Um relatório recente da Deloitte e da Social Catfish revelou que a Geração Z está mais propensa a cair em golpes na internet do que seus pais e avós.
Com a transformação digital em plenos motores, a sociedade como um todo precisou se adaptar rapidamente às mudanças no cotidiano e, consequentemente, aos novos desafios. Quando falamos sobre instrução no meio digital, muitas pessoas podem achar que é um tópico exclusivo de pessoas idosas, mas essa não é a realidade.
Conforme os dados da pesquisa, os jovens entre 14 e 28 anos têm três vezes mais chances de sofrer com crimes cibernéticos, sendo os mais comuns: phishing, roubo de identidade, golpe do romance e cyberbullying. Em comparação com as outras gerações, a probabilidade de um jovem da geração Z cair em golpes na internet é de 16%, enquanto a dos baby boomers, de 61 a 75 anos, é de apenas 5%.
Ao que parece, os cibercriminosos já estavam atentos a esta vulnerabilidade, visto que as perdas de jovens com menos de 20 anos, devido a fraudes, saltou de US$ 8,2 milhões em 2017 para US$ 210 milhões em 2022. E, apesar de a pesquisa ter sido feita com jovens norte-americanos, o Brasil se posiciona como o segundo país mais suscetível ao cibercrime.
Para Sylvia Bellio, especialista em cibersegurança e CEO da itl.tech — empresa eleita por quatro anos consecutivos o Maior Canal de Vendas Dell Technologies — , a conscientização é fundamental para as pessoas saberem como se proteger. “No momento que nos conectamos à internet, estamos expostos a vários tipos de perigos”, alerta. “Portanto, para nos proteger, é preciso conhecer os riscos, como os cibercriminosos atuam e os impactos que podem causar em nossa integridade online”.
“A geração Z cresceu com os dispositivos e, esse ar de familiaridade, por vezes pode causar uma sensação de acomodação, onde eles escolhem o mais rápido ao mais seguro”, destaca a especialista. “Além disso, os golpes estão cada vez mais avançados, de maneira que os cibercriminosos se adaptam à maneira como os jovens usam a internet, conseguindo passar despercebidos”.
Como se proteger?
Diante deste cenário, Sylvia destacou alguns cuidados que devem ser tomados para evitar cair em golpes ou sofrer ataques cibernéticos, confira:
Muita atenção nas compras online: verifique a reputação da loja responsável pela venda, confira links e sempre olhe as avaliações dos outros compradores. “A internet está cheia de pessoas tentando tirar vantagem, seja com anúncios mentirosos ou produtos falsos, e, por isso, é tão importante investigar antes de realizar uma compra”, afirma a especialista.
Senhas fortes e autenticação de dois fatores: muita gente pode achar que as ferramentas biométricas e a autenticação de dois fatores são inconvenientes e “atrasam” a nossa vida, mas a é verdade é que elas elevam o nível de segurança do seu dispositivo e das suas contas de maneira muito eficaz. “Quanto mais barreiras adicionarmos, mais difícil se torna para um cibercriminoso invadir suas contas e roubar os seus dados”, explica Sylvia.
Aprenda a identificar e-mails e sites falsos: os cibercriminosos estão desenvolvendo sites fraudulentos cada vez mais parecidos com os originais, mas existem alguns detalhes que podem evitar um golpe. “Endereços de sites com letras trocadas ou números no lugar, endereços de e-mail com nomes diferentes, ofertas e descontos mirabolantes… esses são apenas alguns dos sinais que devem acionar um sinal de alerta”.
Desconfie de promessas de dinheiro fácil: os famosos jogos de azar e aplicativos de apostas são alguns exemplos de promessas vazias que devem ser evitadas. “Se fosse tão fácil ganhar dinheiro, ninguém iria compartilhar isso nas redes sociais”, alerta a especialista. “Desconfie de promessas vazias, proteja seus dados e seu dinheiro não investindo em programas de pirâmide ou jogos de azar online”.
Fique atento às novidades e conheça os golpes em alta: uma das maneiras mais simples de se proteger é conhecendo os riscos. “Se mantenha atualizado sobre as novidades tecnológicas — desde a última atualização de um software até mesmo os golpes em alta no momento”, afirma Bellio.
A especialista ainda destaca a importância do letramento digital, principalmente para crianças. “Existem muitos programas e materiais online que explicam como proteger os seus filhos de interações online nocivas, conteúdos impróprios e até mesmo de ter seus dados e identidade expostas”, afirma Sylvia. “O conhecimento é a melhor arma para combater a desinformação e proteger nossas gerações, desde os baby boomers até a gen Alpha”, conclui.