Quanto mais eu ouço sobre física quântica, inconsciente coletivo e o poder do pensamento, mais me convenço que espontaneamente, exponencialmente, sempre cultivei na mente, com detalhes consistentes, o que viria a colher.
Além de par perfeito meu amor seria um pai perfeito.
Isso eu sabia. Mas como escolher?
Ao contrário da química que exala entre um casal, alavancada pelo mais remoto efeito de fetiche – o sorriso encabulado, o discurso seguro, a pele mimetizando o sol ou, ao contrário, as mãos perdendo a cor pela vida no computador -, a paternidade não corresponde a qualquer quesito. Não considera beleza, esperteza, fofura nem magreza. É a mágica do amor real, incondicional.
Um dia, diferente de todos os outros, um filho vem ao mundo. E basta um segundo para o vínculo se projetar a um novo patamar. O homem vira pai. Com uma vida a proteger. Um compromisso a honrar e manter. Para sempre. Eternamente, será o fruto da sua semente.
Aos poucos o filho cresce, amadurece. E não basta mais mimar. É preciso educar. Para enfrentar a riqueza e a pobreza, a saúde e a doença, o trabalho com ética, ter paixão e a ciência do festival do “ências” que faz a diferença: insistência, resistência, resiliência, persistência. E por mais que o amor seja gigante, como saber, o que fazer?
Como discernir quais ervas daninhas o pai pode arrancar? E quais deve deixar, pr’aquele filho avaliar, julgar, eliminar sozinho do seu caminho, aprendendo a diferença entre o botão e o espinho?
Como distinguir o dom de inspirar do tom que tira o ar, dar menos ordens e mais motivos, encorajar a ganhar sem esconder que ao filho perdedor reserva o mesmo amor?
Como autorizar escolhas erradas podendo apontar caminhos, cravejar a ponte de luz? E como, sendo brilhante, fugir do feitiço de Midas, que no afã de transformar em ouro tudo o que tocava imobilizou a filha amada, metalizada pela ambição destemperada?
Filho perfeito é feito pé de mamão. Cresce cabendo no nosso abraço, compartilha cada fruto, até que de repente, irreversivelmente, só cabe ao pai admirar a nova dimensão, a fruta viçosa longe da mão. Perto do céu.
No alto do pé sustentado em raízes profundas. Evidentes mesmo escondidas. Estranhas de tão sólidas. Sinuosas de tão longas. Resistentes, sempre. Feito amor de pai.
Quando eu conheci o Marcio ele tinha 22 anos.
E quando eu descobri que era 10 anos mais velha, já não havia volta.
Porque eu havia provado, mesmo sem saber, que o pensamento tem poder.
Que ele seria, pra nossa filha,
o maior de todos os presentes: um pai manso e macio;
e o maior de todos os futuros: um pai durão, exigente e exemplo;
que comemora seu dia, um único dia, e em todos os outros se dedica a ser melhor, dar seu melhor, mentor e maestro da nossa família.
Quanta alegria!! Há 13 anos basta abrir os olhos e vejo o meu desejo:
que o fruto não cai longe do pé.
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