Comunicar é transferir significados. Ao longo da história da humanidade o desenvolvimento da fala permitiu a interação entre as pessoas, porém nem sempre a comunicação atinge o objetivo proposto em razão das diferenças entre os interlocutores. A comunicação eficaz só existe quando, o que uma pessoa fala é compreendida pela outra. Muitas vezes, o comunicador fala no vazio porque seu interlocutor não entende o que está ouvindo. É bastante comum a dissociação entre o comunicador e seu ouvinte em função das diferenças existentes entre ambos. Portanto, conhecer com quem se vai falar é princípio básico para o bom comunicador.
Esopo, provavelmente intuitivamente, percebeu que comunicar não era algo simples e criou um modelo interessante de comunicação. Esopo, escravo grego que viveu no século VI a.C, criou as fábulas como maneira de comunicar-se. É uma forma de composição literária curta, escrita em prosa ou verso, em que as personagens são animais que apresentam características humanas e é frequentemente usada na literatura infantil. Normalmente, as fábulas trazem como conclusão, forte componente moral. Esta forma de comunicação é muito usada na educação infantil pela facilidade de entendimento e fácil de ser compreendida.
Jesus Cristo, comunicador que já perdura por mais de dois mil anos, percebeu que para atingir seu público teria que usar uma linguagem diferente e optou pelas parábolas. Parábola é uma narrativa curta que transmite um conteúdo moral através de linguagem figurada. As curtas estórias que contava e que foram eternizadas e estão presentes em nossas vidas até os tempos atuais carregam uma forte simbologia. O povo ignorante (sentido de conhecer) aprendeu e fixou, através das estórias, princípios religiosos e éticos que chegaram até os dias de hoje.
Mas, o mundo e as intenções nem sempre são as melhores e vive-se atualmente a comunicação das narrativas; é uma forma desenvolvida para a comunicação de ideias, conceitos e propostas com fins nem sempre honestos e verdadeiros. O importante é tentar transformar ideias em atos concretos mesmo que não verdadeiros. Isto só é possível em função do baixo nível educacional do povo.
O sistema de benefícios concedidos ao povo no Brasil cria as condições ideais para gerar um ciclo de poder calcado sobre inverdades. Você deve estar lembrado que o povo “ia voltar a comer sua picanha e tomar sua cervejinha” ou que o marginal que rouba o celular de alguém que ainda nem o pagou, está cometendo um crime de baixo potencial ou como dizem alguns “o capitalismo gera necessidades que as pessoas não podem atingir.”
Um dado interessante das narrativas é que elas têm lado. O que para um lado é considerado crime para o outro é esperteza e, assim segue o barco criando no povo a sensação de insegurança e de que tudo é permitido aos que detém o poder, seja ele de direito ou pelo poder da força.
Triste ver que a base que, tudo isto permite, é a precariedade da Educação que se pratica no país. Como escreveu há tempos George Carlin (comediante americano) “o poder não quer uma população capaz de elaborar pensamentos críticos, ele quer trabalhadores obedientes, pessoas inteligentes para operarem máquinas, e burras o bastante para aceitarem, pacificamente, a própria situação”.
Foto: Freepik