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Coluna Carlo Manfroi | Startup Summit 2019 – Florianópolis no centro da inovação
19 de Agosto de 2019

Coluna Carlo Manfroi | Startup Summit 2019 – Florianópolis no centro da inovação

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Por Carlo Manfroi 19 de Agosto de 2019 | Atualizado 19 de Agosto de 2019

 

O evento de tecnologia, inovação e empreendedorismo realizado pelo SEBRAE e ACATE – Associação Catarinense de Tecnologia na capital catarinense, com patrocínio e apoio de diversas instituições e empresas, promoveu trocas fundamentais entre empresas iniciantes, as consolidadas e instituições públicas.

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O Startup Summit integrou os 60 eventos do Floripa Conecta, um festival de inovação que iluminou a economia criativa de Floripa de 9 a 18 de agosto, por vários palcos da cidade. Tecnologia, arte, gastronomia, empreendedorismo, marketing, turismo e uma infinidade de atividades ganharam as ruas e deram um colorido especial ao inverno na Capital catarinense.

Só no Startup Summit foram mais de 3.500 participantes que estiveram no Centro de Eventos Governador Luiz Henrique da Silveira, no Norte da Ilha de Santa Catarina, nos dias 15 e 16 de agosto de 2019. Entre eles, CEOS, empresários e profissionais da indústria da tecnologia e inovação,

 

Um Prefeito empolgado
O tom do evento foi dado na própria abertura, pelo prefeito Gean Loureiro. Chamado ao palco para iniciar os trabalhos, passou longe daquele discurso formal de boas-vindas. Em uma fala empolgante, revelou dados e ações que mostram o movimento de Florianópolis a favor das startups e na construção conjunta com a sociedade desse novo modelo de empreendedorismo. “Nós fomos atrás de facilidades para os empreendedores, e ter um endereço físico era um dos problemas que engessava. Conseguimos viabilizar para que as startups possam iniciar no endereço residencial” – destacou o prefeito, entre outras novidades.

O Startup Summit foi dividido em trilhas de conhecimento, tendo a Plenária como palco principal e mais dez palcos com palestras simultâneas abordando temas como Marketing & Vendas, Tecnologia & Produto, Cultura & Talentos, Ecossistema, Operação, Investimento, Corporate, Espaço Acate – Associação Catarinense de Tecnologia, Espaço Sebrae, Espaço inovabra – o hub de inovação do Bradesco, além da Feira com diversos stands e bancas de exposição com iniciativas de novos empreendedores apoiados pelo Sebrae.

Bootstrapping, ou se erguer puxando as próprias botas
Na palestra “O Lado Difícil das Situações Difíceis”, André Krummenauer, cofundador e CEO da Involves, compartilhou a experiência de uma startup que iniciou sem investimento e que cresceu com as próprias pernas, chegando atualmente a atuar em 21 países, com 12% do faturamento em exportações e conquistando o título de a melhor empresa para se trabalhar em Santa Catarina. Um ensinamento importante que André deixa é que “não adianta ser o primeiro em um mercado com uma boa ideia, mas mais importante do que isso é ser o primeiro a escalar”, ou seja, fazer seu produto ou serviço atingir outros mercados em grande escala.

O estado da arte em prospecção
Diego Cordovez, da Meetime, destacou a importância de manter múltiplas atividades de contatos para a prospecção, sendo o telefonema ainda muito forte no Brasil. Segundo pesquisas, a intuição na forma de prospectar é uma prática bastante usada por aqui. Porém, a análise de dados feita pela Meetime reforça a importância de ter um método mais eficaz na conquista do cliente. Segundo uma variável dessa análise, ligar para o prospect após o envio do e-mail aumenta em quase 30% a chance de ter interações significativas. Quanto mais o tempo passa (acima de 1 hora), menores as chances de concretizar o negócio. Seguindo a intuição, a maioria entende que não é bom telefonar assim que se envia o e-mail. A prática mostra que há espaço para aumentar a rapidez nos contatos, esperando menos para acionar o prospect novamente. Para aumentar a taxa de sucesso, Cordovez recomenda manter uma prospecção ordenada (sem intuição), realizar de 8 a 10 atividades (telefonar, e-mail, etc) na cadência e ter até 10 minutos de espera para o tempo de resposta do cliente que acioná-lo. “O cliente que entra no seu site é igual ao que visita a sua loja, tem que atender na hora”, destaca o profissional.

Cultura de performance exponencial
Mônica Hauck, fundadora da Sólides Tecnologia, abordou a cultura de performance exponencial com foco em como montar o time certo para escalar. Destacou a importância de crescer no tempo certo, mantendo a cultura da empresa através dos guardiões dos valores da mesma. Crescer exponencialmente significa também velocidade na contratação de um novo time de vendas, mas que nem por isso as premissas fundamentais que levaram o negócio até o estágio em que se encontra poderão ser esquecidas. Salientou ainda que a primeira contratação de toda a empresa é entre os sócios, pois um contrato social já configura com quem você irá contar dali pra frente. Muitas vezes o sócio daquele momento pode ser fundamental, mas se tudo der certo em dois anos ele poderá não ser mais necessário para a empresa, e essas são questões bastante difíceis de serem tratadas. Acontece muito em startups de ir botando todo mundo como sócio, com maior ou menor participação, já que não há dinheiro para remunerar aquele profissional na operação. Segundo Mônica, essa é uma das atitudes que costumam gerar grande dor de cabeça mais tarde. “A cultura da empresa também é passada para os colaboradores de acordo com quem você demite ou promove”, diz a profissional. O perfil da equipe é fundamental na hora de escalar o time. Os colaboradores são divididos em Comunicadores, Executores, Planejadores e Analistas. É importantíssimo ter um percentual adequado de cada tipo de profissional, para não saturar demais uma das skills e acabar deixando o ambiente interno sobrecarregado. Pessoas com o perfil Analista predominante ficam três vezes menos no cargo do que os demais perfis. Segundo ela, um dos problemas é que as empresas não possuem um manual de cultura e que, as raras que têm, não fazem uso do mesmo.

Super Apps e a cultura chinesa
In Hsieh, da Chinnovation, revelou o outro lado da China, mais desconhecido dos brasileiros. Segundo ele, o que a gente aprende sobre a China vem da mídia americana – e passa muito longe da realidade deles. A grande guerra de mercado lá está sendo travada entre as formas de pagamento. Milhões de chineses entraram no mundo online direto pelo smartphone, sem ter passado por desktop, nem tablet ou notebook. Da mesma forma, também acessaram o pagamento via smartphone sem nem terem conhecido o cartão de crédito. São coisas, segundo In, que podem acontecer de alguma forma no Brasil. Ele quer dizer que se estivermos atrás no desenvolvimento tecnológico em algum ponto é possível queimar etapas e avançar com maior velocidade, sem perder o bonde da história. Sobre a guerra dos pagamentos, empresas chinesas brigam pelo consumidor buscando o pagamento por reconhecimento facial, oferecendo maior comodidade. Ou seja: já é possível pagar com um sorriso para a câmera da loja, sem ter que tirar o celular do bolso. Outro ponto de destaque são os e-commerce. Segundo In, muitos apartamentos novos não têm cozinha e nem garagem. Carro, eles usam o serviço do Didi, o Uber chinês. E a entrega das lojas virtuais é tão rápida que muitas casas não têm dispensa, pois podem comprar no e-commerce até mesmo na hora de preparar a receita, que o produto chega muito rápido. Ele destaca também que enquanto os americanos focaram muito em desenvolver empresas e marcas voltadas para o produto e a inovação tecnológica, os chineses se especializaram na transformação digital voltada para atender às necessidades das pessoas, colocando-as no centro do processo.

Tecnologia e conhecimento da TOTVS
Juliano Tubino, VP de Negócios da TOTVS, revelou que a empresa é maior que todas as concorrentes globais juntas. E que, para continuar crescendo, mantém firmes seus 4 pilares que são o DNA da empresa. O primeiro deles é Dividir para Aumentar. Ou seja, quando foi preciso expandir exponencialmente – em uma época em que essa expressão não era moda – a TOTVS teve a expertise e coragem de abrir postos de trabalho e franquias por esse Brasil-Continente. Hoje são 52 franquias no país, mais de 8.000 totvers e 30.000 clientes no Brasil e na América Latina. O segundo pilar é a Relevância que coloca o Cliente como Protagonista. E nisso os números falam ainda mais alto. A operação da TOTVS é responsável pelo processamento de dados de nada menos que 25% do PIB brasileiro. Entre estes, 30 milhões de vidas, 9 milhões de folhas de pagamento, 3 milhões de dados de estudantes e 60 mil PDVs. O terceiro pilar é o de Continuar Nadando, ou indo para frente sempre. Para isso, investem constantemente em novas categorias de produtos e serviços, como Backoffice, RH, Verticais, Plataformas e Techfin. E o quarto e último pilar incentiva a correr Riscos e Cair, mas Aprender com os erros. E aí Tubino surpreende apresentando produtos de insucesso da gigante TOTVS. Afinal, todo mundo erra, mas se você não aprender com os erros, aí sim o desperdício é grande.

Todo mundo pode malhar com a Gympass
Leandro Caldeira, CEO Brasil da Gympass, apresentou o conceito e os detalhes da plataforma que conseguiu ampliar a frequência de pessoas nas academias de 5% para 35%. A premissa de academias vazias e pessoas querendo frequentá-las mas achando o preço salgado despertou o bichinho de startupers nos fundadores da Gympass, César Carvalho, Vinicius Ferriani e João Thayro. Primeiramente, fizeram uma plataforma que vendia passes avulsos em diárias das academias para pessoas físicas. Como parte do público que comprava os passes já era cliente das próprias academias, criou uma concorrência nada saudável para as mesmas, enfraquecendo a iniciativa dos empreendedores. Porém, uma empresa resolveu comprar centenas de passes para seus funcionários, o que abriu uma nova modalidade e possibilidade de negócios. Foi aí que focaram a Gympass em B2B. Resultado: a operação só cresce e, além do Brasil, a Gympass também ganhou musculatura e já está em 14 países.

Estes foram alguns dos conteúdos de um evento com mais de 150 palestras. Que venha o Startup Summit 2020!
 

 

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