A inteligência artificial está transformando o mercado global, incluindo o Brasil. Segundo o relatório Social Media Trends da Hootsuite, a tecnologia é uma aliada estratégica para profissionais de marketing, ajudando a automatizar processos e gerar insights.
Dados da AdAge indicam que 69% dos profissionais consideram a IA essencial, enquanto no Brasil, 83% dos trabalhadores intelectuais já utilizam essas ferramentas, de acordo com o Índice de Tendências de Trabalho da Microsoft e LinkedIn.
Com o avanço da IA generativa, surgem riscos como fraudes e deepfakes. Para lidar com isso, o Congresso discute o Marco Regulador da tecnologia (PL 2338/2023), já aprovado no Senado, que busca estabelecer regras para o uso responsável dessas inovações.
Apesar de sua popularidade, há um paradoxo: 87% dos brasileiros dizem não usar IA no dia a dia, segundo o Datafolha. Isso reflete como a IA está tão presente no cotidiano que passa despercebida, em ferramentas como buscas no Google, chatbots, assistentes virtuais e automações como legendas e resumos de vídeos. Essa integração reforça a necessidade de que profissionais e marcas usem a IA generativa com responsabilidade.
“Como tudo na vida, o segredo está no equilíbrio! Usar o IA como ferramenta de apoio para tarefas repetitivas, analíticas ou dar um primeiro passo em um novo projeto é válido, mas, ao mesmo tempo, é preciso manter um olhar afiado, estratégico e criativo para garantir o toque humano nas interações, criações e conteúdos”, explica a jornalista e social media, Stephanie Friesen, coordenadora de mídias sociais da agência Smartcom.
Tecnologia sim, humanização mais ainda!
A especialista aposta no fortalecimento do storytelling, personalização real e sensibilidade humanizada no marketing como tendências para contrabalancear a adesão massiva à IA e evitar excessos. “Ao invés de usar IA para criar mensagens genéricas, as marcas e profissionais podem utilizá-la para entender os interesses e comportamentos do público. Com isso, é possível criar comunicações mais segmentadas e relevantes”, afirma.
Um exemplo de prática positiva é a aplicação da IA para investigar os diferentes públicos que interagem com seguidores e quais conteúdos eles mais gostam. “Mas a mensagem deve ser ajustada para gerar uma conversa e uma troca genuína”, afirma Stephanie.
Outra dica da especialista é aproveitar ferramentas da tecnologia que contribuem para melhor entender o comportamento do público-alvo, identificar padrões, entender os algoritmos, tópicos de interesse e até horários de maior engajamento. “Há também algumas atividades que podemos automatizar parcialmente, como a análise de um concorrente.”
Existem ainda tarefas que podem ser automatizadas por meio de bots que respondem mensagens ou fazem a moderação de comentários. “Vejo ambos os lados, os exemplos que funcionam muito bem e os que não. As pessoas muitas vezes se aproveitam de respostas automatizadas para fazer piadinhas nos comentários, e isso viraliza pelo motivo errado”, alerta a jornalista.
Foto de Sanket Mishra/Pexels