O nascimento do Brasil traz no seu bojo a exploração de seus recursos naturais e a miscigenação como seus mais fortes componentes.
Os nossos descobridores não aportaram aqui para realizar um processo de desenvolvimento e criar as condições para desenvolver um futuro país. Estavam, isto sim, atrás de suas riquezas e que estas pudessem ser exploradas rapidamente como só é acontecer com o Pau-Brasil, que posteriormente, veio dar o nome ao país.
Por outro lado existe a tão decantada miscigenação; de um lado os brancos compostos de pessoas proscritas e renegadas do território português orientados por uns poucos nobres que para cá se dignaram a vir; os negros que aqui aportaram não vieram por vontade própria, mas sim, por um motivo simplório, já que não eram donos de seus próprios corpos. Como diz o autor do livro História das Lutas do Povo Brasileiro – José Barboza Mello: “na África os pais podiam vender os próprios filhos, o juiz (sova) podia condenar qualquer pessoa a escravidão e, aos reis era permitido escravizar seus vassalos e da mesma forma os senhores da guerra podiam condenar todos os vencidos à escravidão.” Os índios, a terceira perna deste triunvirato, ainda estavam na idade primitiva das coletas e da caça. Da junção destes três povos originou-se o povo brasileiro.
Têmpera é um processo térmico no qual um material metálico é aquecido a uma temperatura elevada e, em seguida, abruptamente resfriado para endurecer sua estrutura. Esta palavra, têmpera, foi apropriada, com o tempo, para identificar pessoas que não se deixam abater, mesmo perante situação extremamente difícil. Talvez um bom exemplo seja Leônidas e os 300 de Esparta. Salvaram a Grécia da invasão dos persas, no desfiladeiro das Termópilas, mesmo sabendo que morreriam ao final da batalha. Há um episódio fantástico no decorrer das batalhas em que o rei persa envia seus mensageiros e, para intimidar, avisa que suas flechas escureceriam os céus e Leônidas respondeu: “melhor, combateremos a sombra!”
Povos com têmpera forte resistem aos piores momentos, basta se analisar o que está ocorrendo no Oriente Médio. Israel sabe que se perder a guerra será extinto como povo e país. Então, as gerações nascidas em Israel após a Segunda Guerra, que se convencionou chamar de Sabras, não permitirá jamais cair sem lutar.
Enquanto isto, em certo país ao sul do Equador, 20,8 milhões de famílias são “pageadas” pelo governo com uma série infindável de bolsas e auxílios aumentando a malemolência que já é peculiar ao povo brasileiro, que o diga Macunaíma. Quando uma pessoa se nega a aceitar um emprego porque a justificativa é a de que ganha mais com as bolsas sem necessidade de trabalhar, está criado o cadinho do fracasso deste país.
O pior de tudo é que, quando a bolsa foi criada por Ruth Cardoso, havia porta de saída, pois os filhos tinham que frequentar a escola ou perderiam o benefício. Hoje o governo se vangloria quando há aumento no número de beneficiários. Penso que o futuro que nos espera será muito difícil. Ah! Não comentarei a ameaça que vem da jogatina que está, aos poucos, se instalando no país.
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