ARTIGO | Um panorama sobre as govtechs em 2022
24 de Janeiro de 2022

ARTIGO | Um panorama sobre as govtechs em 2022

CEO de companhia de investimentos traz as principais tendências e pontos de atenção dessas startups

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*Por Diogo Catão

 

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Com o intuito de criar inovação para a gestão pública e auxiliar na economia de recursos públicos através de soluções tecnológicas, surgiram as startups denominadas ‘GovTechs’. Por menos que se ouça falar, há um movimento de crescimento delas.

De acordo com o levantamento do BrazilLAB, hub de inovação Govtech, em parceria com o CAF, Banco de Inovação de Desenvolvimento da América Latina, atualmente há no país 135 startups que se encaixam no modelo govtech, sendo 80 vistas como mais importantes por já estarem vendendo para o governo ou trabalhando com ele em outras formas de colaboração de maneira recorrente.

Em 2022, espera-se que esse segmento avance, e que o ecossistema de inovação no setor público alcance os players de investimentos, por meio de empresas que tenham como objetivo capacitar e investir em govtechs. Para que isso aconteça, é necessário que os processos de regulação, capacitação e investimento avancem nessa área.

Colocando essas startups em perspectiva, a expectativa é que as hipóteses de inexigibilidade de licitação para compras públicas aumentem e que a vinda do marco regulatório de startups venha estimular e aquecer ainda mais o cenário de govtechs em médio e longo prazo.

Um ponto importante de destacar é a questão de educar a mentalidade do gestor público, em razão da falta de cultura de inovação e desfazer a noção de que atuar com o poder público é atuar com a corrupção. Como dizem no meio, “as startups GovTech são o futuro do governo no Brasil”.

É importante que os meios de atuação sejam repensados, como mudança de legislação, formas alternativas de contratação, para que aconteçam conforme a anuência da gestão e com isso se evidencie a importância da inovação na prestação dos serviços públicos, o que depende do esforço e da atuação de cada um de nós como cidadãos diante da administração pública.

Ademais, a “cultura de corrupção” e obtenção de vantagens pessoais é bastante enraizada no Brasil, e infelizmente também entre as startups. Vi uma pesquisa ressaltando que algumas pessoas afirmaram se sentir desconfortáveis em reuniões e apresentações de projetos a gestores, pois por parte das startups sentiram como se estivessem sendo avaliadas na sua idoneidade e legalidade.

Diante disso, trabalhando em conjunto, será possível dar passos maiores na direção da transformação das instituições públicas no Brasil.

 

 

*Diogo Catão é CEO da Dome Ventures. Mestre em Ciências, Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação pela Esiee Paris, foi professor de e-commerce, logística para e-commerce e impacto da tecnologia na logística na FOCCA – Faculdade de Olinda; de pós-graduação em TI aplicada à logística, Business Intelligence e TI aplicada aos negócios, e de graduação em Gestão de Projetos, BPM, Empreendedorismo e Sistema de Informação na Laureate Education.

 

Foto do topo de energepic.com no Pexels.

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