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Coluna Ozinil Martins | 1º de Maio – Há algo a ser comemorado?
30 de Abril de 2024

Coluna Ozinil Martins | 1º de Maio – Há algo a ser comemorado?

Por Prof. Ozinil Martins de Souza 30 de Abril de 2024 | Atualizado 30 de Abril de 2024

Primeiro é bom esclarecer que em 1º de maio comemora-se o dia do trabalhador e não do trabalho como, comumente, é tratado. Homenagear o trabalhador é reconhecer a importância que ele tem para a sociedade em todas as suas vertentes. Não dá para saber quem chegou antes, mas o trabalho não existiria sem o trabalhador. 

8,5 milhões de desempregados e, segundo o IBGE, até o final de 2023 existiam 39 milhões de trabalhadores informais. 56 milhões de brasileiros estão cadastrados, hoje, no programa Bolsa Família. Segundo o IBGE a População Economicamente Ativa (PEA) é de 108 milhões de brasileiros. Segundo o mesmo IBGE, o número de trabalhadores com carteira assinada é de 38 milhões de brasileiros. Os números são oficiais, a análise é sua, caro leitor.

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Informal significa sem nenhum dos benefícios trabalhistas garantidos em lei; por outro lado o avanço da Inteligência Artificial destrói empregos de uma maneira voraz. São milhares de postos de trabalho que deixam e deixarão de existir a cada ano, substituídos que são por robôs, mecanização, informatização e virtualização. Não é, Bia? 

Segundo Al Gore, em seu livro “O Futuro”, “nos últimos 25 anos a produção aumentou 133%, enquanto os empregos reduziram em 33%.” Isto significa que os objetivos da mecanização, robotização e virtualização estão cumprindo seu papel de substituir o trabalhador em atividades repetitivas.

Sempre que há mudanças estruturais atingindo a humanidade um dos reflexos imediatos é a mudança do perfil exigido dos trabalhadores, Foi assim quando deixamos de ser nômades para sermos agricultores; depois veio a Revolução Industrial mudando completamente a relação trabalho – trabalhador e agora enfrentamos a Revolução da Inteligência Artificial. A humanidade precisa, com urgência, rever a forma como está formando seus futuros trabalhadores. 

A educação que hoje é praticada, com raras exceções, forma profissionais para a velha economia, para a economia de escala e de produtos padronizados. A nova economia exige trabalhadores pensantes que saibam sair de situações conflitivas, resolver problemas e que tenham habilidades técnicas somadas a habilidades de relacionamento humano. É um novo trabalhador! 

Um trabalhador que exercerá profissão que ainda não foi criada, trabalhará com máquinas que ainda não foram inventadas e resolverá problemas que sequer imaginamos. Será que nossas escolas, em todos seus níveis, estão realizando este trabalho? Será que há consciência de pais, professores e políticos que esta mudança já está em andamento e suas consequências estão começando a aparecer? Quantos destes desempregados conseguirão empregos no novo padrão? Os novos modelos em que o trabalho será realizado já estão sendo praticados e não há previsão de volta aos antigos modelos. 

Aos pais e professores que estão lendo esta coluna lembro que as grandes empresas de tecnologia do mundo, Google, Facebook, Apple, já não estão procurando seus colaboradores pela formação acadêmica, mas pelas habilidades que possuem; o diploma começa a se tornar desnecessário. O Brasil precisa de técnicos em todas suas qualificações, mas forma em torno de 100 mil profissionais por ano em Direito e outro tanto em Pedagogia. Hora de rever conceitos!

Aos políticos cabe conduzir este processo. Espero que o entendam e façam sua parte ou o Brasil viverá problemas mais sérios ainda de desemprego e convulsão social. A reflexão se faz necessária e nada mais apropriado que fazê-la no dia do Trabalhador! 

Imagem: Pexels

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