Que vivemos tempos esquisitos parece não existir dúvidas. A inversão de valores que acomete a sociedade mundial transforma-se na realidade que aflige o dia a dia das pessoas comuns. Há algo acontecendo que, de tão óbvio, escapa ao entendimento das pessoas.
O crescimento exponencial da população humana deixou de mostrar existir qualquer tipo de controle. Vejamos: o planeta atingiu seu primeiro bilhão de habitantes em 1802; em 1906 saltou para 2 bilhões, isto é, 126 anos após. A nova dobra da população ocorreu em 1974 quando atingiu a marca de 4 bilhões de habitantes, isto é, 59 anos após. Em julho de 2020 a população atingiu 7.8 bilhões de habitantes com a população crescendo, atualmente, 1 bilhão de pessoas a cada 10 anos.
Consequências? Todos os ecossistemas do planeta pedem socorro, não há como gerar empregos, em época de expansão da tecnologia, para atender a crescente demanda mundial; a violência explode em função da ocupação exagerada dos espaços urbanos, a área rural que absorvia grande parte da mão de obra desqualificada vê o espaço se modernizando com máquinas de última geração, drones e outros acessórios e, por aí segue a saga da humanidade pela sobrevivência.
Importante frisar que a concentração urbana das populações continuará acontecendo a um ritmo cada vez maior e no Brasil já atingiu a marca de 84,72% segundo o PNAD – Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio, com todos os agravantes sociais que esta concentração promove. A pobreza talvez seja a face mais visível do problema. As pessoas expulsas de seus ambientes naturais e em busca de melhor qualidade de vida quase nunca estão preparadas, educacional e psicologicamente, para enfrentar os desafios que a “nova vida” exige de seus pretendentes. Com isto cresce o cinturão de marginalidade que circunda as grandes cidades. Violência, drogas, prostituição são consequências deste movimento migratório.
O que fazem os governos? Quase nada de efetivo, pois não atuam, de fato, onde deveriam fazer. A educação e o preparo das pessoas para serem qualificadas para os novos tempos é, solenemente, ignorada pelos governos em todos seus níveis, quando não fazem pior, criando leis que colocam em cheque toda a estrutura social que sustenta a frágil ordem em que vivemos.
Sempre que há o abrandamento das penas a determinados crimes a consequência é o aumento imediato da violência. No Estado da Califórnia, EUA, roubos e delitos cometidos até o valor de 950 dólares deixaram de ser crime a passaram a ser contravenção e, o resultado direto foi, em San Francisco, a explosão de pequenos furtos e arrombamentos de carros. As pessoas deixaram de registrar as ocorrências nas delegacias e, estabelecimentos comerciais por não poderem fazer nada ante a acintosa ação dos ladrões, começaram a encerrar suas atividades. Os carros são deixados com os vidros abertos para evitar um prejuízo maior.
O Estado da Califórnia é considerado um dos Estados mais liberais do EUA; conhecido pelas cidades de San Francisco e Los Angeles, berço das grandes produções cinematográficas americanas, com universidades conceituadas e suas avançadas pesquisas, vê sua tranquilidade abalada pela invasão de suas ruas por moradores de rua e pela violência antes inexistentes e sofre com a perda de milhares de moradores que migram para o Estado do Texas onde as leis são mais rígidas e não se permite o que, atualmente, acontece na Califórnia.
Em Terra Brasilis o STF julga sobre a quantidade de droga que transforma um cidadão em traficante ou não; se o STF optar por uma determinada quantidade os presos que forem beneficiados pela decisão poderão apelar pela liberdade, o que tornaria realidade o desencarceramento defendido por partidos de esquerda.
No Congresso há um projeto de lei descriminalizando pequenos furtos; projeto nº 4540/2021 da Dep. Federal do Psol, Talíria Petrone que trata de furtos insignificantes. Se este vier a ser aprovado os comerciantes enfrentarão verdadeira epidemia de pequenos furtos o que poderá inviabilizar uma série de negócios.
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