Os radiodifusores de todo o Brasil foram surpreendidos nesta semana por um Comunicado enviado pela Kantar IBOPE Media aos seus assinantes, onde informa que está implementando mudanças na pesquisa de rádio com objetivo de fortalecer a precisão e a relevância das informações para o meio.
As mudanças
. A faixa etária de 10 a 14 anos foi desconsiderada da amostra, segundo a Kantar, para se adequar à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD);
. Os públicos de 60 a 69 anos e 70+ foram adicionados, reconhecendo a crescente longevidade e o impacto econômico desse segmento;
. A captura de dados de audiência também tem novidades. Segundo a Kantar, para acompanhar as transformações digitais, a proporção das entrevistas foi ajustada para 60% presenciais e 40% online, substituindo os antigos índices de 67% e 33%, respectivamente. Neste item reside um questionamento geral dos radiodifusores, porquanto impossível precisar quem estará respondendo por e-mail o questionário Kantar
. O perfil por zona geográfica também terá modificações. Sua expansão permitirá análises mais detalhadas e segmentadas na base trimestral.
. Estimativas populacionais, um item que estava defasado há vários anos e era reclamado pelos radiodifusores da Grande Florianópolis, também será atualizado. A partir de agora serão usados os dados do CENSO IBGE 2022 + PNADC 2024, com projeções para o ano de 2025. Isso, provavelmente, aumentará o número de ouvintes por minuto, que na pesquisa de janeiro (novembro 24 – janeiro 25) mostra os seguintes números das 3 melhores colocadas na pesquisa (2a a 6a | 6-19 hs | todos os locais | todos os equipamentos | ambos os sexos | GRANDE FLORIANÓPOLIS:
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- Atlântida FM – 18.663 ouvintes por minuto
- Regional FM – 17.986 ouvintes por minuto
- Massa FM – 13.751ouvintes por minuto
O Comunicado da Kantar IBOPE Media encerra com a afirmativa de que “essas mudanças metodológicas visam fortalecer a precisão e a relevância das informações, com um impacto positivo no universo de ouvintes e no tempo médio diário consumido nas 13 regiões pesquisadas pela Kantar IBOPE Media.”
O AcontecendoAqui convidou as empresas controladoras das 3 emissoras acima evidenciadas e, também, a Jovem Pan, que deixou de assinar Kantar IBOPE Média, para trazer ao seu público suas opiniões sobre essas mudanças. Confira a seguir:
“Acredito que é muito importante uma constante avaliação e atualização das ferramentas de mensuração para que tenhamos a garantia de dados assertivos para o mercado publicitário.
Atualizações de perfil demográfico, população e outros dados devem sempre estar alinhados ás atualizações do IBGE e outros institutos oficiais, para que se mantenham em conformidade ao cenário nacional.
Ter um olhar focado no público do mercado consumidor, garantir a possibilidade de uma análise ainda mais segmenta e acompanhar as transformações digitais me parecem medidas relevantes para termos dados precisos.
Nós da NSC, como maior ecossistema de aúdio do estado e com rádios líderes de audiência em seus segmentos, trabalharemos para sempre garantir a maior transparência e resultado para os nossos anunciamtes.
Seremos guardiões de um mercado amparado por dados e métricas confiáveis, seguindo as melhores práticas globais de mensuração.
Afinal, apenas dados conseguiremos garantir performance e eficiência nos investimentos de nossos parceiros.”
GUSTAVO TEIXEIRA
Diretor de Marketing da NSC
“Há tempos venho debatendo com representantes da Kantar sobre a eficiência da pesquisa de audiência realizada com entrevistas on line. Base da população, também, muito aquém do que cresceu as populações das cidades. Mas desde a mudança do Instituto Ibope para a Kantar, a empresa se fechou completamente.
Com a decisão de aumentar para 40% as entrevistas on line, a pesquisa ficou contaminada e desinteressante para tomada de decisão ou avaliação de audiência. Não discutir com seus clientes um modelo que atenda todos os segmentos de consumo de rádio, leva cada vez mais ao descrédito dos números da pesquisa.
Particularmente estou consumindo diariamente as informações da plataforma LOPERT, que não é pesquisa e sim dados reais, mesmo que mostre somente o digital”.
LUIZ CARLOS GOEDERT
Diretor Geral da Regional FM e Nostalgia FM 101.3
“As mudanças anunciadas pelo Ibope só aprofundam a preocupação crescente que já estamos observando em relação aos meios de coleta, ao perfil da amostra e aos resultados apresentados mensalmente.
É perceptível que as pesquisas por meios eletrônicos, quais sejam, ligação telefônica e principalmente e-mail, não conseguem penetrar em algumas importantes camadas da sociedade. E isso se dá em prejuízo à aferição das rádios mais populares, que detêm um público mais tradicional e menos conectado.
A realização de quase metade da base mensal de pesquisas agora feita por meios que interagem pouco com alguns importantes setores da amostra populacional, vai prejudicar ainda mais a aferição de uma parte importante do público ouvinte. Afetando demais a aferição e a relevância da audiência de emissoras e, como consequência, de todo o meio da radiodifusão.”
CAIO SOUZA
Diretor Comercial da Rede Guararema de Rádios – Massa FM
N. E. A Jovem Pan, até o fechamento desta matéria às 17h50, não retornou nosso contato.
