Este ano, pela primeira vez desde 2021, a Microsoft superou a Apple em valor de mercado, se tornando a empresa mais valiosa do mundo, estimada em US$ 2,888 trilhões.
Uma das grandes alavancas do feito foi a colaboração da multinacional de Bill Gates com a OpenAI, a criadora do ChatGPT.
A eterna disputa entre as duas gigantes da tecnologia deve se acirrar nos próximos dois anos, quando o ChatGPT vai transformar a maneira como as pessoas fazem busca na Internet, desbancando o Google.
A análise é de Florian Bessonnat, cofundador e CIO da startup franco-brasileira Simplex e professor no curso de SEO (Search Engine Optimization) da Universidade de Genebra, no programa de MBA, em parceria com a Universidade de Columbia (NY/EUA), o Google e a Microsoft.
Mecanismos de indexação
Por trás da possível quebra de monopólio do Google, está um enorme desafio – e oportunidade – para empresas que trabalham com SEO, de acordo com Florian, líder de projetos que renderam mais de meio bilhão de visitas anuais a websites nos últimos dez anos, dentre os quais o Yahoo! na Europa.
“A tendência é que o ChatGPT se torne a interface predominante de pesquisa e como ele usa o Bing como buscador padrão para coletar informações e responder perguntas dos usuários, o desafio para empresas que trabalham com SEO será pensar desde já em novos mecanismos de indexação. Uma boa posição no Bing e não mais no topo do Google é o que tornará a marca relevante no ChatGPT. É uma mudança de paradigma que muda toda a estrutura de poder da Internet, pensando de forma mais ampla”, analisa.
A aposta de Florian é que, com as constantes evoluções do ChatGPT, as próximas gerações de smartphones também já deverão contar com a ferramenta integrada nos dispositivos. “O ChatGPT se tornará uma espécie de copiloto das pessoas, respondendo a perguntas mais complexas, cruzando dados de modo a fornecer respostas cada vez mais completas. Estaremos diante de uma verdadeira transformação no modo em que tarefas operacionais são executadas hoje em dia”. Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2022, lançada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), dos 149 milhões de usuários de internet no país, mais de 92 milhões, cerca de 62%, acessam a web apenas pelo celular.
O especialista destaca ainda que empresas que estiverem trabalhando com conteúdo em escala sairão na frente nesta transição, uma vez que as plataformas de IA que realizam buscas irão precisar de uma quantidade cada vez maior de dados para aprendizagem.
Novo boom do SEO
Se por um lado o SEO experimentará um boom, a mídia paga (SEM – Search Engine Marketing), por outro, estará diante de uma possível crise, uma vez que o ChatGPT considera apenas resultados orgânicos. “Será a hora e a vez do SEO e de alternativas como o branded content”, complementa o especialista.
Estar no topo do Google significa, para as grandes marcas, mais acessos em seu site e, como resultado, mais clientes/vendas para seu negócio. “Uma pergunta simples sobre qual é o smartphone mais barato no mercado, no entanto, pode devolver múltiplos resultados no Google. O ChatGPT, por exemplo, conseguirá cruzar avaliações do produto na internet com a confiança do vendedor e, considerando a localização do comprador, sugerir um único resultado certeiro. Tudo isso escaneando centenas ou milhares de páginas no Bing. Isso é um aspecto muito importante para quem trabalha com SEO, porque o ranqueamento do site será fundamental, uma vez que a tendência será o desaparecimento dos cliques em páginas diversas”, explica.
A Simplex, pioneira na abordagem tecnológica de SEO (Search Engine Optimization), é especializada em aumento de tráfego online qualificado, conversão e vendas na internet. O CEO João Lee explica que a startup já está estudando meios de pivotar alguns de seus produtos para o Bing. “É uma mudança de chave para as empresas e agências de marketing digital. Como conseguir influenciar o ChatGPT – e outras interfaces de IA – para ele produzir resultados orgânicos para os clientes? Quem já estiver levando em conta essa questão será pioneiro nos próximos anos”, acrescenta.
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