O Teatro Lumiére mais uma vez lotado, aguardava o debate com grandes nomes presentes em Cannes. De um lado, Phil Thomas, CEO do Cannes Lions, junto com outros grandes profissionais da indústria como Nick Law, recentemente contratado para ser o Chief Creative Executive do Grupo Publicis e também contou com a presença de duas criativas Emma Sharkey e Jaime Robson, e para completar Anatoly Roytman, Senior Manager Director e que é um dos grandes nomes da Accenture Interactive.
Nick Law iniciou o papo com a seguinte questão: Por que um criativo com qualquer ambição deveria se unir hoje em dia à uma agência de propaganda? Entre tantos desafios que existe na profissão, a recomendação de Nick é que você primeiramente procure estar perto de ótimas pessoas, profissionais com que você se sinta bem em trabalhar. Nem que eles sejam maluquinhos ou neurótico, mas que com certeza você vai encontrar algum valor nestas pessoas.
Uma das questões levantadas no evento é se valeria a pena se unir num grupo internacional como a Publicis e Accenture ou o melhor caminho seria buscar pequenas agências, mais flexíveis e onde você tem mais liberdade para criar e assim ficando de fora daquela estrutura corporativa. Nick citou que no início de sua carreira, ele havia trabalhando em pequenas agências e tanto uma opção quanto a outra lhe agradaria. “Você como criativo precisa ir em busca daquilo que você quer e você terá o seu lugar. Há muito futuro para pessoas criativas”, declarou Nick Law.
Um outro ponto citado é que há várias situações em que os criativos são infantilizados dentro da própria empresa e tratados como crianças, ao invés de serem respeitados e tradados como líderes. A grande mudança que ocorreu na indústria atualmente é que a criatividade não está sendo mais monopolizada pelos times de criação na agência; e também que as empresas mais poderosas do setor começaram a entender que criatividade é a chave para gerar negócios e trazer resultados e disrupção tem como essência a criatividade.
Um dos grandes erros que acontecem nas agências é de pessoas de outras áreas querendo liderar a empresa. Nick Law citou como exemplo David Droga, que ao mesmo tempo é CEO e o líder de sua agência e que é considerada uma das melhores no mundo atualmente na área. “Os criativos deveriam ser liderados por criativos e não pelo departamento administrativo da agência”, acrescentou.