Este é o título de um espetáculo musical interpretado por Clara Nunes e Paulo Gracindo, duas figuras de expressão da arte brasileira e que homenageavam o jornalista e produtor Antônio Maria e a cantora e compositora Dolores Duran, expressões artísticas brasileiras e que morreram muito cedo. O espetáculo foi encenado nos anos 70 do século passado retratando a música e os anseios dos anos 50/60.
Por que buscar em um espetáculo antigo as razões para escrever sobre o presente? Para mostrar que a profissão do brasileiro tem sido e continua sendo, ao longo do tempo, a esperança! Desde a implantação do voto direto para a escolha do presidente temos sido iludidos por candidatos que prometem tudo e realizam quase nada. A cada eleição promessas são repetidas a exaustão mas, nada muda; o fundamental continua o mesmo, ou seja, educação de péssima qualidade criando, por este imenso país, um conjunto enorme de analfabetos funcionais que compõem a massa de mais de 60% de brasileiros que vivem na informalidade.
A cada voto depositado nas urnas juntam-se nossas esperanças de que, sim, agora vai! Mas, a saúde desce a ladeira e a cada ano fica pior; a pandemia só escancarou o que já se sabia. Um ano de pandemia e a rede de saúde estava em colapso. Dinheiro teve e tem, por que não fizeram os esforços necessários para dotar o sistema dos recursos necessários para evitar ou minimizar o que está acontecendo?
Agora explode no país uma epidemia de dengue com mais de 500 mil casos e com mortes já sendo registradas. A dengue é uma doença típica de um povo mal educado e, se tivéssemos educação de qualidade, jamais seria um problema a ser administrado. Em breve estaremos ouvindo e lendo que o problema originou-se no excesso de chuvas e do calor asfixiante que atinge o país; nunca o problema terá como fundamento a falta de prevenção e de preparo. Assim como sempre fizemos continuaremos fazendo. O erro não é reparado nem serve de lição para o futuro!
Entra ano, sai ano, os meses de verão se transformam em verdadeiro inferno para um bom número de brasileiros. Suas casas são invadidas por chuvas intensas e o que se vê nas reportagens das redes de televisão é uma gente abatida e com uma frase permanente, que se repete ano a ano: “perdi tudo!” As chuvas existem desde sempre, os locais em que permitiram as construções também, o problema se repete a cada ano, onde está o planejamento, a prevenção, o preparo para treinar as pessoas ao que fazer?
Este é apenas um exemplo da inépcia com que são tratados os problemas que afetam os brasileiros. Vale para o trânsito, para o serviço de saúde, para a Educação, para a segurança, enfim para todos os problemas que são corriqueiros no dia do brasileiro comum.
Com o fim do Carnaval deve começar o ano para os brasileiros que comandam o país; o congresso retoma suas atividades na próxima semana e ao brasileiro comum continua a restar a esperança.
Brasileiro: Profissão esperança!!!
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