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SÉRIE “Os desafios e o legado da pandemia”, por Rui Schneider da Silva – presidente do Sicoob Central SC/RS
21 de Outubro de 2020

SÉRIE “Os desafios e o legado da pandemia”, por Rui Schneider da Silva – presidente do Sicoob Central SC/RS

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O Sicoob é herdeiro de uma longa tradição de desafios vitoriosos, que começam na fundação da primeira cooperativa de consumo, em Rochdale, na Inglaterra, em 1844, exatamente para enfrentar as dificuldades socioeconômicas da Revolução Industrial. As cooperativas surgem dessa ideia poderosa, de unir esforços com o objetivo de alcançar o bem comum. Sem donos, fornecendo produtos e serviços de qualidade pelo menor preço possível, e dividindo os lucros (que no cooperativismo é chamado de sobra ou resultado). Uma ideia que conquistou o mundo e está presente em todos os continentes e tem enorme importância na economia de vários países – o Brasil incluído.

O Sicoob é uma instituição financeira cooperativa que está presente em todos os estados do País e no Distrito Federal, com 4,8 milhões de associados e que possui a quarta maior rede financeira com pontos de atendimento em território nacional.

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A pandemia do novo coronavírus trouxe de imediato uma preocupação para garantir a saúde de dirigentes, funcionários e associados, ao mesmo tempo em que era preciso acelerar mudanças que já haviam se tornado uma tendência em todo o planeta: de uma sociedade conectada por redes sociais, mas sem perder a essência de seus princípios e valores.

Hoje, 85% de todas as transações realizadas pelo Sicoob já são por aplicativos e internet banking. E, mesmo assim, na tendência reversa da maioria dos bancos, continuamos a abrir agências, porque a nossa relação com os associados é de parceria e proximidade. Para nós, o cooperado não é só um cliente, é dono do negócio e a relação se faz muito mais intensa.  Oferecemos os mesmos produtos e serviços de um banco, com as mesmas garantias, com menores taxas e juros comparados à média do mercado, e muito mais vantagens.

Além disso, a transparência, a gestão democrática, o interesse pela comunidade e a intercooperação, são alguns dos motivos que têm garantido a solidez dessa ideia de que a cooperação é um importante motor do desenvolvimento econômico e social, e faz muita diferença em comparação com o individualismo e a busca por lucros cada vez maiores, sem um compromisso maior com a diminuição das desigualdades e a distribuição de renda. Por isso, também, o Sicoob é apoiador oficial dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU – apoiando o Trabalho Decente e Crescimento Econômico.

Toda essa história e as milhares de relações estabelecidas, dia a dia, com os nossos associados, tem permitido atravessar mais essa crise, ao mesmo tempo em que pode oferecer aos cooperados a ajuda necessária para superar o problema. Rapidamente as cooperativas se organizaram para arrecadar alimentos e fazer doações, em dinheiro e produtos, para hospitais e famílias carentes. Além disso, como instituição financeira, prorrogamos prazos e estamos dando toda a assistência possível aos cooperados para a superação da crise, por meio de crédito em condições especiais.

O modelo de nossos negócios é ter foco nas pessoas e buscar soluções de maneira coletiva, solidária. E é justamente nas crises em que os laços de confiança se renovam e quando o cooperativismo mais cresce, porque é visto, com mais clareza, como um modelo que promove justiça financeira. E se preocupa, verdadeiramente, com cada um de seus associados. É isto que explica, por exemplo, a entrada de recursos nas cooperativas acima do normal. Nosso RDC (Recibo de Depósito Cooperativo) cresceu consideravelmente, o que comprova a confiança do cooperado em sua cooperativa. Crescemos também em LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e Poupança. E como a maior parte das cooperativas estão em municípios que têm sua economia baseada no agronegócio, que tem apresentado um bom desempenho, isto reflete também positivamente nas cooperativas financeiras. Na área urbana, temos apoiado as micro, pequenas e médias empresas para atravessar o período mais crítico da crise e superar os problemas.

Não paramos de anunciar nossos produtos e serviços, de investir em mídia, não demitimos por conta da crise e não paramos de contratar novos funcionários e abrir agências. O Sicoob já está preparado para operar o novo meio de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central, o Pix, que começa a ser aceito a partir de 16 de novembro deste ano. Os cooperados já começaram a fazer o pré-cadastro desde 5 de outubro. Temos uma relação muito sólida com nossos associados e é essa confiança que pavimenta o caminho para o futuro.

Os momentos de crise são também de aprendizado. Não queremos perder contato com a tradição e com todo o legado que nos trouxe até aqui, mas estamos muito atentos às mudanças de paradigmas e as novas formas de fazer negócios e se relacionar com as pessoas. Desde o ano 2000 temos uma Escola de Dirigentes e Executivos e, mais recentemente, uma Universidade própria que capacita nossos dirigentes e funcionários.

Procuramos investir, cada vez mais, na segurança do negócio, no atendimento às conformidades e em novas tecnologias. Hoje o nosso associado dispõe de um aplicativo, um dos mais bem avaliados na Apple Store e Google Play, que permite ter informações e fazer uma série de movimentações e aplicações de qualquer lugar do planeta.

É assim, valorizando as experiências do passado, tendo foco na busca de soluções para os associados e investindo em tecnologias que possam perenizar o nosso negócio, que temos enfrentado as crises – econômicas, sociais, sanitárias – sem perder o foco que o mais importante são as pessoas e que a cooperação é a melhor maneira de superar obstáculos.

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