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Coluna Ana Lavratti: Como cheguei até aqui, sem mi-mi-mi – parte 2
11 de Fevereiro de 2019

Coluna Ana Lavratti: Como cheguei até aqui, sem mi-mi-mi – parte 2

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Por Ana Lavratti 11 de Fevereiro de 2019 | Atualizado 11 de Fevereiro de 2019

 

Desde 03.02, como candidata ao prêmio ACIF Mulheres que Fazem a Diferença, venho compilando na Coluna um pouquinho do que contei no case… Como cheguei até aqui, sem mi-mi-mi!!!

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     Aos 20 anos, junto com a jornalista que todos amamos, minha colega de UFSC Sonia Bridi, eu deixava a faculdade com nota máxima no projeto de conclusão de curso, o jornal AERÓBIO. Mas nem isso me dava ilusão num mercado pequeno feito botão. Internet e redes sociais?? Ninguém se atrevia a prever… Se na minha história um fato não há de prescrever, é que me formei com máquina de escrever.

     Tendo ralado e suado em cada hora livre, como professora de ginástica nas praias e academias, logo achei um destino pras minhas economias. No berço da arte, Florença, estudei Da Vinci e Michelangelo extrapolando as fronteiras da Scuola pra admirar nas praças, na prática… a perfeição por trás do traço, os ideais por trás dos gênios. E quando voltei ao Brasil, o que eu mais queria, tudo que eu queria, era a chance de escrever sobre aquilo que eu conhecia.

     Enquanto esperava o milagre – uma vaga na redação do DC, o primeiro jornal informatizado do Brasil – aceitei o convite da Giovanna Nucci, antiga patrocinadora da minha equipe de Aeróbica, pra gerenciar o show room de colants e biquínis. E foi ali, sentada sozinha, que o dique dos meus olhos rompeu feito cascata sobre as letras do jornal. Seguindo o exemplo dos grandes grupos de comunicação do país, a RBS pela primeira vez abria um Curso de Jornalismo Aplicado em Santa Catarina. Totalmente gratuito, com tradução simultânea para os muitos professores advindos do exterior, com dispensa do trabalho para os funcionários do DC e da RBS TV aprovados na seleção, com duração de um semestre e aulas todos os dias… dá pra imaginar a disputa pela pós-graduação.      Mas na hora certa eu estava pronta… Fiz a prova, fui à entrevista, e quando saiu o resultado o meu nome estava ali, primeiro da lista, entre colegas primorosos. Áureo Moraes, Roger Bittencourt, de repente meus gurus estavam sentados do meu lado.

     Às vésperas da formatura eu já integrava a editoria da Cultura, dando o start pra uma dezena de privilégios: coberturas no exterior, substituir os colunistas Cacau Menezes e Juliana Wosgraus, editar os cadernos coloridos num jornal onde poucas matérias escapavam do preto e branco. E não é que até ali falar de Saúde falou mais alto?? Movida pela missão de vida, ser porta-voz da vida ativa, criei uma página de Beleza & Saúde, publicada todos os domingos por quase oito anos.

     No ano 2000, quando entrei na Band, toda aquela experiência foi elevada à 10ª potência, como apresentadora do Jornal da Band, fazendo dezenas de matérias pra Band nacional, enviada pra Europa pela Série Reportagem, ancorando as coberturas de maior audiência da emissora, no Carnaval e nas Eleições. O ritmo era desconcertante, mas nada que me desconcentrasse da vontade de contribuir, com matérias de Beleza & Saúde, pra sites e jornais. Do intenso convívio com as indústrias de cosméticos, jantar com Luiza Brunet e Adriane Galisteu, almoço com Gisele Bünchen com talheres de prata, já não podia mais fugir daquela condição, de quem detinha prioridade na informação.

     Entre os projetos desta época, criei o caderno Femina no jornal Imagem da Ilha, e passei a assinar, no jornal A Notícia, a página semanal de moda e beleza. Eu trabalhava muito. E treinava forte. Tudo que eu escrevia, pra se exercitar todos os dias, de fato eu cumpria. Até meus músculos começarem a ceder e minha barriga começar a crescer. Era a minha obra-prima se preparando pra nascer… Pra cuidar melhor da Lara, deixei o tumulto das redações. E mesmo no serviço público a Saúde continuou me dando propósitos!

     Liderando a equipe de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde, fiz da informação uma arma para enfrentar a primeira pandemia de Gripe A e as enchentes que justificaram a instalação do primeiro Hospital de Campanha de SC. Preparada pelo INCA, no Rio de Janeiro, encampei a campanha pela extinção do cigarro em ambientes fechados. E mesmo atuando nos bastidores, em pouco tempo eu já estrelava a campanha de lançamento da Rede Social de Comunicadores do SUS e integrava, em Brasília, a comissão julgadora de um concurso nacional de reportagens sobre Saúde.

 

No meio disso tudo, quanta dor e temor. Descobri o reverso da Saúde, sua ausência, ao receber sem poder crer o diagnóstico de um câncer… Mas isso já é assunto pra segunda que vem.  

 

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