Quando você era criança, aprendeu primeiro a falar e depois a ler.
Você aprendeu a ler devagar e com esforço, dizendo as palavras em voz alta à medida que forçava o cérebro a associar a palavra escrita ao som armazenado na mente. Em comparação, aprender a falar requer muito menos esforço do que aprender a ler. Armazenamos sons diretamente e depois os repetimos em várias combinações conforme nossa destreza mental vai aumentando.
À medida que crescemos, aprendemos a traduzir com ampla rapidez as palavras escritas na linguagem oral exigida pelo cérebro que nem temos consciência de qual processo de tradução está ocorrendo. Então, nos dizem que 80% do processo de aprendizagem se realiza pelos olhos. É claro que sim. Mas ler é apenas uma parte do processo. Aprende-se muita coisa a partir de pistas visuais que não envolvem a leitura no sentido convencional. Por exemplo, aprende-se a detectar o estado emocional de outra pessoa “lendo” seus sinais corporais.
Quando as palavras são lidas, elas somente são compreendidas quando o tradutor visual/verbal que há no cérebro interpreta oralmente aquilo que se vê escrito. Da mesma maneira, um músico aprende a ler a música e a ouvir o som em sua cabeça, como se alguém estivesse extraindo-os de um instrumento. Tente decorar um poema sem lê-lo em voz alta. É muito mais fácil memorizar o material escrito se reforçamos o seu componente auditivo, a linguagem que funciona no cérebro.
Paras entender, você tem que compreender que há basicamente duas espécies de memória: a memória icônica que armazena imagens visuais, e a memória ecóica, que armazena imagens auditivas. Quando o olho vê uma figura ou capta alguma informação visual, uma imagem razoavelmente completa se registra na memória icônica, mas ela desaparece rapidamente. Porém, quando o ouvido capta uma informação, também registra uma imagem razoavelmente completa que desaparece mais lentamente.
Outro ponto importante: ouvir a mensagem é muito mais eficaz do que a ler. Duas coisas são diferentes. Primeiro, a mente retém as palavras faladas por mais tempo, permitindo que você siga a linha do pensamento com maior clareza. E, segundo, o tom da voz humana dá às palavras um impacto emocional que as palavras impressas não podem comunicar.