Existem várias formas de se manter o povo submisso e a fazê-lo acreditar que está tudo bem ou até, melhorando. O governo quando exercita sua criatividade, tenha certeza, não está pensando em melhoria de padrão de vida do povão, mas em olhar para seu próprio umbigo e ver que vantagens podem ser criadas em benefício próprio.
Assim tem sido ao longo da história e poucos são os países que privilegiam o povo em detrimento das vantagens de seus governantes. Estes, pessoas acima de qualquer suspeita, costumam sacrificar-se ao colocar sua vida a serviço da coletividade. Vender esta imagem para pessoas não esclarecidas (para ser politicamente correto) é muito simples, basta criar benefícios intitulados de bolsas. Quanto maior o número de auxílios maior será a submissão do povo a seus líderes.
Porém, a criatividade para exercer este domínio sub-reptício, verdade seja dita, é infinita. Vale tudo para mostrar que, para beneficiar o povo, os sacrifícios praticados pelos governantes ou, de forma mais abrangente, os detentores do poder, aí inclusos todos os poderes da República, vai além das fronteiras do sacrifício.
Começa com a escolha das pessoas que serão as condutoras das massas excluídas. Deverão ter condutas adequadas, passado ilibado e livre de qualquer suspeita e com exemplar folha de serviços prestados à comunidade. Ah! Não pode mentir!
Isto posto é importante salientar que uma das maneiras de tornar exequível a situação é a troca de nomes. Quando se pretendeu dar a Educação o “status” merecido abandonaram-se os termos antigos de Primário, Ginásio e Científico ou Colegial e adotou-se Fundamental I e II e Ensino Médio. Com esta mudança acabaram-se os problemas da Educação! Estamos formando uma elite de futuros homens e mulheres que, com base no aprendido, mudarão o curso da história e colocarão o país no rumo certo. Sem esquecer que, agora, cada aluno receberá R$ 200, por mês até sua formatura. Metodologia de ensino, qualificação dos professores, condições das instalações… Tudo besteira!
Importante lembrar que o Enem, em andamento, substituiu o antigo vestibular. Vestibular que era realizado pelas Universidades de forma individual e que hoje é centralizado. Por quê? Para privilegiar a mediocridade!
4,3 milhões de estudantes estavam inscritos para o último Enem e 73,4% compareceram. A ausência de 26,6% dos estudantes indica o claro descompromisso dos estudantes com o teste que os qualificariam para as instituições de ensino superior.
Como a diminuição da taxa de natalidade é um fato constatado em indicadores específicos, atualmente é de 1,57%, importante concluir que deve estar sobrando dinheiro para a Educação. Menos crianças, é óbvio, sobra mais dinheiro no orçamento.. Porém, este dinheiro não chega aonde deveria chegar! Onde para? Há indícios claros que o programa Pé de Meia, que remunera os estudantes, tem sérios problemas de desvios e falta de registros sérios sobre o manejo deste dinheiro.
Uma certeza existe; o problema da Educação no Brasil não é dinheiro, é gestão e definição de prioridades. Talvez um bom caminho seja a descentralização! Dar mais autonomia a Estados e Municípios para qualificar seus estudantes. Desinchar o Ministério da Educação seria um primeiro passo importante.
Aviso: esta coluna contém ironia!
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