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Coluna Patrícia Dalpra | Líderes e seus skills
13 de Abril de 2022

Coluna Patrícia Dalpra | Líderes e seus skills

Quando a criatividade não é exercitada e não existe a busca por repertórios que auxiliem na inspiração, ela pode se tornar escassa e ultrapassada.

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Por Patrícia Dalpra 13 de Abril de 2022 | Atualizado 13 de Abril de 2022

Existem diversos tipos de líderes e maneiras de exercer a liderança. A melhor escolha varia de acordo com o segmento e tamanho da empresa, por exemplo. O que é praticamente unânime quando se fala do que um líder precisa ter, são as soft skils necessárias para o cargo, que se referem às habilidades que os profissionais devem ter ao se relacionar com os outros.

Diferentemente de períodos passados, em que um currículo de encher os olhos pelas experiências e formações internacionais poderiam ser o suficiente para inserção no mercado de trabalho, atualmente, as soft skils que podem definir um futuro profissional

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Isso porque, com as mudanças na mente dos consumidores e investidores, especialmente pelas transformações macroambientes — como a pandemia do coronavírus, aceleração digital etc. — o mercado também mudou e exigiu que as empresas se adaptem rapidamente a essas novas demandas.

Porém, como as soft skills não costumam ser descritas no currículo, mas sim percebidas quando os gestores entram em contato com os colaboradores, existem inúmeras dúvidas em torno do assunto.

Conforme mencionado, soft skills são habilidades relacionadas ao tratamento oferecido ao outro e até consigo mesmo — como a inteligência emocional — em diferentes circunstâncias do dia a dia. Esse termo é usado especialmente pelo setor de Recursos Humano em uma corporação, já que é um dos principais critérios decisivos na hora da contratação.

Considerando a enorme necessidade e importância do trabalho em equipe, ter em uma empresa profissionais com soft skills bem desenvolvidas é essencial. Não é à toa que 77% das empresas, de acordo com uma pesquisa da CareerBuilder, afirmam que as habilidades sociais são tão importantes quanto as técnicas — as hard skills — na rotina de trabalho. 16% dos entrevistados acreditam que elas são até mais importantes que as Hards Skills.

Isso porque, as habilidades técnicas são essenciais para que uma empresa ofereça expertise e credibilidade diante do mercado, além de desenvolver serviços de maior qualidade. No entanto, se ela não contar com profissionais capazes de entender as necessidades do público-alvo e dos investidores, além de administrar bem suas emoções em momentos de insegurança, pressão e medo, e ao líder com uma equipe diversa, dificilmente é possível preencher as lacunas que o mercado exige atualmente.

 

Quais as diferenças entre soft skills e hard skills?

Digamos que um profissional completo precisa apresentar eficiência em habilidades técnicas específicas, as chamadas hard skills e também ter a personalidade adequada para o cargo, as soft skills, o que varia de acordo com a empresa.

Isso significa que os colaboradores devem buscar constantemente desenvolver esses dois grupos de habilidades. Porém, enquanto as técnicas são alcançadas por meio de capacitação em universidades, cursos e até experiências em trabalho, as sociais fazem parte da personalidade do indivíduo.

Isso não quer dizer que ou alguém nasce com elas, ou pode desistir: as habilidades sociais também podem ser treinadas e aprendidas ao longo da vida. Ainda assim, não pense que é simples desenvolver ou até mesmo mensurar essas qualidades para se destacar. Um gestor com traços mais agressivos e autocentrados pode levar mais tempo para se tornar em um líder carismático, por exemplo.

Diante da dificuldade de encontrar pessoas com soft skills necessárias para a liderança e até de desenvolver essas habilidades, esse é um dos motivos pelos quais as competências sociais são tão valorizadas.

 

Como as soft skills interferem na liderança?

Se você ainda tem em mente que um bom líder é aquele caricato de muitos projetos audiovisuais, que coloca medo nos colaboradores e centraliza as decisões, desconstrua essa ideia agora mesmo. Especialmente a geração Z, que são os nascidos a partir de 1995, tem visões atualizadas sobre a liderança e tem dificuldade em se adaptar com hierarquias verticais e normas rígidas de trabalho.

Você concorde ou não com esse pensamento, não se pode lutar contra a esteira da evolução. Basta lembrar de empresas com destaque atualmente, como o Google, Nubank, Ifood, Uber, Magazine Luiza etc. Todos os gestores a frente dessas corporações enxergam as necessidades de mudança e se adaptam a elas com maestria.

Caso contrário, insistir em manter uma liderança que não considere as demandas atuais no mercado de trabalho pode aumentar a taxa de insatisfação dos colaboradores, a rotatividade do pessoal, custos pela necessidade de recrutamentos frequentes e diminuir a produtividade da corporação.

Dentro dessa lógica, líderes que têm soft skills têm mais facilidade de lidar com as novas demandas do mercado, sejam dos próprios colaboradores ou dos consumidores. Afinal de contas, líderes eficazes e antenados com as habilidades sociais sabem se comunicar bem, motivar sua equipe, ouvir e fornecer feedbacks de forma inteligente, se adaptar às constantes mudanças, delegar responsabilidades e muito mais.

Todas essas qualidades contribuem para a evolução de uma corporação
e ajudam os colaboradores a terem perspectiva de crescimento na carreira, que é um dos principais critérios para escolha e permanência dentro de uma marca. Lembre-se que manter talentos na empresa é um dos segredos para o desenvolvimento de negócios.

 

Quais as soft skills o líder precisa ter?

Agora que você já percebeu que a velha maneira de liderar não funciona mais com as exigências sociais, e que as soft skills podem complementar as habilidades técnicas dos gestores para que a liderança seja otimizada, é preciso conhecer as habilidades de maior destaque dos líderes.

Inteligência emocional
Lembra quando falamos da importância de saber interagir não apenas com o outro, mas também com si mesmo? A ideia pode parecer confusa em um primeiro momento, mas pare para pensar que líderes incapazes de administrar suas próprias emoções, o que inclui inseguranças, pressões no trabalho, cobrança excessiva, alta competição etc. não consegue inspirar e servir de exemplo para os colaboradores.

Quer dizer, imagine que a corporação precisa realizar uma demanda desafiante e com um prazo apertado. Para isso, ele delegou tarefas e tentou motivar a equipe, mas por não saber administrar seus sentimentos deixou a insegurança e o medo transparecer, o que refletiu no desempenhoda equipe, que precisa enxergar no líder um exemplo e inspiração.

Nesse caso, por melhor que seja a estratégia, se falta inteligência emocional, as chances de algo não ocorrer como o desejado são altas. Além disso, pense também que o desenvolvimento dessa habilidade contribui para que os colaboradores confiem no trabalho exercido pelos líderes, isso cria um ambiente seguro para que os colaboradores compartilhem informações livremente, sem medo de errar, o que é essencial para a inovação empresarial.

Comunicação acertada
Os líderes são aqueles que os colaboradores devem ouvir para seguir as responsabilidades delegadas, entender a importância delas, como melhorar seus pontos fortes e atenuar os fracos. Quando a comunicação dos líderes tem ruídos, com as informações sendo transmitidas com pouca clareza, facilmente podem ocorrer erros nas tarefas delegadas e até desmotivação no trabalho, já que a importância dele não foi compreendida por todos.

Isso pode ocorrer com um feedback negativo passado de forma grosseira ou pouco clara para os profissionais que trabalham em uma empresa, em que o colaborador que ouviu se sentiu ofendido, injustiçado e pouco respeitado. Tudo isso em vez de contribuir para um processo de evolução do trabalhador causa efeito contrário, trazendo desmotivação e improdutividade.

Por esse motivo, é importante estudar bastante antes de fornecer feedback aos colaboradores, seja ele positivo ou negativo, e antes de qualquer comunicado com a equipe, especialmente as mais importantes. Quanto isso, a comunicação não violenta, que é um conceito criado por especialistas que fala sobre uma maneira de se comunicar que não ofenda e diminui o próximo, pode ser adotada como método para contribuir na evolução dos talentos da empresa.

Empatia
A empatia é uma habilidade essencial para qualquer cargo ocupado, não é à toa que o termo tem sido muito utilizado atualmente. A explicação por trás disso é que a empatia, relacionado a capacidade de se colocar no lugar do outro, é útil no entendimento de como o colaborador se sente dentro da sua empresa, o que consumidores e investidores esperam da corporação e muito mais.

Isso vai muito além de ter educação, simpatia e generosidade ao entrar em contato com essas pessoas, mas também ao ouvir e analisar atentamente uma pessoa a ponto de se conectar com ela para entender a origem de seus sentimentos e visão de foto. Essa habilidade é especialmente vantajosa quando se lida com o RH, vendas, marketing, produtos, diretoria ou conselho, já que é ainda mais necessário conhecer e entender o outro nesses setores.

No entanto, não pense que ter empatia significa transformar reuniões em sessões de terapia. Na verdade, trata-se da criação de conexões que ajudam na discussão de negócios e ao lidar com desafios, já que os líderes terão esse trunfo a mais para enfrentá-los e tornar a equipe mais engajada e leal.

Escuta ativa
Todas as habilidades mencionadas até o momento e não mencionadas exigem uma escuta ativa por parte dos líderes para que seja possível ter uma atuação mais eficaz, inclusive a comunicação acertada. Afinal, a escuta permite o maior entendimento sobre as operações da sua empresa e a forma de trabalho da equipe liderada, o que auxilia na construção de feedbacks precisos, empatia e até inspiração para a inteligência emocional.

Quer dizer, lembra quando falamos que o melhor tipo de liderança atualmente é a horizontal, em que as decisões não são centralizadas? Isso significa que aprender a ouvir o que seus colaboradores têm a propor e que podem agregar na corporação é essencial para o desenvolvimento até dos próprios membros, que conseguem ter mais autonomia e segurança no trabalho.

Criatividade
Apesar de o senso comum associar muitas vezes a criatividade a uma qualidade inata do ser humano, saiba que mesmo com ajuda da genética, quando a criatividade não é exercitada e não existe a busca por repertórios que auxiliem na inspiração, ela pode se tornar escassa e ultrapassada.

Nesse sentido, a capacidade de ouvir as ideias dos outros, sejam profissionais que trabalham com você ou até outros em palestras e cursos, pode ser decisivo na construção do repertório criativo. Além disso, saiba que não basta apenas acumular ideias na sua mente, é preciso colocá-las em prática, mesmo que isso leve a erros, eventualmente.

Resolução de problemas
Pense na pandemia da Covid-19, por exemplo, e como ela exigiu uma rápida adaptação e resolução de problemas em praticamente todos os setores empresariais. Se os líderes à frente dessas organizações não tiverem expertise em resolver problemas, mesmo com os inúmeros desafios e um tempo curto, as chances das corporações terem tido um desempenho negativo e até falido são altas.

Inclusive, não saber resolver problemas é um dos principais motivos das empresas brasileiras fecharem, o que são ocasionados pelo pouco entendimento do mercado, negligência do planejamento estratégico, não fazer o investimento necessário, ignorar o cliente etc.

  • Conforme mencionado ao longo do nosso artigo, cada empresa e área de atuação exige mais uma habilidade do que outra. Seja como for, existem dicas gerais que contribuem para o desenvolvimento dessas habilidades. Por exemplo:
  • preparar sua mente para aprender;
  • tirar um momento para refletir;
  • não perder oportunidade de praticar; • fornecer e receber feedbacks;
  • etc.

Espero que este artigo seja útil para que exerce uma posição de liderança ou pretende exercer.
Uma ótima semana a todos!

Abraço,

Patricia Dalpra

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