No Cannes Lions 2024, Riccardo Fregoso, Chief Creative Officer da Dentsu Creative e fotógrafo renomado, apresentou uma visão inspiradora sobre a arte da fotografia analógica e seu impacto na criatividade. Durante sua sessão intitulada “Unlock Lo-Fi and Power Your Creativity through Photography”, Fregoso compartilhou suas experiências pessoais e reflexões sobre como a abordagem lo-fi pode reorientar nossa conexão com a arte e a criatividade.
A Jornada de Riccardo Fregoso
Riccardo iniciou sua apresentação falando sobre sua trajetória e o conceito de “caminho paralelo” na criatividade. Ele explicou como, apesar de ter ganho inúmeros prêmios Lions, percebeu que esses troféus são efêmeros, enquanto a arte é eterna. “Cresci com o sentimento de criar algo que tivesse uma espécie de permanência,” disse ele. A fotografia, segundo Fregoso, permitiu que ele unificasse seu caminho criativo com esse desejo de durabilidade e significado.
Redescobrindo a Essência da Criatividade
Para Fregoso, a criatividade é um processo complexo que muitas vezes nos faz esquecer nosso instinto criativo. Ele enfatizou que a verdadeira criatividade não é uma questão de equipamento, mas de visão. “O que importa é o poder da composição, o significado, e não necessariamente o que você está mostrando,” afirmou. Ao adotar uma abordagem lo-fi na direção de arte, ele acredita que é possível focar mais na essência da criatividade, ao invés de se perder nas complexidades técnicas.
O Poder do Assunto e a Importância da Inspiração
Durante a apresentação, Fregoso exibiu fotos de artistas contemporâneos e ressaltou a importância de focar no poder do assunto fotografado. “Às vezes, devemos desligar tudo e deixar o poder da vida vir até nós,” aconselhou. Ele compartilhou suas próprias experiências, passando horas em um carro, esperando silenciosamente pelo momento certo e pela inspiração certa. A fotografia documental, segundo ele, é um exemplo perfeito de como a paciência e a observação podem levar a epifanias criativas.
Enfrentando os Desafios e Redescobrindo o Processo Criativo
Fregoso mostrou imagens em preto e branco de soldados e fuzileiros, destacando que para capturar a essência de um assunto, é preciso estar próximo dele, tanto fisicamente quanto emocionalmente. “O fotógrafo foi ao campo e enfrentou problemas. Mas isso é a vida, o risco, e é isso que nos constrói,” comentou. Ele comparou a descoberta de Copérnico sobre a Terra girar ao redor do Sol à necessidade de os criativos se afastarem do pensamento racional e calculado e explorarem caminhos paralelos na arte.
Limitando as Possibilidades para Focar na Essência
Fregoso também discutiu o valor de limitar as possibilidades como um meio de focar melhor na criatividade. Usando câmeras analógicas, como a Zenza Bronica, que oferecem apenas 12 disparos e pouca capacidade de controle sobre a luz, ele argumenta que a limitação pode, na verdade, liberar a criatividade. “No momento em que você reduz suas possibilidades, começa a focar,” explicou. Ele mencionou como a filmagem em 35mm, com sua escolha limitada de lentes, proporciona uma qualidade diferente ao olhar e uma experiência distinta na criação.
Em Resumo
Riccardo Fregoso concluiu sua apresentação destacando a importância de abraçar a imperfeição e utilizar o lo-fi como uma ferramenta para a liberdade criativa. Ele compartilhou sua experiência na criação de campanhas que tentam mudar a criatividade, injetando imperfeições dia após dia. “Se você tem a abordagem certa para o artesanato, o lo-fi pode dar liberdade ao espírito,” afirmou. Através de sua jornada e ensinamentos, Fregoso inspirou os presentes a redescobrirem a beleza da simplicidade e a profundidade da verdadeira criatividade.