Um filme que foi contra todas as opções inimagináveis de ser vetado em sua produção e exibição está fazendo o gosto dos cinéfilos no mundo todo. Nem o sensacionalismo da mídia opinativa está conseguindo afastar os espectadores das salas de cinema.
O assunto é muito importante, o foco da mensagem principal do longa é um dado extremamente preocupante: o Brasil é o segundo país no mundo em dados estatísticos no abuso sexual infantil segundo relatório do Ministério da Saúde. Um boletim epidemiológico* divulgado em maio deste ano apontou 202.948 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes notificados de 2015 a 2021, no país, quase 80 casos por dia no período.
Isso sem contar os casos não notificados, não nos esqueçamos deles. O documento também apontou que 83.571 (41,2%) dos casos de violência foram contra crianças (0 a 9 anos) e 119.377 (58,8%) praticados contra adolescentes (10 a 19 anos).
Com preocupação em falar num longa sobre o tema difícil, a Disney Studios engavetou o projeto de O Som da Liberdade por cinco anos, afinal seu público alvo são as crianças. A Netflix negou produzir o longa. Com a insistência e persistência dos produtores, após o fim do prazo de contrato de direitos de produção pertencentes à Disney, a Angel Studios buscou patrocínios para produzir o filme com orçamento limitado à 14,5 milhões de dólares. O que mais me impressiona é a oposição ao filme, por se tratar de um assunto tão importante porque as pessoas não querem que você assista a dura realidade que acontece com inúmeras crianças no mundo?
Em entrevista ao programa de TV americano Morning Show, o produtor Jeffrey Harmon, ressaltou: “O filme não tem nada a ver com política. Quem já o assistiu sabe que não tem a ver com teoria da conspiração. As pessoas são partidárias. Sempre que aparece algo que é rotulado, as pessoas querem ficar de um lado.” Com a crescente aceitação de espectadores, baixo orçamento de publicidade, O Som da Liberdade foi sucesso de público nos cinemas americanos e em sua primeira semana de exibição no Brasil, mais de 240 mil espectadores estiveram conferindo o longa baseado em fatos reais, segundo dados da Comscore.
Destaco a interpretação intensa e excelente do ator Jim Caviezel (Paixão de Cristo) no papel principal do agente do governo dos Estados Unidos Tim Ballard. O que mais me impressionou são as cenas reais das operações mostradas ao longo das 2h15m de exibição e a mensagem final que o próprio Jim destaca nos créditos.
Te convido para um movimento pelo fortalecimento dos cinemas e desse filme importantíssimo. Vá ao cinema!
O Som da Liberdade (Sounds Of Freedom): Inspirado em uma incrível história real, o longa acompanha o ex-agente especial do Governo Americano Tim Ballard (Jim Caviezel), que embarca em uma missão arriscada para resgatar crianças vítimas de tráfico infantil. Na Colômbia, Ballard decide deixar seu cargo no Governo para seguir em busca da quadrilha em sua jornada que, agora, se torna pessoal. Ano 2023. Diretor: Alejandro Monteverde.
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Até a semana que vem.
DROPS:
FESTIVAL TRANSFORMA ESTÁ COM INSCRIÇÕES ABERTAS PARA CURTAS-METRAGENS LGBTQIAPN+
Realizadores têm até o dia 2 de outubro para inscrever suas produções na quinta edição do festival, que pela primeira vez admitirá curtas-metragens estrangeiros
Data: Entre os dias 22 e 28 de novembro de 2023.
Local: Sala Gilberto Gerlach, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis (SC).
Informações para preencher gratuitamente o formulário cadastral, disponível no site oficial do festival (www.festivaltransforma.com.br
Os filmes selecionados para a V Transforma serão anunciados no dia 23 de outubro.