No início dos anos 70 a Noruega era um dos países mais pobres da Europa. Vivia, basicamente, da pesca do bacalhau. A partir da descoberta de petróleo no Mar do Norte a situação mudou.
Como o petróleo é uma riqueza finita, seus governantes criaram um Fundo Soberano para garantir às futuras gerações os benefícios da riqueza que estava sendo produzida.
A renda per capita do país gira ao redor de U$ 95 mil e situa o país entre os 10 mais ricos do mundo; na Noruega não existe salário mínimo e estes são estabelecidos por faixas, dependendo do trabalho a ser feito. A inicial corresponde a 2.368, Euros. Como consequência da qualidade de vida no país a perspectiva de vida de seus habitantes é uma das mais elevadas do mundo, 80 anos para os homens e 84 anos para as mulheres.
A Educação foi privilegiada e a Noruega transformou-se no país com a melhor qualidade de vida do mundo. Sua população está protegida pelos próximos anos de crises que, inevitavelmente, virão. Os impostos podem chegar a 42% do rendimento auferido, mas isto é altamente compensado pelos benefícios sociais concedidos.
Hoje o Fundo Soberano da Noruega investe em empresas pelo mundo, bem como tem participação nas principais bolsas de valores e, sua capitalização está em U$ 1,72 trilhão.
O intuito desta coluna é mostrar que quando há planejamento e se investe em Educação o futuro fica mais fácil de ser projetado.
Enquanto isso, em um país ao sul do Equador, gigante por natureza e privilegiado por recursos naturais, a dívida interna bate em 84% do PIB quando, nos países emergentes, gira ao redor de 50ª 60%. Mantido o nível de gastos do governo atual a relação dívida x PIB deve chegar, até o fim do governo em 94%.
Com a dívida crescente e o aumento de taxação de impostos sobre a classe média é óbvio que o empobrecimento da população é inevitável. Por outro lado, os serviços públicos que deveriam ser prestados pelo governo estão a cada dia piores. O colapso da Previdência Social é irreversível (só não se sabe a data), a Saúde em crise permanente, a Segurança Pública nos coloca entre os países mais violentos do mundo e cresce a força do crime organizado (Rio de Janeiro e Bahia são exemplos básicos).
O exemplo da Noruega, Japão, Suécia, Suíça, Cingapura, mostra que espaço físico é só um item que forma um país, mas que o fundamental é a Educação de um povo. Países sempre bem classificados nos vários exames educacionais feitos, com respeito profundo à disciplina e a ordem democrática e com planejamento que garantirá como já é o caso do Japão, o envelhecimento seguro de sua população.
O Brasil caminha a passos largos para continuar a ser um país periférico, com altos níveis de violência e, sem perspectivas para as futuras gerações. Sinto que quem deveria se preocupar com isto parece não ter a visão de que isto poderá acontecer.
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