A terça-feira, dia 22 de novembro, foi muito produtiva
para o público presente no ABA Summit, evento
promovido pela Associação Brasileira dos Anunciantes
O primeiro debate foi marcado pelo tom disruptivo. O CEO e founder da Zoomin.TV, Jan Riemens, fez uma análise do cenário em que a equação entre meios, marcas e pessoas passará por grandes transformações no curto prazo.
A mistura em ebulição que compõe o momento atual tem a Geração Z, como grande vetor das mudanças, bem como a extrema multiplicidade de plataformas dos meios e as marcas, que precisam se conectar com seus públicos e interagir por meio da comunicação. Para desvendar as formas de alcançar esse público por meio de novas abordagens, Jan contou com a participação dos debatedores Eduardo Tibiriçá, CEO e fundador do Grupo Bossa Nova, e Roberto Grosman, co-presidente da F.Biz.
Segundo Riemens, o ponto mais importante dessa equação são as pessoas. “No caso da Geração Z, há um público com atitude diferente em relação à vida. Trata-se de pessoas que têm coragem e ousam, mas apresentam fortes laços emocionais, pois gostam de cuidar e apreciam a proximidade proporcionada pelos relacionamentos. Por isso essas pessoas gostam de compartilhar. Elas também reconhecem o valor do dinheiro e, principalmente dos recursos, evitando quaisquer formas de desperdícios. Não à toa estão em evidências tecnologias que caminham nessa direção, como o uso de energias renováveis e novas formas de mobilidade”, disse ele.
No segundo painel “As conversas sobre mulheres, gênero e ageism foi puro modismo?” levou ao palco sete profissionais que vivenciam diariamente os vários lados da relação das marcas com os mais diversos públicos. Daniela Bogoricin, brand strategist do Twitter, ressaltou na palestra “Update: tensões sociais e marcas” que normalmente os gestores das empresas entendem que existe uma diversidade no mundo atual, mas isso não significa que a questão seja prioridade no seu cotidiano. Mas, se ele apenas olhasse para o faturamento da empresa, entenderia esta como uma preocupação relevante. “O retorno financeiro é 36% superior quando a empresa lança um olhar mais diverso em sua comunicação”, afirma.
Na sequência, Sonia Bueno, presidente da Kantar Brasil, palestrou sobre “O consumidor líquido, o impacto nas marcas e os Millennials”. Ela elencou quatro oportunidades de ouro às empresas nesse novo cenário: inovar em produtos, canais e em modelos de negócios; criar conteúdo às diferentes mídia e plataformas; buscar eficiência e melhor ROI entre os meios; e colocar o consumidor no centro da estratégia. “Criatividade, contexto e conteúdo são fundamentais para trabalhar neste momento de fluidez”, opina.
Renato Meirelles, sócio do Instituto Locomotiva, apresentou “Perfil da população 50+ no Brasil”. Ele chamou de Clube do Trilhão o enorme contingente de brasileiros acima dessa faixa etária e que representa consumo acima de 1 trilhão de reais por ano. “Não esqueçam que existe amor no Excel. Desafio que todo profissional de marketing precisa ter no seu trabalho é não esquecer de olhar as pessoas”, deixou com mensagem à plateia lotada.
Na última palestra do painel, Carla Alzamora, falou sobre “Equidade de gêneros e raça na publicidade brasileira”. Como diretora de Planejamento da agência Heads e membro da ONU Mulheres, ela ressaltou que por sermos parte do problema é fundamental nos tornarmos parte da solução. Estudo realizado pela empresa com comerciais veiculados em dois canais de TV (um aberto e outro fechado) demonstrou claramente o quanto a grande massa população brasileira não está representada nos filmes. Seu conselho é que os profissionais de comunicação encarem as ruas e vejam que realidade querem estampar nas suas mensagens, decidindo pela equidade de maneira consciente.
Os debatedores desse painel foram os conselheiros da ABA Alexandre Bouza, diretor de Marketing do Grupo Boticário, e Beatriz Galloni, VP de Marketing MasterCard, além de Denise Figueiredo, diretora de Marca & Consumidor da Natura e diretora da ABA.