Dois diferenciais marcavam a Chapecoense antes do trágico acidente aéreo de terça-feira, 20 de novembro, e podem ficar ainda mais fortalecidos: o fato de ser considerada por muitos como o “clube mais querido do Brasil” e de ter uma gestão equilibrada, com despesas que cabem dentro das receitas.
A colunista do DC, Estela Benetti traz em sua coluna desta quinta-feira, 01/12, informações sobre a continuidade do patrocínio da Aurora Alimentos e Unimed Chapecó ao Associação Chapecoense de Futebol. Confira:
“Junto com a onda de solidariedade para dar suporte às pessoas mais afetadas pela tragédia, vem também uma atenção especial por parte dos patrocinadores do clube. Falei ontem com a Caixa Econômica Federal, a Coopercentral Aurora Alimentos e a Unimed sobre a continuidade desses apoios no ano que vem. A Aurora e a Unimed informaram que vão renovar o contrato com o clube. A assessoria de imprensa da Caixa disse que essa decisão é tomada no final do ano e que a instituição ainda não deliberou sobre patrocínios para o ano que vem, mas é provável que contratos serão renovados.
A Caixa investe na Chape em torno de R$ 4 milhões por ano e a Aurora, de R$ 3 milhões. A outra parte (mais de 50%) vem de direitos de imagem de TV e de bilheteria. No ano passado, considerando todas as receitas, o clube obteve R$ 47 milhões e teve despesas de R$ 43 milhões. É por isso que os analistas de finanças de clubes de futebol elogiam o equilíbrio da Associação Chapecoense de Futebol.
Segundo o diretor financeiro da Aurora Alimentos, Neivor Canton, diante de um projeto de futebol que continue transparente, sério, com gestão profissional, não há porque a coopercentral se afastar dessa iniciativa.
“Vamos continuar presentes nessa reconstrução do clube se assim as coisas forem organizadas, estruturadas. Se a sociedade decidir continuar com a Chapecoense, nós estaremos juntos – afirmou Neivor Canton.
A Unimed da região informou que manterá o patrocínio. Segundo a coordenadora de marketing da organização, Marlise Gurtler, o apoio é por meio de serviços médicos aos jogadores, comissão técnica e diretores, conforme as necessidades.
De acordo com Neivor Canton, o que acontece na cidade é um ciclo virtuoso. A gestão equilibrada permite montar equipes competitivas e continuar na Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol. Assim, obtém mais receitas de direito de imagem em TVe atrai mais torcedores.
“A forte torcida da Chapecoense é uma realidade. Tem um grupo jovem que contagiou a região. O futebol passou a ser uma alternativa de lazer saudável. As empresas abraçaram o clube. Há empresas que oferecem planos para os seus funcionários se tornarem sócios do clube, por isso houve um forte crescimento do quadro associativo. Em Chapecó, ser sócio da Chape é um privilégio, dá status”, observa o líder cooperativista.
Por tudo isso, a expectativa é de que a Chapecoense consiga se reerguer da tragédia no médio prazo e seguir forte no futebol brasileiro.”