falsas e promover a transparência são essenciais para não perder a credibilidade. Monitoramento constante das redes e ferramentas de fact-checking são recursos igualmente importantes.
Ética na campanha eleitoral
Apesar de todas as inovações tecnológicas, a ética continua sendo um pilar essencial no marketing eleitoral. Manipulação de informações, criação de perfis falsos e uso indevido de dados pessoais são práticas que podem manchar a reputação do candidato e prejudicar a campanha. O eleitor moderno é crítico e bem informado, e o uso de táticas antiéticas pode ser rapidamente desmascarado, resultando em uma grande perda de apoio popular.
Transparência e diálogo
O marketing eleitoral atual reflete uma sociedade que valoriza transparência, autenticidade e diálogo. Candidatos precisam investir em uma comunicação clara, personalizada e utilizar ferramentas tecnológicas de maneira estratégica para ter maiores chances de sucesso. O eleitor de hoje não é passivo; ele quer participar, debater e se engajar. Por isso, o marketing político deve ser uma via de mão dupla, em que a campanha não apenas fala, mas também ouve e dialoga com o público.
Imagem: CanvaPro