CANNES 18 | Entrevista com Álvaro Rodrigues, CEO / CCO Fullpack e Jurado da Categoria Radio&Audio
30 de Maio de 2018

CANNES 18 | Entrevista com Álvaro Rodrigues, CEO / CCO Fullpack e Jurado da Categoria Radio&Audio

Álvaro Rodrigues, novo CEO/CCO da Fullpack, é um dos publicitários mais premiados e influentes da sua geração. Tem 23 anos de profissão e passagens pelas agências Africa, Africa Rio e DM9 Rio. Antes dos 6 anos dentro do Grupo ABC foi, por 7 anos, sócio e Presidente da Agência3. Em sua carreira, já acumula 26 Leões no Festival de Cannes, além de troféus em vários festivais nacionais e internacionais, como 6 Lápis no D&AD, sendo o primeiro profissional do Rio de Janeiro a conquistar o D&AD. Também é premiado no Clio, Clio Music, Ouro e Bronze no The One Show. Como reconhecimento individual na carreira, destacam-se duas indicações no Prêmio Caboré como Profissional de Criação. Este ano foi indicado ao Hall da Fama do Marketing Brasileiro pela ABRAMARK. Foi jurado em diversos festivais de propaganda, como duas vezes no Cannes Lions, duas vezes no D&AD, Clio, FIAP (Presidente do Júri), El Ojo, London International Awards, Lisbon Advertising Festival, Best Ads on TV, Wave Festival, Prêmio Abril, entre muitos outros.
 

Qual é a sensação em fazer parte da equipe de jurados do Cannes Lions 2018?

É a minha terceira vez como jurado em Cannes. Uma honra. Agora, ser jurado em Cannes 2018 tem um significado especial. Acabo de voltar do almoço promovido pelo Estadão para os jurados e todos tinham o mesmo sentimento: vamos fazer parte de um Cannes Lions histórico. Um festival que mudou, do festival que se reinventou, mudou categorias, ficou mais curto, enfim, mudou para continuar sexy, relevante e cada vez desejado por todos.

 
Qual é o aprendizado ou troca de experiências que você imagina ter lá com criativos de diversos cantos do mundo?

Gosto de fazer parte do júri. Fui duas vezes jurado no D&AD, também reconhecido por todos com um dos mais rigorosos do mundo. Presidente do júri no FIAP no México. Cada um com a sua característica, particularidade. É interessante poder rever os “amigos de júri” a cada ciclo de festival. Conexões que você leva para a vida, além daquela semana de trabalho intenso, de muito debate e discussão pelo melhor. É sempre rico participar dos debates no júri. Diferentes culturas, formações e critérios. É como fazer parte da ONU. Neste caso, as nações unidas defendem a criatividade.   Fazer parte do júri é poder ajudar o seu país. Isso é óbvio. Ajudar com a retórica local, dando contexto, explicando o que não está dito, isso sem dúvida, faz a diferença. Espero poder fazer isso novamente este ano.

O Festival passou por uma grande reformulação para esta edição. O que você poderia citar sobre essas mudanças e o que será avaliado em Radio e Audio, Categoria que você vai julgar?

O uso da tecnologia deu um novo fôlego ao rádio, dando ao meio, possibilidades infinitas de inovação. Hoje, um texto pensado exclusivamente para o meio, compete com uma ação que usa o GPS do carro, a sua geolocalização para ativar uma mensagem. O RDS. A frequência. Tudo é levado em consideração para a criação de um projeto transgressor e absolutamente pertinente ao rádio. Este ano, a categoria somou o “áudio”. Será no mínimo interessante julgar não só spots e cases, como por exemplo a atuação de um ator em um  spot tomando como base a sua locução. 

Cite um grande trabalho da sua empresa que vai concorrer em Cannes neste ano.

Eu estou há apenas 6 meses na Fullpack, uma das maiores agências independentes do Brasil. O desafio é de tornar essa agência grande em uma grande agência também na sua relevância criativa. Os primeiros trabalhos já começam a aparecer. Com eles, novas contas, projetos e profissionais no time. Este é o ano do plantio. 2019 será a da colheita. 

 
O que é mais importante em Cannes? Ganhar um leão, palestras, conhecer pessoas?

Tudo é importante, depende apenas do seu interesse e perspectiva. Cannes é grande hub de criatividade e inovação da nossa indústria. Durante uma semana, é possível cruzar com o ganhador de um Grand Prix e conversar com ele a respeito da ideia. Ouvir uma palestra que pode ser transformadora. Fazer network e mudar de emprego ou até de país. Celebrar o tão cobiçado leão. Cada ângulo do festival é imperdível. Independente do seu estágio na carreira, todo profissional volta de Cannes com uma sensação de incômodo, de “preciso fazer melhor”, de “esse ângulo do problema é novo”.

 
Porque o Brasil valoriza tanto Cannes? Um dos países com maior número de inscrições e também visitantes.

O mundo da criatividade valoriza Cannes, na verdade. O Brasil está incluído aí. Somos reconhecidamente um dos países mais criativos e inovadores do mundo. Só no ano passado, conquistamos 99 leões. O prêmio é um balizador na minha opinião. Uma forma muito clara de entender a qualidade do que você produz comparado à marcas e briefings semelhantes feitos por outras agências e clientes ao redor do mundo.

O que não falta na sua bagagem para Cannes?

Neste ano, um deck com os trabalhos feitos pelo Brasil – e pelos brasileiros ao redor do mundo – para Radio&Audio, a categoria que eu vou julgar. É importante chegar preparado para poder defender as ideias do país.