Um de meus maiores interesses é ler sobre o futuro, sobre como serão as coisas no futuro, como viveremos neste amanhã que já começamos a visualizar. As mudanças estão ocorrendo em uma velocidade como nunca antes as enfrentamos. O impacto pode se configurar como algo muito preocupante para aqueles que não estiverem preparados para viver em ambientes e com máquinas e equipamentos que sequer imaginamos.
Um dos debates que tenho acompanhado, com muito interesse, nos faz refletir sobre o futuro do comércio, que coloca em cheque as lojas de rua versus o comércio virtual. Hoje, cada vez mais, populariza-se a compra virtual, envolvendo qualquer tipo de produto. Não há limites para a criatividade quando se trata de vender. Quando, em sala de aula, pergunto há algum tempo quantos dos presentes haviam feito compras pela internet, lembro-me do percentual pequeno de alguns anos para quase que 100% nas turmas atuais. Esta é uma mudança que só vai se consolidar.
Lendo, recentemente, sobre a Amazon de Jeff Bezos, surpreendeu-me a trajetória percorrida pela empresa em tão pouco tempo e, sua presença entre as principais empresas do mundo em valores de mercado. O novo projeto, que ora se inicia, vai revolucionar a entrega do comércio on-line. Sim, revolucionar! A Amazon já está experimentando, em alguns estados americanos, a entrega de produtos no dia seguinte a compra e com hora marcada pelo comprador. Como isto será feito? Pasmem vocês: com o uso de drones! Sim, os pequenos aviões que são usados na guerra ao terrorismo serão usados para agilizar a entrega de produtos comprados on-line. O que falta para que o processo se complete? Apenas a autorização de uso do espaço aéreo por ser área sensível nos EUA.
Ao mesmo tempo em que há um benefício claro ao consumidor, há um lado que preocupa. Estima-se que 10% dos maiores “shoppings” dos Estados Unidos, já esvaziados, vão fechar na próxima década. Olhar para o que está acontecendo, sem ranços ideológicos, pode nos ajudar a traçar um caminho mais realista.
Quando lemos sobre o desenvolvimento que ocorre nos países centrais e comparamos com nossa realidade, sentimos que cada vez mais a distância se alarga entre o futuro que se desenha e o passado que nos imobiliza. Hoje, a Amazon, no Brasil, tem apenas uma loja Kindle desde o final de 2012 e a Amazon Appstore, de aplicativos para Android, desde 2013. Quando trará para cá seu modelo operacional essencial?
Penso que por muito tempo continuaremos reféns de uma legislação arcaica e protecionista que nos impedirá, enquanto país, de fazer parte das nações que fazem a diferença. Quando veremos o futuro aportar em terras brasileiras? Previsão difícil de fazer, pois o que vemos é uma volta ao passado que só interessa a pessoas que sonham com um tempo que já passou. Boa leitura!