Transformando a Visibilidade das Pessoas com Deficiência”
A palestra “Breaking Barriers: Redefining Disability Representation in Original Content” no Cannes Lions 2024 trouxe uma discussão essencial sobre a visibilidade das pessoas com deficiência na indústria audiovisual. Moderada por Kimberly Doebereiner, vice-presidente do Futuro da Publicidade na P&G Studios, a sessão contou com a participação de Greg Nugent, fundador da HARDER THAN YOU THINK; Sheridan O’Donnell, cineasta e diretor; e Ezra Frech, atleta paralímpico e cofundador do Angel City Sports. Eles compartilharam suas experiências e visões sobre a criação de conteúdos inclusivos, destacando o impacto transformador do documentário “Rising Phoenix: A New Revolution”.
O Poder Transformador do “Rising Phoenix”
A sessão começou com a exibição de um trecho do documentário “Rising Phoenix: A New Revolution”, que narra a jornada emocional de atletas paralímpicos rumo aos Jogos de 2024 em Paris. Greg Nugent, visionário por trás do documentário e ex-diretor de marketing dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, explicou que a produção do filme foi impulsionada pela necessidade de contar histórias autênticas e inspiradoras. “Não havia nem um único livro escrito sobre os Paralímpicos, enquanto podia comprar 50 sobre os Olímpicos”, disse Nugent, ressaltando a falta de representação das histórias dos atletas paralímpicos.
A Jornada Pessoal de Sheridan O’Donnell
Sheridan O’Donnell, diagnosticado com retinite pigmentosa, uma condição ocular degenerativa, compartilhou como sua experiência pessoal influenciou a abordagem do documentário. “Para mim, foi essencial trabalhar com uma equipe onde 50% se identificavam como deficientes. Isso trouxe uma perspectiva autêntica e uma conexão profunda com o elenco”, afirmou O’Donnell. Ele destacou que a inclusão de profissionais com deficiência no processo de produção permitiu contar histórias com mais honestidade e realismo.
A Perspectiva de Ezra Frech
Ezra Frech, atleta paralímpico dos EUA, compartilhou sua história de superação. Nascido com uma deficiência física, Frech teve sua perna esquerda amputada aos três anos e um transplante de dedo do pé para a mão. “Cresci jogando todos os esportes, mas não tinha ninguém na mídia mainstream para me inspirar”, disse Frech. Ele ressaltou a importância de projetos como “Rising Phoenix” para mudar percepções e eliminar estigmas associados às deficiências. “Não se trata apenas de medalhas, mas de impactar vidas e criar uma mudança mais ampla”, completou.
O Papel das Empresas e Marcas
Kimberly Doebereiner e Greg Nugent discutiram como empresas e marcas podem apoiar a inclusão de pessoas com deficiência. Nugent destacou a importância de revisar processos internos para promover a representação. “Muitas vezes, não é a organização que não quer contratar pessoas com deficiência, mas os processos que impedem essa oportunidade”, afirmou. Doebereiner, representando a P&G, destacou o compromisso da empresa em apoiar atletas paralímpicos e projetos inclusivos. “Estamos orgulhosos de ser parceiros nesta jornada e acreditamos que a inclusão fortalece nossas produções”, disse ela.
Um Olhar para o Futuro
A palestra no Cannes Lions 2024 não apenas destacou as conquistas até o momento, mas também lançou um olhar esperançoso para o futuro. “Minha missão é normalizar a deficiência e ser um exemplo do que é possível”, declarou Ezra Frech, enfatizando seu objetivo de transformar a maneira como as deficiências são vistas pela sociedade. Através de iniciativas como “Rising Phoenix” e o apoio contínuo de empresas como a P&G, a indústria audiovisual pode criar narrativas mais inclusivas e autênticas, desafiando estigmas e promovendo a equidade.
Em resumo, “Breaking Barriers: Redefining Disability Representation in Original Content” foi um poderoso chamado à ação para a indústria audiovisual. Como afirmou Sheridan O’Donnell, “Estas histórias deveriam ser contadas desta maneira”, reforçando a necessidade de uma representação autêntica e inclusiva em todas as produções. A palestra inspirou e iluminou caminhos para um futuro onde a diversidade e a inclusão são a norma, não a exceção.