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Coluna Inovação | “No pain, no gain”: porque empresas só inovam e crescem quando detectam e resolvem problemas do mercado
05 de Abril de 2018

Coluna Inovação | “No pain, no gain”: porque empresas só inovam e crescem quando detectam e resolvem problemas do mercado

No pain, no gain“. Sem dor, sem ganho.

O chavão da maromba segundo o qual só se perde peso e ganha músculos com muita dor e suor também vale para quem quer criar um projeto inovador, seja dentro das empresas ou criando sua própria startup. Só que a dor, nesse caso, não é muscular, mas sim a dor de um cliente ou de todo um mercado, que pagaria bem caso alguém trouxesse uma solução inovadora e de fácil aplicação. Logo, quem resolve a pain recebe o gain.

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Não é assim simples, mas a equação é por aí. Tem muitas ideias que são boas, resolvem problemas mas a execução é falha, há problemas de gestão e conflitos pessoais que deixam startups promissoras pelo caminho. Mas a questão é: quem tem vontade de criar um projeto inovador e está disposto a engajar outras pessoas na causa, não tem medo de quebrar a cara e confia muito naquilo que propõe, tem que procurar não a ideia brilhante, mas um problema a ser resolvido.

Um dos melhores laboratórios para começar essa busca é participando de eventos como o Startup Weekend, que acontece em diversas cidades do estado até o final do ano e que conta com apoio de entidades como o Sebrae e a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do governo de Santa Catarina (o calendário completo está aqui). Recentemente, conversei com alguns empreendedores que contaram como algumas ideias que eles levaram para o Startup Weekend se tornaram empresas que hoje já começam a faturar e crescer.

“Descobrir uma solução é doloroso, mas aprendemos esses caminhos. Especialmente a validação do projeto – não adianta a ideia ser muito boa para mim mas não ter validade para o mercado”, comentou Fabiano Dell Agnolo, que criou a DeuZika, uma startup que desenvolve sistema (hardware + plataforma) para rastrear bicicletas em caso de perda, roubo e furto. A ideia surgiu quando ele teve a bike roubada em casa e, ao conversar com outras pessoas que também foram furtados, percebeu que o índice de resolução desse crime era baixíssimo – a polícia, por sua vez, alega que tem crimes mais graves para resolver. Uma dor que merecia um novo produto.

Num outro grau, resolver problemas de um determinado setor foi o que levou a ContaAzul a receber nada menos que quatro aportes de financiamento com capital internacional e se tornar hoje uma das mais valiosas startups do Brasil. Nesta semana, a empresa sediada em Joinville e que emprega cerca de 300 pessoas, anunciou um novo round de investimentos: R$ 100 milhões liderados pelo fundo norte-americano Tiger Global Management e com participação também da Endeavor Catalyst.

A dor que eles estão resolvendo é a dos pequenos empresários que não contam com um sistema de gestão simplificado, online e a custos mais baixos do que outras soluções mais convencionais. Por mês, me disse o cofundador e CEO Vinicius Roveda, mais de 2 mil clientes começam a usar a plataforma. Com o ganho de escala da plataforma (eles não abrem, por acordo com os investidores, o volume total de clientes e o faturamento), descobriram que eles também podem ajudar as empresas de contabilidade a serem mais produtivas e automatizadas, sobrando tempo para fazerem um trabalho mais consultivo e menos braçal. A dor: “mais de 80% dos nossos clientes, as PMEs, queriam ter o contador apoiando mais”. A solução: “queremos fazer o empreendedor trabalhar junto com o contador, com uma plataforma que permite também conectar com bancos”. O ganho? Uma perspectiva de crescimento de 100% neste ano, seguindo o que aconteceu em 2017, comenta Vinicius.

Dois celeiros de novas ideias e projetos voltados para resolver problemas de mercado: o  programa Sinapse da Inovação (Fapesc + Fundação CERTI), que contempla os aprovados com um recurso de R$ 60 mil (mais mentorias e capacitação) e neste ano vai apoiar 102 projetos de 30 municípios catarinenses (lista aqui); e o InovAtiva Brasil, iniciativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio junto com o Sebrae nacional, que divulgou recentemente a lista de aprovados na primeira fase – Florianópolis é a terceira cidade com mais projetos selecionados (atrás de São Paulo e Rio de Janeiro).

Mas não custa lembrar: ideia boa é aquela que resolve um problema real de mercado. No pain, no gain!

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