Aceitar a sina imposta ou proclamar a reviravolta
Da saúde e da doença, extraí algumas das melhores lições da minha vida.
Seja correndo em êxtase, sofrendo à exaustão ou escrevendo a respeito.
Como assessora de comunicação, por exemplo, atendi a Secretaria de Estado da Saúde em plena pandemia de Gripe A e nas enchentes que, de forma sem precedentes, trouxeram um hospital de campanha para Santa Catarina.
Quando o Ministério da Saúde, pela primeira vez, criou uma “rede social” exclusiva para comunicadores do SUS, eu estava lá, na arte de estreia.
Com a mesma paixão, atendi a TopMed, Sociedade Brasileira de Queimaduras, Conselho de Fisioterapia, clínicas, academias, empresas de saúde, e integrei o menu digital da RBS com um sucesso de audiência: o blog Correr é Poder.
A verdade é que entre a máxima dor e o extremo vigor nos situamos todos nós, portadores da #DádivaDaVida, de uma rotina repetitiva, vida que vai e volta, exceto se eu acato a minha reviravolta.
Como a doença, feito uma lupa, mostra cada avanço e retrocesso na nossa condição. Como a corrida, com seus recursos, revela passo a passo a nossa evolução… pela distância, velocidade e o compasso do coração… Da mesma forma, cabe a nós conter a automação… Mas como?
Observando atentamente o que pensamos, criando planilhas pra depurar o que esgota em vez de alavancar.
Sendo críticos sobre o que sentimos, criando protocolos pra traduzir-mudar-dominar o nosso estado de espírito.
Treinando as atitudes. Como na corrida… sem temor nem nostalgia… concentrado no presente… focado somente no passo à frente.
Entre a saúde e a doença, a gente aprende que quase tudo depende de nós. Do nosso poder de perseverar, dos motivos que nos movem, da consciência de que todas as expectativas devem ser depositadas no meu potencial real, jamais na reação “ideal” de uma outra pessoa.
Claro que um coach, um par alinhado, uma equipe afinada aceleram nossa caminhada, mas como nas pistas, cabe a mim dar o start ou estagnar. E prefiro seguir o cronômetro. Girar com ele. Valorizar o instante e aceitar o insight: proclamar a reviravolta em vez de aceitar a sina imposta.
Como o relógio, que não passa um minuto sem mover os ponteiros, também posso alterar de posição. Ver velhas premissas sob novos ângulos, antigos panoramas em novas perspectivas, trocar o que tinge a flor de espinho pelo que cinge de amor o caminho.
Neste domingo foi assim comigo. Pela primeira vez, em mais de 30 anos morando em Florianópolis, subi na ponte a pé. Sem os limites do carro desvendei outro cenário. Mudou a cor do mar, o barulho dos pneus, a intensidade do sol, a distância entre a Ilha e o Continente, a percepção do que sou capaz.
Até ontem, o máximo que eu havia percorrido em provas de rua era 6k. Mas quando acionei um motivo nobre – ver a cidade sob o prisma da ponte – já sabia que faria os 7 sem sofrer. Na revigorante preparação pra bater meu recorde, desviei de cada desculpa que precedeu os treinos. Desdenhei do frio, do sono e do percurso em subida. Porque pra ganhar vigor ou vencer a dor, não basta buscar paliativos pra camuflar a ferida. É preciso ser o centro no organograma da vida.
Como não basta saber o que fazer, é preciso fazer o que sabe, eu não poderia aprender sem compartilhar o que sei. Por isso, convido os amigos para as palestras “#DádivaDaVida: na saúde e na doença, peça, mereça e agradeça”. Dia 8 de junho no Sebrae, a convite da Rede da Mulher Empreendedora, com inscrições neste link aqui. E dia 19 de junho no SESC de Itajaí, a convite do Núcleo da Mulher Empresária da Associação Empresarial de Itajaí, com inscrições neste link aqui. Participe e prepare-se para bater novos recordes de inspiração e gratidão.
ACOMPANHE MAIS POSTS by #ANALAVRATTI NO INSTAGRAM @analavratti e no FACEBOOK @fanpageanalavratti