Toda semana, enquanto penso e vou selecionando os temas que vou escrever aqui na coluna sobre inovação pro Acontecendo Aqui fico com a impressão de estar vivendo em uma bolha. Projetos de cidades inteligentes e conectadas que vão gerar oportunidades e serviços para muita gente, empreendedores pensando em soluções para resolver problemas reais de pessoas e mercados, grupos de investidores se unindo para apostar em modelos de negócio inovadores e escaláveis e por aí vai…
Enquanto isso, no noticiário e em nossas rodas sociais e familiares, o choque de realidade: a violência batendo na porta de casa, uma economia ainda em frangalhos, casos de roubalheira em todos os níveis, brigas por opinião política…
Entro nesse assunto porque hoje (sexta, 31.08) começamos a ser alvejados pela propaganda eleitoral que nós mesmos pagamos (gratuita é o escambau!) – e todas essas mazelas serão fortemente exploradas pelos candidatos.
Aí volto à bolha: enquanto percebo que alguns tentam olhar para a frente, pensando em soluções e ideias que respondam às demandas do presente e do futuro, nos deparamos com um cenário que teima em flertar com o passado. Debates idiotizantes entre esquerda e direita, criminalização disso e daquilo, promessas que esnobam o bom senso e a obrigatoriedade de escolher aqueles que vão guiar o país pelos próximos anos. E pelo que se percebe nas intenções de voto, a visão de futuro de muitos eleitores está no espelho retrovisor.
Enquanto isso, falar sobre inovação e disseminar boas ideias e projetos tem que ser uma pièce de résistance num ambiente tão tóxico e baixo-astral como vivemos. Até que a bolha exploda e se torne uma realidade pra quem está fora dela.
“A desconfiança que atinge a política será o motor do novo capitalismo”, escreve Facundo Guerra, o cara que reinventou a cena noturna de São Paulo e a região do Baixo Augusta, em seu livro Empreendedorismo para Subversivos, no qual defende a criação de negócios que tenham propósito mas que também sejam lucrativos e ajudem a economia a girar.
Por isso, vamos falar de coisas boas (e não são as meias Vivarina nem as facas Ginsu):
Projeto em Florianópolis leva linguagem de programação a jovens carentes
Nesta segunda-feira (03.09) tem início, com uma aula inaugural, o projeto “Codificando o Futuro”, que vai levar curso de linguagem de programação para jovens de baixa renda de Canavieiras e arredores do Norte da Ilha. Parceria entre Senai/SC, Softplan, Fundação Esag e Projeto Resgate (iniciativa social de inclusão com sede em Joinville), o Codificando o Futuro vai atender até 40 adolescentes com o objetivo de capacitá-los para um mercado em que há oferta de vagas e falta de profissionais qualificados.
“O curso cumpre uma função social e de atendimento a uma demanda de mercado”, afirma o diretor de Inovação e Produtos do SENAI/SC, Roberto de Medeiros Júnior.
Além das aulas no SENAI, os estudantes farão atividades complementares de desenvolvimento de competências socioemocionais, como trabalho em equipe e pensamento crítico, sob a coordenação do Projeto Resgate. A Softplan fará uma curadoria, colaborando para o direcionamento das competências do curso e oferecerá vagas de estágio e empregos aos estudantes do curso. A Fundação Esag, por sua vez, fornecerá bolsas de estudos.
Demanda por inovação na indústria expande mercado de aceleração de statups
A ideia de conectar as startups ao setor industrial no estado levou à criação, em 2017, da Spin, primeira aceleradora voltada a este segmento.
Com base em Jaraguá do Sul, sede de alguns dos maiores conglomerados industriais do estado (WEG, Malwee, Marisol, Duas Rodas), a Spin viu sua tese de aceleração se consolidar ao longo do primeiro ano de atividade e inaugurou recentemente duas unidades, em regiões estratégicas do estado: Joinville e Blumenau, berços industriais com diferentes vocações mas que compartilham um histórico no desenvolvimento de tecnologia.
Um exemplo é o da acelerada Bee2Share, que desenvolveu uma plataforma de compartilhamento de máquinas – modelo inovador que leva o conceito Uber/AirBnb à indústria e busca reduzir a ociosidade nas fábricas e gerar mais receita às empresas. Como explica Benyamin Fard, CEO da Spin, “nosso papel é contribuir para que, por meio da inovação via startups, as indústrias possam se posicionar rapidamente frente aos desafios da nova economia”.