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Coluna Ozinil Martins | Pessimismo, otimismo ou realismo?
09 de Outubro de 2024

Coluna Ozinil Martins | Pessimismo, otimismo ou realismo?

Observar o cotidiano nos dias atuais não nos dá condições para ser otimista

Por Prof. Ozinil Martins de Souza 09 de Outubro de 2024 | Atualizado 09 de Outubro de 2024

Alguns dos amigos mais próximos, às vezes, dizem-me que sou pessimista. Costumo responder que sou, apenas, um observador do cotidiano. E, cá para nós, observar o cotidiano nos dias atuais não nos dá condições para ser otimista. 

Quando comparamos o passado recente do país (1950) com os tempos atuais é claro que a evolução foi excepcional; de um país agrário nos transformamos em um país industrial; o nível de vida do povo evoluiu significativamente; a infraestrutura teve um crescimento exponencial. 

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O agronegócio é um dos mais eficientes e produtivos do mundo; somos competitivos em vários campos do interesse humano. Mas, pecamos no essencial. A Educação brasileira está entre as piores do mundo e, não temos nenhuma universidade entre as 100 mais importantes do ranking internacional. 

Neste mesmo período em que crescemos tanto, imaginem o que teríamos crescido se tivéssemos uma Educação de qualidade. Pelo potencial de crescimento e pelo que desperdiçamos, pelos erros de planejamento e corrupção é que temos a lamentar. Gosto de comparar dois países, Brasil e Coreia do Sul, tendo por base os anos 50/60 do século passado. 

Coreia do Sul invadida pela Coreia do Norte em 1950 em uma guerra que perdura até os tempos atuais e sob um armistício firmado pelos países, com aval dos Estados Unidos e China, no ano de 1953. A paz está pendente até os dias de hoje. Neste período a Coreia do Sul tinha um PIB per capita de US$ 100, e o Brasil o equivalente a US$ 1.600,. Atualmente a Coreia do Sul tem um PIB per capita de US$ 33.300, e o Brasil de US# 10.000,. Por que esta diferença é tão grande?

A resposta está na Educação. Logo que a guerra foi encerrada o governo sul coreano priorizou a Educação em seu planejamento estratégico. Hoje, a Coreia do Sul tem 100% de sua população alfabetizada e os estudantes, na faixa etária de 15 anos e, com intenção de ingressar na Universidade, chegam a dedicar 14 horas por dia aos estudos. A estrutura educacional atende as crianças, gratuitamente, até complementar os estudos fundamentais; o ensino médio é pago, mas os valores são acessíveis e, com assistência do governo. Enquanto 97% dos estudantes concluem o ensino médio na Coreia, no Brasil este número, em 2023, chegou a 30,6% dos estudantes que iniciaram o curso. 

69,8% dos sul coreanos têm algum tipo de ensino superior e 34,2% têm algum curso de bacharelado sendo, segundo a OCDE, um dos melhores índices educacionais dos Estados participantes. 

Óbvio que, com este perfil educacional, a economia seria a grande beneficiária. Hoje, a Coreia do Sul, é um dos países mais inovadores do mundo e um grande “player” no mercado econômico mundial. Samsung, Hyundai, LG, Hybe Corporation, YG Entertainnement e Posco são nomes conhecidos e, provavelmente, o leitor já usou ou tem algum dos produtos produzidos naquele país.

Na Coreia do Sul os professores são considerados ídolos e os melhores alunos do ensino médio são direcionados à Pedagogia. Já no Brasil, os estudantes com as piores classificações no Enem têm como destino o curso de Pedagogia. 

Enfim, enquanto continuarmos brincando de construir um país com enormes diferenças sociais e, fingirmos que a distribuição de auxílios produzirá a igualdade, pelo mundo, alguns países continuarão a fazer a diferença.

Foto: Freepik

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